Qui, 19/02/09
Paula Oliveira foi indiciada pelo Ministério Público da Suíça e está proibida de deixar o país. O governo brasileiro já tinha dito a ela que fosse embora de lá, ou então se virasse sozinha. Vem coisa pesada por aí.
Se Paula tiver mesmo forjado a história do ataque nazista, o circo suíço já está pronto para a execração. É tudo que os conservadores locais querem: uma prova viva de que imigrante do terceiro mundo é estorvo.
Se direitos humanos significam alguma coisa para o governo brasileiro, é agora que ele tem que estar mais do que nunca ao lado de Paula.
A Procuradoria suíça afirma que a brasileira desmentiu sua própria história no dia 13. Anunciou isto quase uma semana depois, supostamente porque a imprensa vazou. Aparentemente, as autoridades suíças estão na dúvida se querem conduzir uma investigação sigilosa ou marketeira.
A questão da informação oficial na Suíça, é bom repetir, não é flor que se cheire. O principal banco do país acaba de fazer um acordo com os Estados Unidos para dedurar clientes americanos que esconderam 200 milhões de dólares do fisco em contas secretas. Primeiro a regra foi acobertar, depois a regra foi entregar – tudo devidamente abençoado pelas autoridades suíças, muito sensíveis às razões do dólar.
Se o Brasil se distrair, nesse processo contra Paula Oliveira vai aparecer de tudo. É capaz até de ela confessar que é membro da al-Qaeda.
Se a advogada brasileira, que tem vida limpa, teve um surto psicótico, aí mesmo é que seu país deve protegê-la. A não ser que só os virtuosos tenham direito a um julgamento justo, como se pregava no Terceiro Reich.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Cheiro de circo no ar
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GUILHERME FIUZA
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