AMORIM CONCLUI O PRIMEIRO CAPÍTULO SOBRE A VERDADE DO GOVERNO LULA. OUTROS VIRÃO
Eu bem que avisei, certo? Cuidado com Celso Amorim, o ministro das Relações Exteriores!
Este homem é um desastre. Seu histórico de insucessos é impressionante! Nunca ninguém tão atrapalhado foi, antes, tão protegido pela imprensa. A que estou me referindo? Ao malogro da chamada Rodada Doha. É evidente que seria um exagero estúpido atribuir o resultado — ou a falta dele — ao brasileiro. Mas é inegável: ele foi um dos maestros da pantomima dos desafinados.
Tudo começou quando resolveu evocar Goebbels — com sentido crítico, eu sei — para responder aos “países ricos”, EUA em particular, afirmando que eles empregavam a tática nazista de repetir uma mentira até que ele passasse por verdade. Mais ou menos. Amorim poderia ter lembrado que o ministro da Propaganda do nazismo até pode ter dito tal máxima e aplicado-a na prática, mas o autor da frase é outro facínora: Lênin. O bolchevismo se fez da repetição exaustiva de "mentiras verdadeiras". É o que fazem os governos que costumam apelar à demagogia e à propaganda como método: repetem os embustes até que se tornem retrato fiel dos fatos.
E o embuste principal na malograda rodada de negociação da Organização Mundial do Comércio pôs para circular a tese falsa, picareta, malandra, atrasada, de que se tratava de um embate entre o Norte rico (EUA e Europa) e o Sul Emergente — com o G 20 falando pela turma, tendo Amorim como porta-voz inicial de Brasil, Índia, China é África do Sul, entre outros. Sim, o Brasil assumiu a bandeira dos emergentes, e já havia quem antevisse a redenção. Derrubaríamos barreiras protecionistas da Europa e dos EUA, abriríamos os mercados para o etanol — e tudo porque, afinal, Amorim conseguiu bater duro na mesa... Como é mesmo? Acabou o tempo da submissão!!!
Pois é... Os EUA aceitaram diminuir o teto de seus subsídios de US$ 15 bilhões para US$ 14,5 bilhões. Pouca coisa? Não se nos lembramos que o Congresso autoriza nada menos de US$ 48 bilhões — ademais, teto não quer dizer piso; no ano passado, foram gastos “apenas” US$ 7 bilhões. O Brasil achou que era, então, hora de começar a ter um comportamento civilizado. Nada é pior do que um líder que não lidera; nada é pior do que um líder que é seguido na guerra e na depredação, mas que não serve para fazer a paz. Índia e China se encarregaram de melar o jogo. Ao lado dos demais países do G 20, passaram a tratar o Brasil como traidor — e a avaliação que tem do país, para começo de conversa, seu parceiro de Mercosul: a Argentina.
Lideranças brasileiras do setor agrícola já haviam cantado a bola: na pior das hipóteses, um acordo ruim é pior do que acordo nenhum. Deu acordo nenhum! O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, já havia deixado claro que, na área, acordos bilaterais podem valer mais do que essas tentativas de acordos globais. Levou até um pito de Elio Gaspari — e Stephanes estava certo.
Pois é. O resumo da ópera, agora, é que o Brasil investiu tudo na Rodada Doha e deixou de lado os acordos bilaterais. Ficou sem o primeiro e terá de correr para tentar realizar os outros. Pior: levou a animosidade certa da Argentina para o Mercosul — o bloco, aliás, passa a ser, ele também, um entrave para os acordos país a país. Como vocês sabem, os demais parceiros tratam o Brasil, podem rir aí, como “o imperialista” da turma e exigem dele, na esfera local, as concessões que Amorim exigia de EUA e Europa. Vale dizer: se era engraçadinho brincar de ricos contra pobres na OMC, os hermanos brincam de ricos contra pobres no Mercosul — e, nesse caso, para nossa má sorte, os ricos somos... nós!!!
