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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Novas drogas podem atacar a gripe, mas não a tempo


The New York Times
Andrew Pollack
Além das vacinas que visam prevenir a gripe, novas drogas estão a caminho para tratá-la assim que atacar. Mas não está claro se chegarão a tempo de fazer a diferença na contenção da pandemia da gripe H1N1.

Novas drogas são necessárias, disseram pesquisadores, porque há no momento apenas quatro drogas aprovadas para gripe que funcionam com apenas dois mecanismos diferentes. E muitas variedades da influenza já são resistentes ou aos medicamentos mais velhos, amantadina e rimantadina, ou ao Tamiflu, um medicamento razoavelmente mais novo.
  • Bebeto Matthews/AP

    Não está claro se as drogas chegarão a tempo
    de fazer a diferença na contenção da pandemia




O vírus da pandemia de H1N1, também conhecida como gripe suína, é resistente aos dois medicamentos mais velhos. Há apenas casos esporádicos de resistência ao Tamiflu até o momento. Mas se essa resistência se espalhar, restaria apenas um medicamento eficaz -o Relenza, que é menos conveniente de usar porque precisa ser inalado em vez de ingerido.

As novas drogas mais próximas de chegar ao mercado são provavelmente variações ou combinações das drogas existentes. Em uma conferência em San Francisco na semana passada, organizada pela Sociedade Americana de Microbiologia, os pesquisadores apresentaram dados a respeito de algumas das novas abordagens.

Entrega diferente
O peramivir é uma droga que funciona da mesma forma que o Tamiflu e o Relenza, mas é ministrado de forma intravenosa.

Infusões ministram doses mais rápidas da droga para pacientes gravemente doentes. Uma droga intravenosa também poderia ser usada por pacientes que não podem ingerir as cápsulas do Tamiflu ou inalar o Relenza.

Um estudo conduzido na Ásia mostrou que uma única infusão de 15 a 30 minutos de peramivir foi equivalente a um tratamento de cinco dias de Tamiflu no alívio dos sintomas da gripe sazonal.

Nos Estados Unidos, o peramivir dificilmente será usado para tratamento de rotina de gripe sazonal ou pandêmica, em parte porque os médicos do atendimento primário de saúde não ministrarem medicamentos intravenosos. Ele seria reservado para os pacientes gravemente enfermos nos hospitais, uma necessidade nem sempre bem atendida pelos medicamentos existentes.

O dr. Frederick G. Hayden, um virologista da Universidade da Virgínia, disse que um medicamento ministrado de modo intravenoso "proporciona rapidamente uma grande concentração no plasma e faz muito sentido". Mas ele disse que o peramivir não parece funcionar tão bem contra as infecções resistentes ao Tamiflu.

A BioCryst Pharmaceuticals de Birmingham, Alabama, que está desenvolvendo o peramivir com recursos federais, está planejando um teste clínico em pacientes hospitalizados para obter aprovação regulatória.

Mas ela espera que, enquanto isso, o governo estocará o medicamento e permitirá que seja usado durante a pandemia, sob a chamada autorização de uso emergencial.

Força nos números
Uma combinação de três drogas é o tratamento padrão para HIV e Aids. A Adamas Pharmaceuticals de Emeryville, Califórnia, espera que uma combinação tripla também funcione para a gripe.

A combinação da empresa consiste de dois medicamentos existentes para gripe, a amantadina e o oseltamivir (Tamiflu), assim como a ribavirina, um medicamento antiviral que faz parte do tratamento padrão contra hepatite C. As três drogas funcionam por mecanismos diferentes no ataque ao vírus.

Em testes usando culturas de células, a combinação tripla foi mais eficaz do que qualquer combinação de duas drogas, informou Mark Prichard, da Universidade do Alabama, em Birmingham. Isso valeu mesmo contra vírus que eram resistentes ao Tamiflu ou à amantadina. De certa forma, a combinação pareceu reverter a resistência à essas drogas.

Por que isso funciona?
"Francamente, nós não sabemos", disse Prichard.

A Adamas planeja apresentar dados dos testes em animais em breve e está começando a testar em pessoas. Logo, o medicamento não será aprovado para uso nesta temporada de gripe.

Como todas as três drogas já estão no mercado, em teoria um médico poderia prescrever a combinação. Mas os executivos da Adamas alertam que eles utilizam doses diferentes daquelas disponíveis comercialmente. As doses foram escolhidas para propiciar a melhor eficácia e minimizar efeitos colaterais, como a anemia que pode ser causada pela ribavirina.

Visando o hospedeiro
A maioria das drogas antivirais visam o vírus - tentando, por exemplo, desativar uma enzima produzida pelo patógeno.

A NexBio, uma pequena empresa de San Diego, está visando o hospedeiro. Ela desenvolveu uma droga que quebra o açúcar nas células respiratórias humanas que funcionam como campo de pouso para o vírus da gripe. Isso dificulta para o vírus se ligar às células e infectá-las.

A vantagem do bloqueio de uma molécula humana é que ela não costuma sofrer mutação. Assim, fica mais difícil para o vírus se tornar resistente à droga. Quando a droga ataca uma proteína viral, o vírus que se reproduz rapidamente pode desenvolver uma mutação que muda a proteína de forma a lhe conferir resistência à droga.

O risco de visar o hospedeiro é a maior possibilidade de efeitos colaterais. As moléculas do corpo não estão lá apenas para servir de porta para os vírus. Elas geralmente têm alguma função, que poderia ser perturbada pela droga. O açúcar ao qual o vírus da gripe de liga, chamado ácido siálico, tem várias funções no sistema imunológico e no metabolismo.

A NexBio diz que sua droga, chamada DAS181 ou Fludase, é inalada e não se espalha muito além do trato respiratório, minimizando os efeitos colaterais.

Tradução: George El Khouri Andolfato







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