LUISA BELCHIOR
Colaboração para a Folha Online, no Rio
A mãe de Gabriela Prado Maia, morta por uma bala perdida dentro do metrô do Rio em 2003, sofreu morte cerebral na tarde desta sexta-feira. Cleyde Prado, 51, criou o movimento Gabriela Sou da Paz, que defende leis mais severas contra violência, e, na semana passada, recebeu a medalha Tiradentes, a condecoração máxima do Estado do Rio.
Cleyde Prado sofreu um derrame nesta manhã após passar mal, segundo o marido dela, Carlos Santiago. Foi levada à clínica Ênio Serra, em Laranjeiras (zona sul do Rio), onde sofreu morte cerebral.
Santiago afirmou que Cleyde sofria de pressão alta.
Embora já tenha sofrido morte cerebral, ela permanecerá respirando com o auxílio de aparelhos até o início da manhã de sexta-feira (5), de acordo com a clínica Ênio Serra. Santiago disse que a família pretende doar os órgãos de Cleyde.
"Era uma vontade dela. Na época da [morte da] Gabriela, não conseguimos doar os órgãos por causa da burocracia", disse.
Gabriela Prado morreu aos 14 anos, em 2003, ao ser atingida por um tiro disparado por assaltantes em fuga dentro da estação de metrô São Francisco Xavier, na Tijuca (zona norte do Rio). Era a primeira vez que a estudante pegava o metrô sozinha, segundo a família.
A morte da filha motivou Cleyde a lançar uma campanha que pede a alteração de itens do Código Penal Brasileiro. Criou, para isso, o movimento Gabriela Sou da Paz e, em dois anos, ela colheu cerca de 1,3 milhão de assinaturas, de acordo com o movimento.
O símbolo do movimento é uma foto de Gabriela em que ela faz, com as mãos, um gesto imitando um pombo, em referência à paz.
A família ainda não decidiu onde acontecerá o velório e o enterro do corpo de Cleyde Prado.
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