Vejam lá
Foi na segunda-feira, dia 21, que lembrei os desastres de Amorim. Fiz a lista de todos os seus insucessos:
“Pesquisem, leitores. Não acreditem no que andam lendo por aí. Não precisam acreditar nem no que escrevo. Fiem-se no levantamento que vocês mesmos podem fazer:
- Amorim tentou emplacar Luís Felipe de Seixas Corrêa na Organização Mundial do Comércio em 2005. Perdeu. Sabem qual foi o único país latino-americano que votou no Brasil? O Panamá!!!
- Também em 2005, o Brasil tentou emplacar João Sayad na presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Deu errado outra vez. Dos nove membros, só quatro votaram no Brasil — do Mercosul, apenas um: a Argentina.
- O Brasil tenta, como obsessão, a ampliação (e uma vaga permanente) do Conselho de Segurança da ONU. Quem não quer? Parte da resistência ativa à pretensão está justamente no continente: México, Argentina e, por motivos óbvios e justificados, a Colômbia.
- Sob o reinado dos trapalhões do Itamaraty, Lula fez um périplo pelas ditaduras árabes do Oriente Médio. O Babalorixá deixou de visitar a única democracia da região: Israel.
- Em maio de 2005, no extremo da ridicularia, o Brasil realizou a cúpula América do Sul-Países Árabes. Era Lula estreando como rival de George W. Bush, se é que vocês me entendem. Falando a um bando de ditadores, alguns deles financiadores do terrorismo, o Apedeuta celebrou o exercício de democracia e de tolerância...
- A política externa brasileira tem sido de um ridículo sem fim. Em 2006, país votou contra Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas, no ano anterior, negara-se a condenar o governo do Sudão por proteger uma milícia genocida, que praticou os massacres de Darfur. Por que o Brasil quer tanto uma vaga no Conselho de Segurança da ONU? Que senso tão atilado de justiça exibe para fazer tal pleito?
- E tudo isso por quê? Antiamericanismo tosco; complexo de inferioridade vertido em arrogância de gente recalcada. O governo que tem a pretensão de dar lições ao mundo não consegue ter uma voz minimamente ativa no conflito Colômbia-Farc, que está naquela que deveria ser a sua área de influência. Pior do que isso: é descaradamente leniente com o terrorismo.”
Faltava o quê? Ser protagonista da grande e monumental besteira na OMC. A rigor, este é o primeiro capítulo de muitos outros que serão concluídos sobre os grandes sucessos da tal “Era Lula”, vocês vão ver. Haverá muitos outros, e o da economia, no devido tempo, promete não ser o menos ruidoso deles.
No fim das contas, tanto protagonismo agressivo dos “pobres” inviabilizou qualquer acordo. Quem sai ganhando? Ora, quem já estava ganhando: os ricos.
Os desastres de Amorim são mesmo um sucesso! Resta, agora, aos patralhotários lamentar as injustiças do mundo...
Amorim: um arrogante na periferia do capitalismo
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Este homem é um desastre. Seu histórico de insucessos é impressionante! Nunca ninguém tão atrapalhado foi, antes, tão protegido pela imprensa. A que estou me referindo? Ao malogro da chamada Rodada Doha. É evidente que seria um exagero estúpido atribuir o resultado — ou a falta dele — ao brasileiro. Mas é inegável: ele foi um dos maestros da pantomima dos desafinados.
Tudo começou quando resolveu evocar Goebbels — com sentido crítico, eu sei — para responder aos “países ricos”, EUA em particular, afirmando que eles empregavam a tática nazista de repetir uma mentira até que ele passasse por verdade. Mais ou menos. Amorim poderia ter lembrado que o ministro da Propaganda do nazismo até pode ter dito tal máxima e aplicado-a na prática, mas o autor da frase é outro facínora: Lênin. O bolchevismo se fez da repetição exaustiva de "mentiras verdadeiras". É o que fazem os governos que costumam apelar à demagogia e à propaganda como método: repetem os embustes até que se tornem retrato fiel dos fatos.
