Quinze fontes de radiação nuclear permanecem inacessíveis e podem ter sido expostas pelo terremoto na Província chinesa de Sichuan. O país enfrenta agora, além do risco do aparecimento de epidemias, um "desafio temerário" de prevenir uma contaminação radioativa do ambiente nas proximidades de Sichuan --epicentro do tremor-- afirmou nesta sexta-feira um representante do governo.
Ao tratar do assunto, o vice-ministro para a proteção ambiental da China, Wu Xiaoqing, não especificou que tipo de radiação contém as fontes.
Especialistas estrangeiros disseram que as fontes de radiação geralmente se referem a materiais usados em hospitais, fábricas ou em pesquisas, mas não em armas.
Arte Folha Online |
Wu assegurou a repórteres que não houve por enquanto vazamento de substâncias radioativas ao meio ambiente.
O vice-ministro afirmou que 50 fontes de radiação foram soterradas por detritos na região do terremoto, mas que 35 delas já foram localizadas e estão sem risco de vazaram. As 15 restantes, porém, permanecem soterradas abaixo de prédios que desabaram.
Em Sichuan há mais de uma centena de empresas químicas e petroquímicas. Segundo Wu, a maioria delas foi obrigada a parar de produzir até que se tenha certeza de que não há risco de contaminação ambiental.
"Temos que supervisionar as empresas para ter certeza de que há controle na poluição das águas o mais rápido possível".
Até agora, nenhum dano ambiental foi relatado.
"Enfrentamos agora o desafio temerário de cavar e remover os 'problemas' soterrados e fazer a inspeção ambiental", disse Wu.
ONU
Já a porta-voz do Escritório de Cooperação de Assistência Humanitária das Nações Unidas (Ocha, em inglês), Elisabeth Byrs, disse nesta sexta-feira que "as instalações nucleares e fontes radioativas com fins civis são seguras e estão sob controle".
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, visitará no sábado Yingxiu, epicentro do terremoto de Sichuan (sudoeste de China), anunciou nesta sexta-feira o ministério chinês da Relações Exteriores.
"Amanhã (sábado) pela manhã Ban Ki-moon irá a Yingxiu", afirmou uma fonte do ministério à agência France Presse.
Vítimas
Os mortos no terremoto de 7,9 graus na escala Richter que atingiu a China há 11 dias já passam de 55 mil. Segundo o governo chinês, a reconstrução de edifícios e estradas deve levar cerca de três anos.
O número oficial de mortos é de 55.740, além dos 24.960 desaparecidos, de acordo com informações do governo. Cerca de 300 mil pessoas também ficaram feridas devido ao tremor.
As regiões mais devastadas pelo terremoto são ameaçadas ainda pela formação de 34 lagos por causa dos deslizamentos de terra, oito deles a ponto de transbordar com o início da temporada de chuvas.
Há também o risco de uma invasão de ratos, que podem transmitir doenças contagiosas entre os sobreviventes.
Além disso, a ONU informou que a represa de Bikou, em Sichuan, "se movimentou 30 centímetros" por causa do terremoto e tornou-se "uma ameaça potencial para os moradores da região".
Jogos olímpicos
Os chineses aguardavam ansiosamente o ano de 2008 por causa da realização dos Jogos Olímpicos de Pequim, em agosto, que representariam sua apresentação ao mundo como uma sociedade aberta e moderna.
Mas o ano começou "triste" para os chineses: foram registradas as piores nevascas em 50 anos em janeiro, ocorreram os protestos no Tibete em março e agora em maio o país enfrenta o pior terremoto registrado nas últimas décadas.
Com Agências Internacionais
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