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sábado, 17 de setembro de 2011

Sarney aniquilou o Maranhão, mas Dilma aceitou a indicação de Gastão Vieira




Texto publicado em 16 de Setembro de 2011 - 18h22

 

 
publicado originalmente em http://ucho.info
Exigir coerência na política é a mais impossível das tarefas, mas rasgar o próprio discurso é no mínimo algo vexatório para o chefe de uma nação. Como Luiz Inácio da Silva anunciou uma enxurrada de promessas e aquilo que foi cumprido não dá para encher um copo d’água, faltar com a palavra virou algo corriqueiro na seara da política verde-loura. Quando teve a vitória confirmada nas urnas e começou a formar sua equipe ministerial, ainda em 2010, Dilma Vana Rousseff disse, em alto e bom som, que só aceitaria pessoas com comprovada competência técnica.
Refém da base aliada, Dilma foi obrigada a se curvar diante das imposições dos partidos que lhe dão sustentação no Congresso Nacional. E acabou nomeando o inexperiente e abusado Pedro Novais para o Ministério do Turismo. Transgressor contumaz, Novais foi obrigado a deixar o cargo na esteira de denúncias de irregularidades e uso indevido do dinheiro público. Senhor de conhecida face lenhosa, Pedro Novais afirmou cumprir o “dever” de pedir demissão, o que foi combinado para que o parlamentar maranhense não saísse do governo escorraçado e com o carimbo de demitido.
Faltando mil dias para a Copa do Mundo de 2014, mais uma vez Dilma Rousseff se rendeu à pressão do PMDB, partido que ela própria diz ser importante para a condução de seu governo, e abandonou a promessa de cobrar competência de seus assessores. Por conta disso, o novo ministro do Turismo é o advogado Gastão Vieira, do PMDB do Maranhão, um obediente servidor da família Sarney, clã que nas últimas cinco décadas conseguiu a proeza de transformar um estado repleto de riquezas naturais na mais miserável unidade da federação. Com essa decisão, Dilma mostra a sua dependência dos partidos que lhe dão apoio em troca de cargos. E não é difícil imaginar o que poderá acontecer no Turismo até 2014, uma vez que é sabido que o grande sonho de Gastão Vieira é ser ministro da Educação.
Depois do período totalitarista de Vitorino Freire, o presidente do Senado Federal é o mais longevo caudilho do Maranhão. Foi sob a sua batuta política que o estado caminhou na contramão da história, o que faz com que o povo continue enfrentando agruras variadas, agora reforçadas pela incompetência político-administrativa de sua filha, a governadora Roseana Sarney. Não contente, o caudilho Sarney quer, em 2012, eleger o prefeito de São Luís, como se o Maranhão fosse seu eterno feudo. Um rompante de ousadia de José Sarney, pois a filha Roseana, durante a campanha, prometeu, entre tantas coisas, construir 85 hospitais, dos quais menos de 10% saiu do papel. Fora isso, os contratos das obras foram alvo dos malfadados aditivos.
Gastão Vieira pode se transformar em uma grata surpresa no Ministério do Turismo e nós, jornalistas do ucho.info, torcemos para que isso aconteça, pois do contrário o fiasco será monumental. Porém, não custa lembrar que milagres são cada vez mais raros, especialmente quando o suposto milagreiro tem relações luciferianas.

Rival dos Sarney, chefe da Embratur diz que política não afetará o trabalho

Flavio Dino foi derrotado por Roseana nas eleições para o governo do MA.
Novo titular do Turismo é aliado político da família do presidente do Senado.

Andreia Sadi Do G1, em Brasília
Flávio Dino, durante sessão na Câmara em 2010 (Foto: Brizza Cavalcante/Agência Câmara)Flávio Dino, durante sessão na Câmara em 2010
(Foto: Brizza Cavalcante/Agência Câmara)
Adversário político da família Sarney no Maranhão, o presidente da Embratur, Flavio Dino, disse, após a posse do novo ministro do Turismo, Gastão Vieira, que as especificidades da política em seu estado não vão atrapalhar o trabalho entre o órgão e o novo titular da pasta.
Substituto de Pedro Novais, Vieira, assim como seu antecessor, é ligado à família Sarney. Dino foi derrotado na disputa estadual no ano passado pela filha de Sarney, a atual governadora do Maranhão, Roseana.
''Regionalmente, sou de fato adversário do grupo Sarney; nacionalmente, nós temos uma base de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff e o PMDB faz parte desta base de apoio. Temos afinidade de trabalho neste sentido", disse.
"Todos os atores públicos e privados do Turismo podem ter a certeza de que as especificidades próprias da luta política regional não atrapalharão a condução da política pública de turismo em âmbito nacional", completou Dino.
Questionado se a prioridade do ministério deve ser a Copa do Mundo de 2014 ou investir no turismo brasileiro, Dino respondeu que ambos os temas devem se articular. "Podemos dobrar o número de turistas estrangeiros após os megaeventos, contribuir para zerar deficit da conta turismo e fazer com que nosso país exerça novo papel no mundo. Ao mesmo tempo, indicadores sociais que o Brasil tem crescentemente melhores aquece o turismo interno e possibilita a milhões de brasileiros o acesso ao lazer", disse.

Foto: Beto Barata/AE
A DANÇA DA IMPUNIDADE
Na semana passada, depois que seu colega petista João Magno escapou da cassação, a deputada Angela Guadagnin ensaiou uma dança comemorativa no plenário da Câmara. Magno recebeu mais de 400 000 reais do valerioduto. O escândalo que foi sua absolvição deveria ser recebido em silêncio, mas Angela achou por bem festejar. Foi um retrato grotesco do cinismo na política.

 









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