Brown fez as declarações um dia antes de a UE discutir o assunto |
Os comentários foram feitos no jornal britânico The Observer neste domingo em meio a temores de que a Rússia venha a cortar o fornecimento de gás e petróleo à Europa devido à crise na Geórgia.
No sábado, Brown conversou por telefone com o presidente russo, Dmitry Medvedev, que procurou amenizar a tensão com a Europa ao sugerir a presença de observadores europeus na Geórgia.
Na segunda-feira, chefes de Estado da União Européia se reúnem para discutir a crise, intensificada na semana passada com o reconhecimento da independência, pela Rússia, das províncias separatistas georgianas Ossétia do Sul e Abecásia.
O conflito na região começou no dia 7 de agosto, quando a Geórgia tentou retomar o controle da Ossétia do Sul com uma ação militar e a Rússia contra-atacou.
"Quando a Rússia tem uma reclamação sobre um assunto como a Ossétia do Sul, deveria agir multilateralmente, por consenso, em vez de agir unilateralmente, pela força", disse Brown.
"A minha mensagem para a Rússia é simples. Se você quer ser recebido no topo de organizações como o G8 (grupo dos países mais industrializados), a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e a OMC (Organização Mundial do Comércio) você tem de aceitar que, com direitos, vêm também obrigações."
'Agressão russa'
"Nós queremos que a Rússia seja um bom parceiro no G8 e outras organizações, mas (o governo russo) não pode escolher que regras seguirá."
"É por isso que eu direi (no encontro da UE) que a Rússia deve aceitar a integridade territorial da Geórgia e os mecanismos internacionais para lidar com esse tipo de conflito e mover suas tropas para posições anteriores."
Brown disse que então, diante das ações russas, as relações do bloco com o país devem ser reavaliadas.
O primeiro-ministro britânico também disse que o encontro europeu deve "colocar urgência no trabalho sobre a agenda de energia da Europa". "Nós devemos estabelecer relações com outros produtores de petróleo e gás mais rapidamente", afirmou.
Para Brown, a Otan também deve reavaliar as relações com a Rússia.
"Nós devemos reavaliar as relações da aliança com a Rússia e intensificar nosso apoio à Geórgia e outros países que podem enfrentar a agressão russa."
'Risco de isolamento'
Mas Menzies Campbell, líder do Partido Liberal Democrata, de oposição, disse que pode ser perigoso isolar a Rússia.
"Eu acho que devemos deixar claro que não gostamos da forma como a Rússia tem agido", disse Campbell à BBC.
"Mas se ao fazer isso, de alguma forma ou com uma certa linguagem, nós levarmos a Rússia ao isolamento, será mais difícil lidar com o problema."
"Então, quando as pessoas falam em expulsar a Rússia do G8 e coisas do tipo, eu acho que elas têm de entender as possíveis conseqüências que isso terá nas atitudes do governo russo", completou.
Tensão
Enquanto isso, o ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, conversou com o ministro alemão Frank-Walter Steinmeier, sobre a crise na Geórgia.
Segundo o Ministério russo, os dois concordaram que existe a necessidade de "colocar um fim nas tentativas de usar a situação na Geórgia...para aumentar a tensão na Europa ao se especular sobre ameças não existentes a outros países que faziam parte da União Soviética."
A Geórgia cortou relações diplomáticas com a Rússia depois que o governo russo reconheceu a independência da Ossétia do Sul e Abecásia.
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