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terça-feira, 26 de agosto de 2008

Rússia reconhece Ossétia do Sul e Abkházia terça-feira, 26 de agosto de 2008 09:14 BRT

Por Denis Dyomkin

SOCHI, Rússia (Reuters) - O presidente russo, Dmitry Medvedev, desafiou a pressão ocidental e anunciou na terça-feira que seu governo decidiu reconhecer a independência de duas regiões separatistas da vizinha Geórgia.

"Assinei decretos sobre o reconhecimento por parte da Federação Russa da independência da Ossétia do Sul e a independência da Abkházia", disse Medvedev pela TV.

O Ocidente aconselhou fortemente a Rússia a respeitar a integridade territorial da Geórgia e não reconhecer a independência das províncias separatistas, que desde a década de 1990 já gozam de autonomia sob proteção de Moscou.

A decisão de Medvedev segue uma resolução aprovada na véspera pelo Parlamento russo, mas que não era de cumprimento obrigatório.

Temendo um agravamento da tensão internacional, os mercados reagiram negativamente à decisão. O índice RTS da bolsa moscovita caiu quase 6 por cento, puxada também pela queda na cotação do petróleo.

O vice-chanceler da Geórgia, Giga Bokeria, viu no reconhecimento russo uma "anexação visível" do território georgiano.

A França, que no começo do mês mediou um cessar-fogo entre Rússia e Geórgia na sua disputa pela Ossétia do Sul, também recriminou a decisão do Kremlin.

"Consideramos uma decisão lamentável, e relembro nosso apego à integridade territorial da Geórgia", disse um porta-voz da chancelaria em Paris.


Geórgia e Rússia travaram uma breve guerra neste mês, depois que Tbilisi enviou tropas para tentar recuperar o controle da república autônoma da Ossétia do Sul. A Rússia reagiu ocupando a Ossétia do Sul e partes da Geórgia propriamente dita.

Dmitry Rogozin, representante russo na Otan, disse que a atual situação remete às vésperas da Primeira Guerra Mundial, e que uma suspensão nas relações de Moscou com a aliança ocidental seria inevitável.

"A atual atmosfera me lembra da situação na Europa em 1914, quando, por causa de um terrorista, importantes potências mundiais entraram em confronto," disse ele ao jornal RBK, referindo-se ao assassinato do arquiduque austro-húngaro Francisco Ferdinando pelo militante nacionalista Gavrilo Prinzip, em Sarajevo, o que foi o estopim daquele conflito.

"Espero que Mikheil Saakashvili (presidente da Geórgia) não entre para a história como um novo Gavrilo Prinzip", acrescentou Rogozin.

(Reportagem de Oleg Shchedrov em Moscou)

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