E o embuste principal na malograda rodada de negociação da Organização Mundial do Comércio pôs para circular a tese falsa, picareta, malandra, atrasada, de que se tratava de um embate entre o Norte rico (EUA e Europa) e o Sul Emergente — com o G 20 falando pela turma, tendo Amorim como porta-voz inicial de Brasil, Índia, China é África do Sul, entre outros. Sim, o Brasil assumiu a bandeira dos emergentes, e já havia quem antevisse a redenção. Derrubaríamos barreiras protecionistas da Europa e dos EUA, abriríamos os mercados para o etanol — e tudo porque, afinal, Amorim conseguiu bater duro na mesa... Como é mesmo? Acabou o tempo da submissão!!!
Pois é... Os EUA aceitaram diminuir o teto de seus subsídios de US$ 15 bilhões para US$ 14,5 bilhões. Pouca coisa? Não se nos lembramos que o Congresso autoriza nada menos de US$ 48 bilhões — ademais, teto não quer dizer piso; no ano passado, foram gastos “apenas” US$ 7 bilhões. O Brasil achou que era, então, hora de começar a ter um comportamento civilizado. Nada é pior do que um líder que não lidera; nada é pior do que um líder que é seguido na guerra e na depredação, mas que não serve para fazer a paz. Índia e China se encarregaram de melar o jogo. Ao lado dos demais países do G 20, passaram a tratar o Brasil como traidor — e a avaliação que tem do país, para começo de conversa, seu parceiro de Mercosul: a Argentina.
Lideranças brasileiras do setor agrícola já haviam cantado a bola: na pior das hipóteses, um acordo ruim é pior do que acordo nenhum. Deu acordo nenhum! O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, já havia deixado claro que, na área, acordos bilaterais podem valer mais do que essas tentativas de acordos globais. Levou até um pito de Elio Gaspari — e Stephanes estava certo.
Pois é. O resumo da ópera, agora, é que o Brasil investiu tudo na Rodada Doha e deixou de lado os acordos bilaterais. Ficou sem o primeiro e terá de correr para tentar realizar os outros. Pior: levou a animosidade certa da Argentina para o Mercosul — o bloco, aliás, passa a ser, ele também, um entrave para os acordos país a país. Como vocês sabem, os demais parceiros tratam o Brasil, podem rir aí, como “o imperialista” da turma e exigem dele, na esfera local, as concessões que Amorim exigia de EUA e Europa. Vale dizer: se era engraçadinho brincar de ricos contra pobres na OMC, os hermanos brincam de ricos contra pobres no Mercosul — e, nesse caso, para nossa má sorte, os ricos somos... nós!!!
Vejam lá
Foi na segunda-feira, dia 21, que lembrei os desastres de Amorim. Fiz a lista de todos os seus insucessos:
“Pesquisem, leitores. Não acreditem no que andam lendo por aí. Não precisam acreditar nem no que escrevo. Fiem-se no levantamento que vocês mesmos podem fazer:
- Amorim tentou emplacar Luís Felipe de Seixas Corrêa na Organização Mundial do Comércio em 2005. Perdeu. Sabem qual foi o único país latino-americano que votou no Brasil? O Panamá!!!
- Também em 2005, o Brasil tentou emplacar João Sayad na presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Deu errado outra vez. Dos nove membros, só quatro votaram no Brasil — do Mercosul, apenas um: a Argentina.
- O Brasil tenta, como obsessão, a ampliação (e uma vaga permanente) do Conselho de Segurança da ONU. Quem não quer? Parte da resistência ativa à pretensão está justamente no continente: México, Argentina e, por motivos óbvios e justificados, a Colômbia.
- Sob o reinado dos trapalhões do Itamaraty, Lula fez um périplo pelas ditaduras árabes do Oriente Médio. O Babalorixá deixou de visitar a única democracia da região: Israel.
- Em maio de 2005, no extremo da ridicularia, o Brasil realizou a cúpula América do Sul-Países Árabes. Era Lula estreando como rival de George W. Bush, se é que vocês me entendem. Falando a um bando de ditadores, alguns deles financiadores do terrorismo, o Apedeuta celebrou o exercício de democracia e de tolerância...
