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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Em novo disco do U2, Bono aparece como cantor mais maduro


Capa do álbum "No Line in the Horizon", trabalho mais recente do grupo irlandês U2


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SYLVIA COLOMBO
da Folha de S.Paulo

Previsto para ser lançado em 27 de fevereiro, com um show fechado em Londres, e em 3 de março, no mundo todo, o 12º álbum do U2 escapou das mãos daqueles que tentavam guardá-lo até lá e vazou, anteontem à tarde, inteirinho, na internet.

20.fev.2006/Victor R. Caivano/AP
Bono Vox, vocalista do U2, durante show da banda em São Paulo (SP)

"No Line on the Horizon" traz os irlandeses galgando um novo patamar de sua própria história. Em 11 faixas, enveredam pelo tipo de canção etérea, épica, marcada pela guitarra autoral de Edge e que caracterizou especialmente álbuns como "The Unforgetable Fire" (1984) e "All that You Can't Leave Behind" (2000).

Bono, por sua vez, prefere dispensar a aura messiânica que aborrece tanto seus críticos e apresenta-se como um cantor mais maduro e sofisticado, que veste vários disfarces.

Em entrevista recente à revista britânica "Q", o cantor disse: "Estou cansado de Bono e eu sou ele". A saída para seu peculiar dilema ególatra foi inventar personagens. Isso acontece em "Cedars of Lebanon", em que encarna um correspondente de guerra, ou "White As Snow", sobre um soldado no Afeganistão --duas faixas de conotação mais política.

Realizado no Marrocos, em Paris, Nova York e Londres, "No Line on the Horizon" reúne como produtores antigos parceiros de Bono, Edge, Larry Mullen Jr. e Adam Clayton.

Após uma experiência frustrada com o estrelado Rick Rubin (que trabalhou com artistas pop como Justin Timberlake e Green Day), o grupo voltou a ter como parceiros Brian Eno, Daniel Lanois e Steve Lillywhite, responsáveis por lapidar sua sonoridade no passado.

Trata-se, ainda, do disco que levou mais tempo para ser concebido, cinco anos --o último havia sido "How to Dismantle an Atomic Bomb" (2004).

O vazamento desta semana não é o primeiro da mais recente obra. A história é curiosa. Em agosto do ano passado, fãs ouviram, do lado de fora da casa de férias de Bono, na costa da França, o vocalista cantando, em voz alta, músicas inéditas. Colocaram-nas imediatamente na internet, mas a gravadora conseguiu retirá-las do ar.

Nova virada

Divulgação


Ao longo de sua existência, a banda irlandesa tem se reinventado a cada disco, propondo transformações artísticas e no visual. Em dois momentos, porém, essas viradas foram mais drásticas. O primeiro, em 1987, com "The Joshua Tree", em que selou laços com os EUA e consolidou a atmosfera religiosa de seu universo, criando hits como "Where the Streets Have No Name" e "I Still Haven't Found what I'm Looking For".

O segundo ocorreu em 1991, com o ambicioso "Achtung Baby". Os quatro apareceram repaginados, num look meio futurista. Musicalmente, arriscavam produzir uma ambientação sombria e eletrônica.

"No Line on the Horizon" é a terceira grande guinada da carreira da banda. Aqui, tentam superar a própria grandiosidade sonora e apostam em letras que buscam encerrar de modo poético a complexidade política e midiática destes tempos.

Com os integrantes beirando os 50 anos, o U2, ao contrário de muitos roqueiros veteranos, não se esforça para manter uma juventude artificial. Envelhece antenado à sua época.

No Brasil

O lançamento do disco no Brasil, pela Universal, será no dia 3 de março. Chegará em quatro formatos. Além da edição simples, haverá uma com minipôster e livro, e outras duas importadas, em caixas.

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