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sábado, 13 de setembro de 2008

Brasil serve de refúgio para oposicionistas a Evo Morales


Rodrigo Bertolotto
Enviado especial do UOL
Em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia)
Após os confrontos que vitimaram 14 pessoas e mesmo após decretado o estado de sítio no Departamento de Pando, vários opositores ao governo de Evo Morales continuam refugiados no Acre, vizinho às cidades de Cobija e El Porvenir, cenários dos piores enfrentamentos na atual crise política na Bolívia.

Segundo o jornal "La Razón", de Santa Cruz de La Sierra, dirigentes do Comitê Cívico de Pando, incluindo sua presidente, Ana Melena, atravessaram junto com familiares para o lado brasileiro.


"Ela escapou com temor de receber agressões físicas por parte dos camponeses", declarou Alberto Melgar, que é o presidente da mesma entidade no Departamento de Beni, que também é fronteiriço com o Brasil (principalmente o Estado de Rondônia).

Os Comitês Cívicos arregimentam os líderes empresariais e comerciais dos Departamentos (Estados) da Bolívia e são especialmente atuantes nas cinco regiões que se rebelaram contra o regime de Morales. São elas Beni, Pando, Santa Cruz de La Sierra, Chuquisaca e Tarija.

Na cidade de El Porvenir moram mais de 2.000 brasileiros, dos quais três teriam sido levemente feridos nos confrontos que deixaram cerca de 100 pessoas na última quinta-feira. Já na cidade de Cobija os militares retomaram o aeroporto local enfrentando os opositores que tinham tomado o local.

A fronteira entre Bolívia e Brasil tem mais de 3.400 quilômetros de extensão e vai até de Cobija até a região de Puerto Suarez, que faz fronteira com Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Nas várias passagens fronteiriças, manifestantes fecharam nos últimos dias a fronteira com o Brasil, informa a Polícia Federal brasileira.

Governo e oposição metem forças em confrontos, manifestações e ocupações de prédios públicos brigando essencialmente por dois temas: o grau de autonomia dos Departamentos e a verba arrecadada com o Imposto sobre Hidrocarbonetos - as regiões produtoras e distribuidoras querem mais dinheiro, que está indo para um programa de bônus para os aposentados do país.

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