- A política externa brasileira tem sido de um ridículo sem fim. Em 2006, país votou contra Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas, no ano anterior, negara-se a condenar o governo do Sudão por proteger uma milícia genocida, que praticou os massacres de Darfur. Por que o Brasil quer tanto uma vaga no Conselho de Segurança da ONU? Que senso tão atilado de justiça exibe para fazer tal pleito?
- E tudo isso por quê? Antiamericanismo tosco; complexo de inferioridade vertido em arrogância de gente recalcada. O governo que tem a pretensão de dar lições ao mundo não consegue ter uma voz minimamente ativa no conflito Colômbia-Farc, que está naquela que deveria ser a sua área de influência. Pior do que isso: é descaradamente leniente com o terrorismo.”
Faltava o quê? Ser protagonista da grande e monumental besteira na OMC. A rigor, este é o primeiro capítulo de muitos outros que serão concluídos sobre os grandes sucessos da tal “Era Lula”, vocês vão ver. Haverá muitos outros, e o da economia, no devido tempo, promete não ser o menos ruidoso deles.
No fim das contas, tanto protagonismo agressivo dos “pobres” inviabilizou qualquer acordo. Quem sai ganhando? Ora, quem já estava ganhando: os ricos.
Os desastres de Amorim são mesmo um sucesso! Resta, agora, aos patralhotários lamentar as injustiças do mundo...
Como vocês devem ter lido, Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores do Brasil, afirmou no sábado: "Goebbels costumava dizer que, se você repetir uma mentira várias vezes, ela se torna uma verdade". A que ele se referia? Ao comportamento dos chamados países ricos na Organização Mundial do Comércio (ver nota publicada na madrugada de domingo). O principal endereço da tolice eram os Estados Unidos. Pois é. Susan Schwab, representante do Comércio do país, é judia, filha de um sobrevivente do Holocausto. Seu porta-voz reagiu. Disse que a fala de Amorim era “inacreditavelmente errada, além de qualquer imaginação". E classificou ainda o ataque de “pessoal e baixo”
Desde o início do governo Lula, não há ministro mais superfaturado do que Amorim. Este senhor é notório por ornar com brocados de “interesse estratégico” os maiores despautérios da política externa brasileira. Mas seus desastres são um sucesso de crítica. Oito entre dez jornalistas dirão que a política externa é uma das melhores coisas do governo Lula. O homem, isto eu reconheço, é bom de marketing. Seu ministério, vamos dizer, “privatizou” o bom desempenho do Brasil nas exportações — desempenho, é bom dizer, que acompanhou, e nem sempre pelo alto, a expansão da economia mundial. Por que digo isso? Quando Lula assumiu, o Brasil representava 1% das chamadas trocas globais. Hoje, está com 1,1%, mesmo com o salto fantástico nas exportações. Isso quer dizer que, sim, crescemos. Mas o mundo todo cresceu — e alguns cresceram muito mais. Ademais, o papel do ministro nessa história é não mais do que marginal. As empresas brasileiras — incluindo a agroindústria — é que se abriram para o mundo.
Assim, é pura conversa para boi dormir essa história do “protagonismo” do Brasil na política internacional — mito de que Amorim pretende ser o caudatário menor, já que o maior é seu chefe. Não é de hoje que sua arrogância de líder da periferia me incomoda — os que me seguem desde Primeira Leitura sabem disso. Neste mesmo blog, no dia 18 de março, lembrei:
“Pesquisem, leitores. Não acreditem no que andam lendo por aí. Não precisam acreditar nem no que escrevo. Fiem-se no levantamento que vocês mesmos podem fazer:
- Amorim tentou emplacar Luís Felipe de Seixas Corrêa na Organização Mundial do Comércio em 2005. Perdeu. Sabem qual foi o único país latino-americano que votou no Brasil? O Panamá!!!
- Também em 2005, o Brasil tentou emplacar João Sayad na presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Deu errado outra vez. Dos nove membros, só quatro votaram no Brasil — do Mercosul, apenas um: a Argentina.
- O Brasil tenta, como obsessão, a ampliação (e uma vaga permanente) do Conselho de Segurança da ONU. Quem não quer? Parte da resistência ativa à pretensão está justamente no continente: México, Argentina e, por motivos óbvios e justificados, a Colômbia.
