Cada jóia guarda uma história tão desconhecida quanto valiosa. Será que a dona de um anel, a peça mais cara do leilão, se arriscou a exibi-lo na rua? São R$ 62 mil em diamante.
Quando vaidade e dinheiro se encontram, compram ouro em forma de renda e canetas raras. Quem ostentava relógios caríssimos devia fazer questão de ver o tempo passar.
As nove mil peças foram a leilão porque os donos não pagaram o empréstimo à Caixa Econômica. Em todo país, dois milhões de brasileiros usam o penhor, modalidade de crédito em que jóias são dadas como garantia.
De janeiro a junho, o valor emprestado se aproximou dos três bilhões de reais, 5% a mais do que no primeiro semestre de 2007. Os juros variam de 1,9% a 2,99% ao mês. A maioria dos clientes tem renda familiar de cinco a 20 salários mínimos e é mulher.
Como Débora, que usa o penhor há cinco anos, mas nunca teve uma jóia leiloada. “Se você não tiver o valor pra fazer o resgate, você vai e renova por um prazo de mais 90 dias ou 30 dias”, diz Débora Zezza, empresária.
Da maioria das peças, não se sabe a data de fabricação. Se algumas ainda parecem atuais, outras definitivamente não resistiram ao tempo, como um conjunto de colar e par de brincos de ouro com moedas de dólar, que não pára de perder valor.
Também curiosa é a medalha que homenageia Yuri Gagarin, o primeiro homem a viajar pelo espaço e a ver que a terra é azul.
Nenhuma peça reluz o orgulho nacional como a moeda comemorativa da Copa de 1970, de ouro 21 quilates. Se for arrematada, corre o risco de ter o mesmo fim da taça Jules Rimet, roubada em 1983.
“Só de saber que essa medalha pode ser derretida, dá muita dó”, fala Eunice Araújo, gerente de alienação – Caixa Econômica Federal.
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