A preferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos aviões de combate franceses impediu um negócio multimilionário para a empresa americana Boeing, segundo mensagens diplomáticas divulgadas neste domingo.
Vários jornais ao redor do mundo publicaram outra rodada de mensagens trocadas entre as embaixadas dos Estados Unidos e o Departamento de Estado americano, vazadas pelo site WikiLeaks.
Em janeiro, uma mensagem da embaixada dos EUA em Brasília ao Departamento de Estado indicou que Lula "não esconde que prefere a Dassault", em referência aos aviões Rafale de combate fabricados pela empresa francesa.
A americana Boeing propôs ao Brasil a venda de 36 de seus aviões de combate Super Hornet F-18, negócio que é disputado ainda pela empresa sueca Saab AB.
Outra mensagem diplomática divulgada pelo WikiLeaks relata uma reunião mantida em agosto de 2009 entre funcionários militares dos Estados Unidos e do Brasil e mostra o descontentamento do Governo brasileiro pela interferência americana na venda de aviões Super Tucanos, da Embraer, à Venezuela.
Uma mensagem do embaixador americano na França, Charles Rivkin faz referência ao que descreve como "romance" nas relações de Lula com o presidente francês, Nicolas Sarkozy.
"Sarkozy se reuniu com Lula quatro vezes em 2008 e presidiu quatro cúpulas bilaterais em 2009", assinala a mensagem de Rivkin. "Esta relação especial, esta amizade estreita entre o dinâmico Sarkozy e o carismático e popular Lula é muito curiosa se for levado em conta que o presidente do Brasil não fala inglês nem francês, e ambos se comunicam com intérpretes".
Outro documento americano de novembro de 2009 indica que a França está convencida de ter vencido a disputa pela venda dos aviões de combate.
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