A investigação da Polícia Federal na Operação Castelo de Areia contou com grampos em salas da cúpula da construtora Camargo Corrêa, informa a coluna de Mônica Bergamo, publicada nesta quarta-feira pela Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
Segundo a coluna, a escuta ambiental e nos telefones da construtora foram autorizados pela Justiça.
A operação resultou na prisão de dez pessoas, entre elas quatro diretores e duas secretárias da construtora Camargo Corrêa e três doleiros. Segundo a PF, um dos articuladores do esquema também foi preso.
Segundo a PF, a operação foi deflagrada para desarticular uma suposta quadrilha inserida na construtora. A investigação, que já dura um ano, envolveu dez investigadores, mas a operação de ontem contou com os trabalhos de aproximadamente cem pessoas.
Ao todo, foram expedidos dez mandados de prisão --três temporárias (de um diretor e duas secretárias da construtora) e as demais preventivas-- e 16 mandados de busca e apreensão. No Rio de Janeiro, a PF apreendeu R$ 1,5 milhão em espécie em escritórios de doleiros.
As investigações também menciona sete partidos políticos que podem ter recebido doações ilegais da empreiteira Camargo Corrêa nas eleições de 2008.
A polícia gravou legalmente a conversa do diretor da Camargo Corrêa, Pietro Francisco Brunato Giavina Bianchi, com assessores e funcionários de alto escalão da empresa. Nos diálogos, eles tratam da distribuição de dinheiro a diversos partidos políticos nas eleições do ano passado.
São mencionados o PSDB, PS, PPS, PSB, PDT, DEM, PP e o PMDB do Pará, que, de acordo com a investigação, teria recebido R$ 300 mil. Os valores supostamente recebidos pelos demais partidos não foram mencionados. O PS ainda não tem registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
De acordo com o texto, a entrega desse dinheiro foi intermediada "direta ou indiretamente" pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Em nota, a Fiesp afirma que é uma entidade apolítica e independente, voltada aos interesses coletivos da indústria paulista e da sociedade brasileira, e diz não temer qualquer investigação.
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