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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Urubus ideológicos

  • Guilherme Fiuza

    Guilherme FiuzaJornalista, é autor de Meu nome não é Johnny, que deu origem ao filme. Escreveu também os livros 3.000 Dias no Bunker, reportagem sobre a equipe que combateu a inflação no Brasil, e Amazônia, 20º Andar, a aventura real de uma mulher urbana na floresta tropical. Em política, foi editor de O Globo e assinou em NoMínimo um dos dez blogs mais lidos nessa área. Este espaço é uma janela para os grandes temas da atualidade, com alguma informação e muita opinião.

seg, 18/01/10
por gmfiuza |

O que faltava ao Haiti, depois da miséria e do terremoto? Só o vôo estiloso dos urubus de carteirinha.

Não se podia esperar nada diferente da atual política externa brasileira, essa usina de paranóia anti-americana. Amorim, Top Garcia e demais menudos bolivarianos, com o reforço de Jobim, o eterno candidato a comandante de alguma coisa, estão dando um show.

A prioridade é clara, como Lula acaba de enfatizar: gritar aos quatro ventos que o Brasil é mais importante que os Estados Unidos na ajuda ao Haiti.

O próprio presidente haitiano já está apelando. Pede por favor que as nações amigas parem de brigar pela liderança da bondade e se concentrem em ajudar – porque a ajuda está uma bagunça.

Mas vai ser difícil. O ministro Nelson Jobim, aquele que dá cotoveladas por um holofote de tragédia – como no desastre da Air France –, já chegou ao local do terremoto fazendo política. Em meio aos escombros, sua obsessão era mandar recados às autoridades americanas de que quem manda ali é o Brasil. Miséria é isso aí.

O filho do Brasil, do alto do palanque do qual nunca saiu, já tomou posse do Haiti. Se o mundo está olhando para lá, a hora é essa.

Lula diz que tem soldados lá há anos e assume a paternidade pela organização da reconstrução. Considerando o estado de coisas em Porto Príncipe e adjacências, alguns palmos abaixo do caos, dá para reconhecer o DNA.

Como sempre, o presidente brasileiro tem um slogan. O da vez é arrotar o cheque de 15 milhões de dólares entregue aos haitianos. E gritar que os outros têm que coçar os bolsos (como se estivesse todo mundo de mão fechada). Como é simples e mágico, o reino da DisneyLula.

Uma boa idéia seria pedir, com jeitinho, que o amigo Sarney devolvesse o milhão e meio que subtraiu da Petrobras, com sua bênção. Já dava para pôr de pé a igreja onde morreu Zilda Arns.




Sulamérica Trânsito












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