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domingo, 19 de junho de 2011

Quadrilha do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, Diretor afastado do CHS ganha a liberdade


Outros oito envolvidos na quadrilha acusada de desviar dinheiro público do CHS permanecem presos
Notícia publicada na edição de 19/06/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 6 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Rosimeire Silva


O diretor-geral afastado do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), Heitor Fernando Xediek Consani, foi solto no início da tarde de ontem por força de um alvará de soltura expedido pelo desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Aben-Athar de Paiva Coutinho. Ele deixou a sede do Comando de Policiamento do Interior (CPI-7), onde estava detido desde quinta-feira, exatamente às 13h15, em um carro particular dirigido por um de seus advogados e não quis falar com a imprensa. Os outros oito envolvidos na quadrilha acusada de desviar dinheiro público do CHS permaneciam presos até ontem. Desde o início da Operação Hipócrates, três envolvidos já haviam sido liberados pelos policiais por colaborarem com as investigações.

Segundo o chefe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), promotor Wellington dos Santos Veloso, o desembargou acatou o pedido de habeas corpus com o argumento de que a prisão temporária do acusado, Heitor Consani, já teria cumprido a sua função, mediante o depoimento prestado por ele às autoridades que conduzem as investigações. Veloso disse também que os advogados se comprometerem a colaborarem caso sejam necessários novos depoimentos e garantiram que Consani permanecerá na cidade. O desembargador teme que a expedição do alvará possa desencadear novos pedidos de habeas corpus dos demais envolvidos que ainda permanecem detidos. O prazo da prisão temporária dos acusados se encerra amanhã.

Ontem pela manhã, os promotores ouviram o depoimento de uma das ex-diretoras do departamento responsável pelas licitações realizadas pelo CHS, Tânia Aparecida Lopes, e do dentista Tarley Eloy Pessoa de Barros, um dos principais beneficiários do esquema de desvio de verbas de plantões, residente em São Paulo. De acordo com Wellington Veloso, os acusados seguiram a mesma linha dos demais negando qualquer participação no esquema. O dentista, segundo ele, garantiu ter cumprido todos os plantões relacionados nas investigações. Foi ouvido também como testemunha o depoimento de um funcionário de uma empresa de informática que prestava serviço dentro do CHS. O promotor se limitou a dizer que o depoimento foi "bastante interessante", mas não se aprofundou nas informações fornecidas pela testemunha.

Investigação continua

Com os três depoimentos de ontem, a equipe de investigação concluiu a fase de interrogatório de todos os envolvidos na acusação. A partir de hoje, os promotores começam a estudar o conteúdo dos depoimentos e dos documentos colhidos durante a Operação para definição dos novos depoimentos que serão necessários para o andamento dos trabalhos de investigação na segunda-feira. De acordo com o chefe do Gaeco, o diretor afastado do CHS, Heitor Consani, está entre os que serão chamados para prestar novo depoimento. No primeiro interrogatório ele teria negado qualquer participação no esquema de desvio de verbas. O promotor não precisou, no entanto, quando será marcado novo depoimento. O advogado de defesa de Consani declarou na sexta-feira que o diretor havia assumido a função há pouco tempo e que vinha tentando rescindir os contratos firmados de licitações fraudulentas antes de sua gestão e que foram alvo das investigações do Ministério Público.

Entre os 12 acusados ouvidos pela equipe de investigadores, o ex-diretor do Hospital Regional, Ricardo José Salim, a esposa dele, Vera Regina Boendia Machado Salim, e Maria Helena Pires Alberici, se negaram a pronunciar-se durante o depoimento, e por isso retornaram à prisão. Na sexta-feira foram interrogados dois suspeitos de beneficiar-se de licitações, os empresários Edson Brito Aleixo, que há cerca de três anos fornecia próteses ortopédicas para o CHS, e Edson da Silva Leite, proprietário de uma empresa contratada para prestar serviço de informática no Conjunto. Os depoimentos dos acusados, no entanto, foram considerados insatisfatórios e por isso também tiveram que retornar para a detenção. Ontem, o advogado de Aleixo esteve na sede do CPI-7, mas não quis falar com a impresa.

