Dalva e Herivelto: Uma Canção de Amor, TV traz Urca de volta no tempo

Urca volta no tempo para ambientar minissérie

Estado acompanha um dia de gravação de 'Dalva e Herivelto', trama que estreia na Globo em janeiro

Alline Douroiz - O Estado de S.Paulo

RIO - Atrás do Pão de Açúcar, no bairro da Urca, no Rio, a pequena Praia Vermelha é um dos poucos cenários da cidade que ainda podem fazer a cabeça viajar para as décadas de 30 e 40. É por isso que o local, margeado por um antigo calçadão, no último mês virou set de Dalva e Herivelto: Uma Canção de Amor, minissérie prevista para estrear na Globo na primeira semana de janeiro.




Fábio Assunçõ, Festival de Cinem Rio 2009

Maria Fernanda Cândido e Fábio Assunção durante intervalo na gravação de "Dalva & Herivelto: Uma Canção de Amor". Foto: Marcos de Paula/AE

Fábio e Maria Fernanda, que interpreta a terceira mulher do compositor, Lourdes, cumprimentam o diretor, Dennis Carvalho. Foto: Marcos de Paula/AE

Com medo dos papparazzi, Maria Fernanda só tirou o roupão quando já estava na areia. Foto: Marcos de Paula/AE

Por causa do vento do mar, o cabelo de Fábio teve de ser retocado várias vezes, assim como o bigode. Foto: Marcos de Paula/AE

Técnicos preparavam a Praia Vermelha, na Urca, para cena ambientada no ano de 1946. Foto: Marcos de Paula?AE

Nove carros antigos foram usados no calçadão, para compor o cenário da época em que o Rio era capital do País. Foto: Marcos de Paula/AE

Figurantes trajados como em 1946 arrepiavam-se por causa do vento, enquanto esperavam a gravação começar. Foto: Marcos de Paula/AE


Trilho foi montado na areia para captar cena de Herivelto e Lourdes. Foto: Marcos de Paula/AE



Também participa das gravações o ator mirim Andrei Soares. Foto: Marcos de Paula?AE

O diretor de núcleo, Dennis Carvalho. Foto: Marcos de Paula?AE

Fábio Assunção e Gabriel Moura, em cena em que Herivelto discute com o filho Pery Ribeiro, na praia. Foto: Marcos de Paula/AE

Multidão se aglomera para ver Fábio Assunção, após gravações. Foto: Marcos de Paula/AE

Rio volta a ser capital para canções de Dalva

Estado acompanha as gravações da série que estreia na Globo em janeiro, com Fábio Assunção como Herivelto Martins e Adriana Esteves como Dalva de Oliveira

Alline Dauroiz, RIO

Atrás do Pão de Açúcar, no bairro da Urca, no Rio, a pequena Praia Vermelha é um dos poucos cenários da cidade que ainda podem fazer a cabeça viajar para as décadas de 30 e 40. É por isso que o local, margeado por um antigo calçadão, há duas semanas virou set de Dalva e Herivelto: Uma Canção de Amor, minissérie prevista para estrear na Globo em janeiro.

Com a era do rádio de pano de fundo, a trama de Maria Adelaide Amaral conta, em cinco capítulos, a história de dois dos maiores nomes do samba-canção brasileiro. Interpretada por Adriana Esteves, a vida da cantora tem ênfase na história, que se passa entre seu nascimento, em 1917, e 1972, quando ela morreu. Fábio Assunção retorna à telinha como o cantor e compositor Herivelto, após passar um ano afastado da profissão, em período que ele dedicou a um tratamento para se tratar de dependência química.

Em um intervalo da gravação, o diretor de núcleo, Dennis Carvalho, diz que incentivou o amigo a voltar à TV e reclama da dificuldade de encontrar lugares no Rio que conservem características da época, sem que se tenha de retirar um ar condicionado ou outra peça moderna.

Além da carreira dos artistas, desde a época em que se conheceram, em 1936, passando pelo Trio de Ouro com o cantor Nilo Chagas, a minissérie vai mostrar a paixão do casal e os conflitos conjugais, inspiração para muitas canções e barracos públicos.

É aí que entra a figura de Lurdes, aeromoça interpretada por Maria Fernanda Cândido. De uma das aventuras extraconjugais de Herivelto, Lurdes passou a ser o motivo do divórcio dos cantores e se tornou a terceira mulher do compositor. "Ela foi uma mulher muito generosa e agregadora", defende Maria Fernanda após gravar na praia uma cena ambientada em 1946, sugerida à autora por Fábio Assunção. Durante as pesquisas, o ator encontrou um poema para Lurdes escrito em um papel de pão e ficou encantado. Maria Adelaide transformou a ideia na cena em que Herivelto encontra a moça na praia, com o filho do primeiro casamento dela, e lhe entrega o poema de amor.

SEM IMITAÇÃO

Na tarde em que o Estado acompanhou as gravações, o sol fraco e a brisa forte arrepiavam os 52 figurantes com trajes de banho da época e muito gel no cabelo. Estacionados, Chevrolets das décadas de 30 e 40, um Ford A 1929, Mercedes e um Packard azul 1939, réplica do carro de Herivelto, compunham o cenário do calçadão. Todos tinham placa do Distrito Federal, memória da época em que o Rio era a capital do País.

Além da cena com Maria Fernanda, Assunção gravou com Gabriel Moura e Yago Machado, meninos que interpretam os filhos de Herivelto com Dalva, Pery e Bily Ribeiro crianças.

Com receio dos paparazzi, que queriam clicá-la de maiô, Maria Fernanda só surgiu depois de toda a produção pronta, com um roupão retirado apenas quando já estava sentada na areia. Um anel com a letra L e um relógio que pertenceram a Lurdes compunham o figurino.

Visivelmente mais cheinho, de bigodes retocados com rímel escuro e entradas no cabelo feitas sob encomenda, Assunção trajava terno de linho, suspensórios e sapatos estilo Oxford, além de usar réplica dos colares de umbanda do compositor.

Diferentemente de Adriana, dublada nas cenas em que Dalva canta, Assunção vai tocar violão e cantar. Para isso, desde julho faz aulas de canto e samba no violão, mas garante que não tenta imitar o compositor. "Eu me sinto artificial se faço muitos trejeitos e tipos", diz. "Prefiro mostrar o Herivelto na humanidade que captei dele do que ser igual a ele", revela o ator, enquanto uma multidão de fãs, meninas e senhoras histéricas, o aguardavam aos gritos.

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