- Sob o reinado dos trapalhões do Itamaraty, Lula fez um périplo pelas ditaduras árabes do Oriente Médio. O Babalorixá deixou de visitar a única democracia da região: Israel.
- Em maio de 2005, no extremo da ridicularia, o Brasil realizou a cúpula América do Sul-Países Árabes. Era Lula estreando como rival de George W. Bush, se é que vocês me entendem. Falando a um bando de ditadores, alguns deles financiadores do terrorismo, o Apedeuta celebrou o exercício de democracia e de tolerância...
- A política externa brasileira tem sido de um ridículo sem fim. Em 2006, país votou contra Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas, no ano anterior, negara-se a condenar o governo do Sudão por proteger uma milícia genocida, que praticou os massacres de Darfur. Por que o Brasil quer tanto uma vaga no Conselho de Segurança da ONU? Que senso tão atilado de justiça exibe para fazer tal pleito?
- E tudo isso por quê? Antiamericanismo tosco; complexo de inferioridade vertido em arrogância de gente recalcada. O governo que tem a pretensão de dar lições ao mundo não consegue ter uma voz minimamente ativa no conflito Colômbia-Farc, que está naquela que deveria ser a sua área de influência. Pior do que isso: é descaradamente leniente com o terrorismo.”
No caso da Colômbia, se bem se lembram, Amorim foi quem liderou o esforço para condenar Álvaro Uribe na OEA por conta do que chamava “invasão do território do Equador”, país que, deixaram claros os documentos encontrados no computador de Raúl Reyes, dava apoio aos narcoterroristas. Poucos se lembram, mas Lula, sob a inspiração de Marco Aurélio Top Top Garcia e Amorim, chegou a oferecer o Brasil como um “território neutro” para um encontro entre representantes das Farc e do governo da Colômbia. Neutro?
Agora, Lula — com o que lhe sopra Amorim aos ouvidos — decidiu que, com efeito, as ações das Farc são inaceitáveis e se comprometeu a colaborar no combate ao terrorismo caso a Colômbia integrasse o tal Conselho Sul-Americano de Defesa. Álvaro Uribe aceitou. Mas foi preciso que o presidente colombiano quebrasse a espinha da guerrilha primeiro — e enfrentando a hostilidade de Lula e de alguns outros “companheiros”. Amorim tem tudo a ver com esse vexame e muito pouco com o sucesso de muitas empresas globalizadas do Brasil. Mais: o ministro também gosta de pegar uma caroninha na biografia de Lula.
Conforme já escrevi aqui uma vez, “Lula e Celso Amorim são iguais. Aliás, o ministro também gosta de lembrar a sua origem humilde. Se não me engano, a mãe foi lavadeira. E parece que também nasceu analfabeta. Tanta ‘humildade’ ainda nos levará a beijar a lona.”
É essa gente que está pleiteando uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. O que vocês querem que eu diga? Conto com os EUA para impedir as Nações Unidas de fazer mais esta bobagem.
Reinaldo Azevedo
Desde o início do governo Lula, não há ministro mais superfaturado do que Amorim. Este senhor é notório por ornar com brocados de “interesse estratégico” os maiores despautérios da política externa brasileira. Mas seus desastres são um sucesso de crítica. Oito entre dez jornalistas dirão que a política externa é uma das melhores coisas do governo Lula. O homem, isto eu reconheço, é bom de marketing. Seu ministério, vamos dizer, “privatizou” o bom desempenho do Brasil nas exportações — desempenho, é bom dizer, que acompanhou, e nem sempre pelo alto, a expansão da economia mundial. Por que digo isso? Quando Lula assumiu, o Brasil representava 1% das chamadas trocas globais. Hoje, está com 1,1%, mesmo com o salto fantástico nas exportações. Isso quer dizer que, sim, crescemos. Mas o mundo todo cresceu — e alguns cresceram muito mais. Ademais, o papel do ministro nessa história é não mais do que marginal. As empresas brasileiras — incluindo a agroindústria — é que se abriram para o mundo.
