O PT deve encerrar de vez a tradição de ser um partido democrata, aberto ao diálogo das inúmeras tendências e grupos ideológicos que o compõem, no domingo 22, quando ocorrem as eleições internas da legenda. Ao contrário de anos anteriores, antes mesmo de os votos chegarem às urnas o resultado das eleições não é segredo para ninguém. O ex-senador José Eduardo Dutra, da corrente "Construindo um Novo Brasil" (CNB), será o novo presidente do partido, de acordo com a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em Estados onde a aliança com o PMDB está mais ameaçada, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará, Lula também indicará quem serão os presidentes regionais. O fim da democracia petista tem um só objetivo: azeitar a máquina partidária com vistas a fortalecer a estratégia de tornar a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a sucessora de Lula. "Uma vitória de candidatos que defendem a tese da aliança com o PMDB em vários Estados é uma sinalização fundamental para 2010", afirma o coordenador nacional das eleições da CNB, Francisco Rocha. Segundo ele, a conquista da maioria dos diretórios por parte da CNB daria ainda mais força para Lula moldar os palanques regionais. A tese foi repetida por Dutra durante a campanha. "A continuidade do nosso projeto político em 2010 dependerá da capacidade de agregar forças de centro, principalmente o PMDB", disse. No Rio de Janeiro, por exemplo, Lula apoia a chapa do deputado federal Luiz Sérgio, que é a favor da reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB), contra a candidatura do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT-RJ). A estratégia de campanha dos adversários de Dutra é mostrar que uma vitória da CNB é um risco à imagem do partido, ao reabilitar antigos dirigentes que estiveram envolvidos direta ou indiretamente com o mensalão, como o ex-ministro José Dirceu, os deputados José Genoino, José Mentor e João Paulo Cunha. Caso Dutra obtenha 60% dos votos, terá o direito de indicar a mesma proporção de dirigentes nacionais. "O que está em jogo agora é o controle do partido nas eleições de 2010 e se o PT se inclinará a favor de uma aliança estratégica com o PMDB", alerta o secretário de relações internacionais, Valter Pomar, da corrente "Esquerda Socialista", cuja candidata é a deputada estadual Iriny Lopes (ES). Foto: Anderson Schneider/ Istoé dinheiro
Em eleições de cartas marcadas, José Eduardo Dutra será eleito o novo presidente nacional do PT
Claudio Dantas Sequeira
segunda-feira, 23 de novembro de 2009, 20:57 | Online
De acordo com resultados preliminares das eleições internas do partido, ex-senador será o sucessor de Berzoini
Vera Rosa, de O Estado de S.Paulo
Em boletim divulgado às 18h41 desta segunda-feira, 23, com 40,95% dos votos apurados, Dutra já havia conquistado 54,7% das preferências. O porcentual correspondia a 110.358 votos. Embora a apuração ainda não tenha terminado, a vitória de Dutra - que já presidiu a Petrobrás e a BR Distribuidora - era dada como certa pela cúpula do PT. O deputado José Eduardo Martins Cardozo (SP), da chapa Mensagem ao Partido, ficou em segundo. Na noite desta segunda, o terceiro lugar ainda era disputado palmo a palmo entre os deputados Geraldo Magela e Iriny Lopes.
Apesar dos apelos de Lula por palanques unitários nos Estados, em defesa da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a disputa reforçou a tese da chapa própria em Minas e no Rio. "Não é o processo ideal, mas não haverá enquadramento", avisou Dutra, que só assumirá a candidatura em 10 de fevereiro, na festa de 30 anos do PT.
O ex-presidente da Petrobrás foi o escolhido pelos principais líderes petistas para liderar o partido ao longo do processo eleitoral de 2010. Lula declarou voto em Dutra, assim como o deputado cassado José Dirceu e a pré-candidata do partido à Presidência, Dilma Rousseff.
O PT votou para escolher um novo presidente nacional de olho nas eleições presidenciais do ano que vem. O eleito terá de unificar o partido em torno da candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para a primeira eleição nacional da história da sigla sem o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas cédulas.
Os militantes também escolheram novos presidentes estaduais e municipais para a sigla. Os mandatos têm validade de dois anos.
O ex-senador terá a difícil tarefa de costurar a aliança entre o PT e o PMDB em níveis nacional e estadual. Isso porque, apesar da pré-aliança firmada entre dirigentes dos dois partidos em nível federal, PT e PMDB deverão lançar candidatura própria ou apoiar candidatos de oposição ao governo Lula no Acre, Bahia, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Em entrevista coletiva após votar, em Brasília, Lula não descartou dificuldades na formação dos palanques estaduais. Mas apresentou uma solução para quando houver divergências: "Não tenho mais ilusão quando se trata das disputas locais. Por mais que a gente oriente as pessoas que o que deve prevalecer é um projeto nacional, normalmente o que tem acontecido é que cada um olha para o seu umbigo e prevalecem as questões dos Estados", afirmou. "O que é importante é que, se houver divergência na base aliada nos Estados, isso não seja impeditivo para a ministra Dilma ter dois ou mais candidatos", completou Lula.
Dirceu
Assim como o favoritismo de Dutra, é dado como certo que o processo eleitoral do PT deverá dar novo fôlego para o grupo político próximo ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Membro da chapa de Dutra, ele já trabalha nos bastidores para viabilizar a candidatura de Dilma.
Dirceu foi denunciado pelo Ministério Público e responde a processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta participação no esquema de compra de votos de parlamentares em troca de apoio ao governo, no chamado esquema do mensalão.
Após votar nas eleições do PT, a ministra defendeu o ministro. Para ela, nenhum dos acusados de participar do esquema foi julgado ou condenado em definitivo pelo STF, o que impede a formação de qualquer juízo de valor. "Ninguém pode ser cassado a priori. Eu acho que nós demos um passo grande no Brasil, quando se compara a outros países do mundo, e dizemos que somos uma das maiores democracias do mundo", afirmou Dilma.
A ministra destacou ainda que o PT procede de forma correta ao aceitar a participação de José Dirceu e de outros petistas acusados pelo Ministério Público nas chapas que disputam o comando do diretório nacional. Segundo ela, o partido deve adotar a prática da presunção da inocência.
Após votar, em São Paulo, Dirceu declarou que, apesar de seu nome estar na chapa, não está no diretório. "Se vou para o diretório ou não é para ser definido em fevereiro", explicou.
São Paulo
No Estado de São Paulo, filiados de mais de 500 municípios votarão para escolher novos dirigentes em todos os níveis. Os candidatos à presidência do Diretório Estadual do partido são o atual presidente Edinho Silva, que concorre à reeleição com os candidatos José Carlos Miranda, Renato Simões e Misa Boito.
Na Capital, os candidatos à presidência do PT são os petistas Jair Tatto, atual secretário de organização do PT-SP, Flávia Pereira, ex-vereadora pelo PT, o atual vereador Antônio Donato e o arquiteto e professor da USP Nabil Bonduki.
Com informações do estadao.com.br
Lula acumula: -Aposentadoria por invalidez,aposentadoria de Aposentadoria por invalidez, Pensão Vitalícia de "perseguido político" isenta de IR, salário de presidente de honra do PT, salário de Presidente da República. Você sabia??? Sphere: Related Content