Também na sexta-feira, a ex-diretora do departamento de recursos humanos do CHS, Márcia Regina Leite Ramos, foi solta depois de prestar depoimento por quase 12 horas e colaborar com as investigações apontando novos documentos que comprovariam a existência do esquema de fraudes. Na quinta-feira, primeiro dia da operação, já foram liberados os acusados Antônio Carlos Nasi (ex-diretor do CHS) e Kleber Castilho, que também teriam colaborado com as investigações. Permaneciam detidos até ontem na sede do CPI-7, com mandado de prisão temporária, Ricardo José Salim, Célia Chaib Arbage Romani, Tânia Aparecida Lopes, Tarley Eloy Pessoa de Barros, Maria Helena Pires Alberici, Vera Regina Boendia Machado Salim, Edson Brito Aleixo e Edson da Silva Leite. Entre os acusados de envolvimento no esquema de fraude apenas a dentista Tânia Marins de Paiva permanecia foragida até ontem.


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Operação desmantela quadrilha no CONJUNTO HOSPITALAR DE SOROCABA

Entre os presos está o atual diretor do CHS, Heitor Fernando Xediek Consani - Por: Fábio Rogério

Operação Desmantela quadrilha no CHS

Doze pessoas foram presas entre médicos, enfermeiros, dentistas e até o diretor do Conjunto Hospitalar de Sorocaba
Notícia publicada na edição de 17/06/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 10 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Leila Gapy

Uma quadrilha organizada por diretores, médicos e funcionários do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) foi desmantelada ontem pela manhã pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Polícia Civil de Sorocaba. Chamada de "Operação Hipócrates" (menção ao pai da medicina), a ação foi iniciada na madrugada de ontem com 37 mandados de prisões temporárias e busca e apreensão em residências e 12 hospitais de Sorocaba, Capital e Grande São Paulo. Ao todo, 12 pessoas acusadas foram presas, apenas uma está foragida - todos médicos, enfermeiros e dentistas vinculados ao Hospital Regional.

Entre os presos estão o atual diretor do CHS, Heitor Fernando Xediek Consani, e os ex-diretores Ricardo José Salim e Antonio Carlos Nasi. A acusação é de que a quadrilha desviava há três anos verbas destinadas aos plantões médicos, com funcionários fantasmas, falsificações de documentos e estelionato, além de favorecimentos de contratos e licitações. Estima-se que mais de 300 mil pacientes da região tenham sido lesados pelo esquema, que possivelmente envolva outros 40 beneficiários, aproximadamente - sendo a maioria residentes em Sorocaba. O secretário de Segurança Pública do Estado, José Ferreira Pinto, acompanhou as ações na cidade. Hoje a polícia deve prosseguir as investigações ouvindo os detidos.

Operação
Segundo o Gaeco de Sorocaba, a investigação foi iniciada em setembro de 2010 após denúncias formalizadas por funcionários do CHS, o que resultou no esclarecimento de crimes atribuídos à quadrilha que estaria agindo dentro do hospital, pelo menos, desde setembro de 2008. De acordo com o Gaeco, a organização criminosa era chefiada pelo ex-diretor do hospital, Ricardo José Salim, e foi herdada por Heitor Consani, que possivelmente teria prosseguido o esquema ao assumir a direção do hospital, em fevereiro deste ano. A acusação é de que a quadrilha desviava as verbas destinadas ao pagamento de plantões a servidores, direcionando-as para beneficiários que, apesar de receber os pagamentos, não cumpriam com as respectivas jornadas de trabalho. As investigações revelaram ainda a existência de funcionários "fantasmas", que supostamente exerciam os plantões, assinados por outros funcionários, o que caracterizou também falsificações e estelionato.

