A sentença judicial condenatória da 2ª Vara da Justiça Federal, em Guarulhos (Grande SP), que pediu a prisão de Eliana Tranchesi, dona da Daslu, e outras seis pessoas condena a empresária a 94 anos de reclusão por crimes financeiros, segundo informações obtidas pela Folha Online.
A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira Tranchesi e outras duas pessoas acusadas de crimes financeiros --Antonio Carlos Piva de Albuquerque, irmão de Eliana e ex-diretor financeiro da butique, e Celso de Lima, da importadora Multimport.
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Entenda o caso de fraude e sonegação na Daslu
Ao todo são sete mandados de prisão expedidos, mas apenas três foram efetuados até agora --dois ainda estão em curso, segundo a PF, sendo que outros dois envolvidos já são considerados foragidos.
Eliana Tranchesi foi enviada provisoriamente ao presídio feminino do Carandiru, na zona norte de São Paulo. A defesa dela, porém, entregará ainda hoje à Justiça um laudo médico sobre a gravidade do estado de saúde dela. A empresária está sob tratamento de quimioterapia para combater um câncer.
Segundo a Folha Online apurou, o laudo explicará que a saúde da empresária está tão fragilizada que ela corre risco de morte caso não seja solta imediatamente. Eliana Tranchesi descobriu um câncer no pulmão esquerdo, do qual retirou um tumor, após o escândalo da fraude nas importações na Daslu, em 2005.
Por meio de nota, a advogada de Tranchesi, Joyce Roysen, afirmou que a prisão da empresária é "excêntrica" e "inconstitucional". A defesa destaca que a prisão não poderia ter sido decretada porque a decisão da 2ª vara é de primeira instância e ainda cabe recurso.
Roysen diz ainda que sua cliente enfrenta sérios problemas de saúde. "Há um fato que torna a prisão ainda mais cruel: como é sabido, Eliana está novamente enfrentando um momento difícil na sua luta contra o câncer. No último sábado ela realizou mais uma sessão de quimioterapia, está fragilizada, e deverá se submeter periodicamente a novas sessões", afirma Roysen.
*Denúncia.
O Ministério Público Federal pediu a condenação do grupo em abril do ano passado por sonegação fiscal (descaminho), formação de quadrilha e falsificação de documentos após a conclusão das investigações da operação Narciso, deflagrada em 2005.
Na época, o MPF informou que, caso Tranchesi fosse condenada por todos os crimes denunciados, a pena chegaria a 21 anos de reclusão.
A maior butique de luxo do país é acusada de importação irregular. A empresa teria construído um esquema para subfaturar importações com o objetivo de sonegar impostos.
No esquema, a Daslu seria a responsável pela negociação, compra, escolha e pagamento de mercadorias no exterior e, após tais atos, entravam em cena as importadoras ("tradings"), que eram responsáveis pela falsificação de documentos e faturas destinados a permitir o subfaturamento do valor das mercadorias.
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