Por Fabián Andrés Cambero
CARACAS (Reuters) - A Venezuela investiga militares ativos e da reserva por um suposto plano para matar o presidente esquerdista Hugo Chávez, que acusa os EUA e a oposição civil de participação।
Chávez disse que alguns oficiais envolvidos estavam detidos. "Que o país fique tranqüilo, porque neste momento está em marcha o plano de neutralização. Já neste momento na Direção de Inteligência Militar temos um grupo de oficiais da reformados e ativos que estão sendo interrogados", disse Chávez durante um ato transmitido em cadeia de rádio e TV.
O ministro da Defesa, Gustavo Rangel, esclareceu posteriormente que os militares estavam sendo interrogados, mas não havia mandado de prisão. Segundo ele, o grupo tentaria impedir as eleições regionais de novembro.
O polêmico programa "La Hojilla" ("A Folhinha"), exibido pela TV pública, divulgou na noite de quarta-feira gravações em que supostos militares reformados planejavam tomar o palácio do governo, matar Chávez e assumir o poder.
Durante a cadeia de rádio e TV, Chávez mostrou as gravações que sustentam a denúncia.
O dirigente oposicionista Manuel Rosales disse que as acusações são uma manobra do governo para distrair a atenção da eleição regional. "É uma cortina de fumaça. Se é assim, que apresentem provas, acusem quem tenham que acusar", disse o político, que duvidou que as gravações fossem recentes.
Chávez já sofreu uma tentativa de golpe que chegou a afastá-lo do poder em 2002, e em várias ocasiões denunciou ser vítima de complôs.
"O objetivo tem de ser uno, quer dizer, todo esforço por onde está o senhor [Chávez]. Se está [no palácio de] Miraflores, para lá todo o esforço", diz na gravação uma voz atribuída ao general reformado Eduardo Báez.
A gravação descreve também "uma possível operação chegando ele de viagem, explodi-lo, capturá-lo com aviões no ar, com tropas chegando aqui, da infantaria", diz um trecho da gravação, em que se comenta também o apoio de diversos militares da ativa e da reserva.
O chanceler Nicolás Maduro acusou a Casa Branca, os meios de comunicação e políticos de oposição de envolvimento no complô, mas não negou a existência de descontentamento entre oficiais.
"São pequenos grupúsculos de militares reformados que de alguma maneira captaram sob manobras, sob subornos, sob engano a um grupo muito pequeno que realmente está isolado dentro do componente militar", disse ele a jornalistas.
O ministro das Comunicações, Andrés Izarra, acusou o canal Globovisión e o jornal El Nacional de envolvimento com o suposto plano.
(Por Fabián Andrés Cambero, com reportagem adicional de Enrique Andrés Pretel)
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