"Isso explica, por exemplo, o atendimento precário divulgado, inclusive, pela imprensa local nesse período. O mal causado por eles é irreparável", disse o chefe do Gaeco, o promotor de Justiça Wellington dos Santos Veloso. Uma segunda vertente das investigações são as suspeitas de fraudes em licitações, com favorecimentos de empresas específicas e compras irregulares, o que acredita-se ter comprometido o atendimento estrutural do hospital, inclusive com a disponibilidade de próteses de materiais precários. "Há provas documentais, ligações e testemunhos de que muitos médicos tinham três ou quatro vínculos empregatícios, o que evidencia a incapacidade de exercer as funções, ao mesmo tempo e em locais diferentes", destacou o promotor.

Prisões
Foram expedidos mandados de prisão temporária também para Célia Chaib Arbage Romani, Marcia Regina Leite Ramos, Tânia Aparecida Lopes, Tarley Eloy Pessoa De Barros, Kleber Castilho, Maria Helena Pires Alberici, Vera Regina Boendia Machado Salim (esposa de Ricardo Salim), Edson Brito Aleixo e Edson da Silva Leite. Apenas Tania Maris De Paiva não foi presa ainda porque não foi localizada. Dentre essas prisões, apenas a de Heitor Consani foi feita em Sorocaba, onde ele reside. Segundo o titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) Sorocaba, José Urban Filho, Consani foi preso em casa, pela manhã, sem resistência. Os demais foram presos, simultaneamente, em suas casas, na Capital. A participação dos envolvidos e suas respectivas funções, na quadrilha, não foram divulgadas.

"Essas prisões foram necessárias para o andamento das investigações", justificou o promotor. Ele acrescentou que há possibilidade de prorrogação no prazo de detenção, de cinco para dez dias, podendo ainda o mandado ser alterado para prisão preventiva por tempo indeterminado. Segundo Veloso, os presos responderão pelo crime de peculato, formação de quadrilha, crimes em licitação, quebra de sigilo da lei de interceptação, tráfico de influência e falsificação de documentos públicos e particulares. "É uma situação chocante. Há gravações que comprovam que muitos médicos não estavam nos plantões de corpo presente, mas recebiam o pagamento", disse o promotor.

Além das prisões, os 24 mandados de busca e apreensão foram feitos em residências e em outros 11 hospitais, situados na Capital e em Itapevi, como Ipiranga e Vila Nova Cachoeirinha, onde o objetivo foi apreender escalas de plantão e controle de ponto dos investigados. Ainda não há estimativa de quanto a quadrilha desviou do hospital, mas segundo a secretária-executiva do Gaeco, a promotora de Justiça Maria Aparecida Castanho, "foram milhões de reais". "Focamos nosso trabalho a partir de setembro de 2008, de acordo com as denúncias e documentos. Mas há contratos prorrogados anteriormente e que deverão ser analisados", afirmou ela. A estimativa do Ministério Público é de que mais de 300 mil pessoas que buscaram pelo atendimento no CHS no período de investigação e possivelmente foram lesadas. "Vamos investigar tudo, inclusive se forem pontuadas mortes ou casos excepcionais de mau atendimento", avisou Maria Aparecida.

Já segundo Veloso, ontem foi cumprida a primeira etapa da Operação Hipócrates, sendo agora a segunda etapa iniciada. "Sabemos que essas treze pessoas comandavam e desenvolviam o esquema. Mas estimamos que outras 40 pessoas estejam envolvidas no caso. A partir de agora faremos uma varredura nos documentos para localizar mais envolvidos; muitos já foram identificados", informou o promotor. Ao menos 20 delegados participaram da ação. O secretário da SSP, José Ferreira Pinto, acompanhou parte dos trabalhos, mas não quis falar sobre o assunto. De acordo com o delegado do GAS, Wilson Negrão, a partir de agora a Polícia Civil, juntamente com o MP, deverá analisar os documentos para formalização das denúncias.




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