Assim, é pura conversa para boi dormir essa história do “protagonismo” do Brasil na política internacional — mito de que Amorim pretende ser o caudatário menor, já que o maior é seu chefe. Não é de hoje que sua arrogância de líder da periferia me incomoda — os que me seguem desde Primeira Leitura sabem disso. Neste mesmo blog, no dia 18 de março, lembrei:
“Pesquisem, leitores. Não acreditem no que andam lendo por aí. Não precisam acreditar nem no que escrevo. Fiem-se no levantamento que vocês mesmos podem fazer:
- Amorim tentou emplacar Luís Felipe de Seixas Corrêa na Organização Mundial do Comércio em 2005. Perdeu. Sabem qual foi o único país latino-americano que votou no Brasil? O Panamá!!!
- Também em 2005, o Brasil tentou emplacar João Sayad na presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Deu errado outra vez. Dos nove membros, só quatro votaram no Brasil — do Mercosul, apenas um: a Argentina.
- O Brasil tenta, como obsessão, a ampliação (e uma vaga permanente) do Conselho de Segurança da ONU. Quem não quer? Parte da resistência ativa à pretensão está justamente no continente: México, Argentina e, por motivos óbvios e justificados, a Colômbia.
- Sob o reinado dos trapalhões do Itamaraty, Lula fez um périplo pelas ditaduras árabes do Oriente Médio. O Babalorixá deixou de visitar a única democracia da região: Israel.
- Em maio de 2005, no extremo da ridicularia, o Brasil realizou a cúpula América do Sul-Países Árabes. Era Lula estreando como rival de George W. Bush, se é que vocês me entendem. Falando a um bando de ditadores, alguns deles financiadores do terrorismo, o Apedeuta celebrou o exercício de democracia e de tolerância...
- A política externa brasileira tem sido de um ridículo sem fim. Em 2006, país votou contra Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas, no ano anterior, negara-se a condenar o governo do Sudão por proteger uma milícia genocida, que praticou os massacres de Darfur. Por que o Brasil quer tanto uma vaga no Conselho de Segurança da ONU? Que senso tão atilado de justiça exibe para fazer tal pleito?
- E tudo isso por quê? Antiamericanismo tosco; complexo de inferioridade vertido em arrogância de gente recalcada. O governo que tem a pretensão de dar lições ao mundo não consegue ter uma voz minimamente ativa no conflito Colômbia-Farc, que está naquela que deveria ser a sua área de influência. Pior do que isso: é descaradamente leniente com o terrorismo.”
No caso da Colômbia, se bem se lembram, Amorim foi quem liderou o esforço para condenar Álvaro Uribe na OEA por conta do que chamava “invasão do território do Equador”, país que, deixaram claros os documentos encontrados no computador de Raúl Reyes, dava apoio aos narcoterroristas. Poucos se lembram, mas Lula, sob a inspiração de Marco Aurélio Top Top Garcia e Amorim, chegou a oferecer o Brasil como um “território neutro” para um encontro entre representantes das Farc e do governo da Colômbia. Neutro?
Agora, Lula — com o que lhe sopra Amorim aos ouvidos — decidiu que, com efeito, as ações das Farc são inaceitáveis e se comprometeu a colaborar no combate ao terrorismo caso a Colômbia integrasse o tal Conselho Sul-Americano de Defesa. Álvaro Uribe aceitou. Mas foi preciso que o presidente colombiano quebrasse a espinha da guerrilha primeiro — e enfrentando a hostilidade de Lula e de alguns outros “companheiros”. Amorim tem tudo a ver com esse vexame e muito pouco com o sucesso de muitas empresas globalizadas do Brasil. Mais: o ministro também gosta de pegar uma caroninha na biografia de Lula.
Conforme já escrevi aqui uma vez, “Lula e Celso Amorim são iguais. Aliás, o ministro também gosta de lembrar a sua origem humilde. Se não me engano, a mãe foi lavadeira. E parece que também nasceu analfabeta. Tanta ‘humildade’ ainda nos levará a beijar a lona.”
É essa gente que está pleiteando uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. O que vocês querem que eu diga? Conto com os EUA para impedir as Nações Unidas de fazer mais esta bobagem.
Reinaldo Azevedo
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