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segunda-feira, 21 de julho de 2008

Selton Mello vai a Londres reviver o drama de Jean Charles


Ator fará o brasileiro morto pela polícia inglesa após ser confundido com terrorista.
Agora, ele experimenta pela primeira vez o prazer de lançar seu próprio filme.
Débora Miranda Do G1, em São Paulo

Foto: Paula Huven/Divulgação
Paula Huven/Divulgação
Selton Mello faz sua estréia como diretor em ''Feliz Natal'' (Foto: Paula Huven/Divulgação)

Selton Mello “respira cinema”, como ele mesmo diz. Já fez todo tipo de personagem, do rebelde André de “Lavoura Arcaica” passando pelo cômico Chicó de “O auto da compadecida” e chegando ao traficante de “Meu nome não é Johnny”. Agora, embarcará para Londres onde vai reviver o drama do brasileiro Jean Charles de Menezes, assassinado em 2005 pela polícia após ser confundido com um terrorista.

Neste momento, no entanto, Selton experimenta o êxtase de ter pronto, em sua mãos, o primeiro longa-metragem que dirigiu: “Feliz Natal”. Com previsão de estréia em 21 de novembro, o filme teve sua primeira apresentação no Festival Paulínia de Cinema, no último dia 11, e já rendeu prêmio de melhor diretor ao cineasta estreante.

Na história, Leonardo Medeiros é o dono de um ferro velho que decide ir passar o Natal com a família. No fatídico jantar, todas as feridas que pareciam cicatrizadas afloram novamente.

Em entrevista ao G1, Selton contou sobre sua estréia como diretor, falou da melancolia do filme e contou um pouco mais sobre o filme “Jean Charles”, que terá a direção de Henrique Goldman. Leia abaixo a entrevista.

G1 - Na apresentação de “Feliz Natal”, em Paulínia, você estava muito emocionado e disse que nascia naquele momento. Quão sonhado foi esse projeto e quão difícil foi realizá-lo?

Selton Mello -
Para uma pessoa que respira cinema há mais de 15 anos como eu,realizar o próprio filme foi de uma alegria que não dá para medir. A realização foi rápida, se comparada com outras produções, mas a objetividade se deve ao fato de eu ser capricórnio com virgem. Não tem viagem, é muita determinação e foco [risos].

G1 - De onde e quando surgiu a vontade de abandonar o trabalho de ator e assumir a função de diretor? Acha que pode, num próximo projeto, conciliar os dois trabalhos?

Selton -
Dirigi uns videoclipes, um curta-metragem, programas de TV. Foi natural a
transição para o primeiro longa. Tem algo que se quer dizer e não é como ator. No próximo [filme], penso em atuar e dirigir.Falta decidir qual será o projeto.

G1 - Ainda em Paulínia, você pediu que a platéia esquecesse tudo o que você fez como ator, mas observei em seu filme influências de diretores com os quais você trabalhou, como Luiz Fernando Carvalho. Considera que suas experiências como ator te deram referência para criar "Feliz Natal" da forma como ele foi feito?

Selton -
Sem dúvida. E inclusive dedico o meu prêmio de melhor diretor a todos os diretores que já me dirigiram. Luiz Fernando Carvalho é minha referência sempre. É o camarada mais corajoso artisticamente que já conheci.

Foto: Paula Huven/Divulgação
Paula Huven/Divulgação
Leonardo Medeiros em cena de ''Feliz Natal'' (Foto: Paula Huven/Divulgação)

G1 - Gostaria que você falasse sobre a sua visão de Natal e festas de fim de ano no geral. A melancolia que domina o filme é sua?

Selton -
Melancolia é meu nome do meio. Mas as festas de Natal de que tenho participado foram muito agradáveis, com minhas sobrinhas, meus pais, meu irmão. O que fiz no filme foi colocar uma lente de aumento em coisas que senti, fantasmas que me visitam há algum tempo. Parece louco? Mas é mesmo. O artista não deve representar a verdade e sim transfigurar a verdade para atingir uma outra realidade.

G1 - Como foi a escolha do elenco e especialmente de Darlene Glória e Leonardo Medeiros?


Selton - Léo Medeiros é um dos grandes atores com quem já trabalhei. É quem me deixa seguro para ficar por trás da câmera. Darlene Glória conheci no programa “Tarja preta”. Foi tão arrebatadora sua entrevista que fiz o convite imediatamente para meu filme e hoje não consigo imaginar o “Feliz Natal” sem sua presença luminosa e comovente.

G1 – Como está se preparando para, em "Jean Charles", viver o protagonista de uma história real, que comoveu tanta gente aqui no Brasil e também na Inglaterra?

Selton -
Achei o convite tentador do diretor Henrique Goldman. É uma história real e bem interessante. Afinal, quem era o sujeito que tomou sete tiros na nuca da polícia inglesa, que o confundiu com um terrorista? Quem era? O que fazia? Isso tudo o filme pretende responder. E ainda tem o Stephen Frears, diretor de “A rainha”, “Ligações perigosas”, que tanto admiro e que participa da produção. Vou morar quase dois meses em Londres, e isso será muito prazeroso

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