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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Falta comida na embaixada do Brasil em Honduras


Manuel Zelaya na embaixada do Brasil em Honduras

Itamaraty diz que cerca de 70 pessoas estão na embaixada

Depois do corte de água, energia e telefone, que já foram parcialmente reestabelecidos, a falta de alimentos começa a afetar as pessoas que se refugiaram na embaixada do Brasil em Tegucigalpa acompanhando o presidente deposto Manuel Zelaya, que retornou ao país na segunda-feira, depois de mais de três meses no exílio.

A assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores disse à BBC Brasil que a comida já era pouca desde a noite da segunda-feira. A situação se agravou nesta terça-feira, quando militares sitiaram a sede da diplomacia brasileira no país reprimindo os manifestantes que estavam nos arredores.

A entrada e saída de pessoas é proibida porque está em vigor um toque de recolher, prorrogado até as 6h da quarta-feira.

O padre Andres Tamayo, que acompanha Zelaya na embaixada, disse à BBC Brasil que a situação no interior do edifício "é grave".

"Depois de asfixiar-nos com gás lacrimogêneo, começamos a sofrer com a falta de água e de comida", afirmou.

Tamayo disse que durante a tarde alguns manifestantes conseguiram romper o cerco militar e passaram um pouco de alimentos e água potável pelos portões da sede diplomática.

"Mas ainda é insuficiente, somos 300 pessoas confinadas aqui e o pouco que as pessoas podem trazer, vamos repartindo", disse.

O Itamaraty nega que a embaixada esteja abrigando tantas pessoas. O próprio chanceler Celso Amorim disse nesta terça-feira em Nova York que apenas cerca de 70 pessoas estão no local.


Tensão

A assessoria do Itamaraty também confirmou que a única comida que havia chegado à embaixada brasileira foi levada para lá por manifestantes.

Além de Zelaya, estão no prédio o encarregado de negócios da embaixada brasileira, Francisco Catunda Rezende, quatro funcionários brasileiros, simpatizantes de Zelaya e membros de seu gabinete.

O padre Tamayo disse que o clima no interior da embaixada é de tensão. "Estão todos muito nervosos, os militares continuam lá fora e as ameaças de que vão invadir a embaixada continuam."

Apesar da pressão militar, a vice-chanceler do governo interino de Honduras, Martha Alvarado, disse que o Exército não pretende invadir a sede diplomática brasileira.

Também de dentro da embaixada brasileira, o jornalista americano Andrés Contreras disse que a "repressão de hoje de manhã foi brutal, mas nada se comparada com o que fizeram lá fora".

Mortos

De acordo com o presidente do Comitê para a Defesa dos Direitos Humanos, Andrés Pavon, duas pessoas foram mortas durante a ação militar que expulsou milhares de manifestantes dos arredores da embaixada. A informação não foi confirmada oficialmente.

"Outras centenas de pessoas, entre pelo menos 30 feridos, estão detidas em cárceres improvisadas em centros esportivos, custodiadas por militares, violando claramente a legislação", disse Pavón à BBC Brasil.

A polícia afirma que 150 pessoas foram presos após os distúrbios em frente à embaixada brasileira. Já organizações de direitos humanos como Codeh e Cofadeh, falam de pelo menos 300 detidos.

O presidente do Codeh disse ainda que está negociando com chefes militares uma autorização para ingressar alimentos à embaixada do Brasil e a possível saída de um grupo de pessoas.

"É um estado absoluto de impunidade e brutalidade. Não temos garantias de direitos algum", acrescentou.

Os aeroportos de todo o país continuam fechados.

O governo interino responsabilizou, na segunda-feira, a Zelaya e ao governo do Brasil por atos de violência que ocorressem em decorrência do retorno do presidente deposto e de seu refúgio na embaixada do Brasil.

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