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terça-feira, 23 de agosto de 2011

É uma farra :MST ocupa Ministério da Fazenda e pede pressa na reforma agrária





Publicada em 23/08/2011 às 08h50m

Martha Beck (marthavb@bsb.oglobo.com.br) e Agência Brasil

Agricultores ocuparam a entrada do Ministério da Fazenda e impedem o acesso de funcionários/ Foto: Agência Brasil

BRASÍLIA - Cerca de 2,5 mil trabalhadores sem-terra ocuparam no começo da manhã desta terça-feira a portaria do Ministério da Fazenda e do prédio anexo, em Brasília. Os agricultores saíram em marcha do Estádio Nilson Nelson, no centro da cidade, em direção ao ministério. Eles exigem que o ministro Guido Mantega receba o grupo para discutir o orçamento destinado à reforma agrária no país e que o governo dê prioridade aos agricultores atingidos por barragens, enchentes e chuva.

Desde o início da manhã, os funcionários que chegam ao local e tentam entrar no prédio são barrados. Quem tentou forçar a entrada, acabou sendo removido do local à força. A orientação do gabinete do ministro é para que os servidores aguardem uma solução para o problema.

Os seguranças da Fazenda conseguiram fechar as portas giratórias que ficam logo atrás da entrada principal do prédio. Com isso, também estão impedindo que o MST entre no local. Mantega não deve ir ao ministério durante a manhã, pois vai participar de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) quer uma resposta à questão das dívidas dos pequenos agricultores, avaliadas em cerca de R$ 30 bilhões. Também cobra o fim da previsão de corte de aproximadamente R$ 65 milhões nos investimentos em reforma agrária no país este ano. Os trabalhadores estão acampados em Brasília desde segunda-feira. Eles organizam marcha em 17 estados amanhã . Na segunda-feira, Integrantes do MST invadiram a fazenda da Cutrale , uma das maiores produtoras de suco de laranja do mundo, em São Paulo.

Grupo exige ser recebido pelo ministro  Guido Mantega para dicutir orçamento destinado à reforma agrária / Foto: Agência Brasil Não há uma previsão sobre o tempo que os trabalhadores ficarão no Ministério da Fazenda, mas a expectativa, segundo a assessoria de imprensa, é que passem o dia no local.

O último levantamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que analisa os números de 2003 a 2010, mostra que a área incorporada ao programa de reforma agrária saltou de 21,1 milhões de hectares de terras, de 1995 a 2002, para 48,3 milhões, registrando aumento de 129%.

Pelo levantamento, o número de famílias beneficiadas também aumentou ao longo de oito anos, chegando às atuais 614.093. No mesmo período, foram criados 3.551 assentamentos. Atualmente, o Brasil conta com 85,8 milhões de hectares incorporados à reforma agrária, 8.763 assentamentos atendidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde vivem 924.263 famílias.

De acordo com o Incra, a aquisição de áreas pelo instituto ocorreu por meio de desapropriação, compra direta para implantação de assentamentos de trabalhadores rurais e por meios não onerosos, como a destinação de terras públicas e o reconhecimento de territórios.







Brasil

Por dentro do cofre do MST

VEJA teve acesso às movimentações bancárias de quatro entidades
ligadas aos sem-terra. Elas revelam como o governo e organizações
internacionais acabam financiando atividades criminosas do movimento


Policarpo Junior e Sofia Krause

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Assertivos do ponto de vista ideológico, os líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra são evasivos quan-do perguntados de onde vêm os recursos que sustentam as invasões de fazendas e manifestações que o MST promove em todo o Brasil. Em geral, respondem que o dinheiro é proveniente de doações de simpatizantes, da colaboração voluntária dos camponeses e da ajuda de organismos humanitários. Mentira. O cofre da organização começa a ser aberto e, dentro dele, já foram encontradas as primeiras provas concretas daquilo de que sempre se desconfiou e que sempre foi negado: o MST é movido por dinheiro, muito dinheiro, captado basicamente nos cofres públicos e junto a entidades internacionais. Em outras palavras, ao ocupar um ministério, invadir uma fazenda, patrocinar um confronto com a polícia, o MST o faz com dinheiro de impostos pagos pelos brasileiros e com o auxílio de estrangeiros que não deveriam imiscuir-se em assuntos do país.

VEJA teve acesso às informações bancárias de quatro organizações não governamentais (ONGs) apontadas como as principais caixas-fortes do MST. A análise dos dados financeiros da Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), da Confederação das Coo-perativas de Reforma Agrária do Brasil (Concrab), do Centro de Formação e Pesquisas Contestado (Cepatec) e do Instituto Técnico de Estudos Agrários e Cooperativismo (Itac) revela que o MST montou, controla e tem a seu dispor uma gigantesca e intrincada rede de abastecimento e distribuição de recursos, públicos e privados, que transitam por dezenas de ONGs espalhadas pelo Brasil:

• As quatro entidades-cofre receberam 20 milhões de reais em doações do exterior entre 2003 e 2007. A contabilização desses recursos não foi devidamente informada à Receita Federal.

• As quatro entidades-cofre repassaram uma parte considerável do dinheiro a empresas de transporte, gráficas e editoras vinculadas a partidos políticos e ao MST. Há coincidências entre as datas de transferência do dinheiro ao Brasil e as campanhas eleitorais de 2004 e 2006.

• As quatro entidades-cofre receberam 43 milhões de reais em convênios com o governo federal de 2003 a 2007. Existe uma grande concentração de gastos às vésperas de manifestações estridentes do MST.

• As quatro entidades-cofre promovem uma recorrente interação financeira com associações e cooperativas de trabalhadores cujos dirigentes são ligados ao MST.

• As quatro entidades-cofre registram movimentações ban-cárias estranhas, com vul-tosos saques na boca do caixa, indício de tentativa de ocultar desvios de dinheiro.

Entre 2003 e 2008, segundo levantamentos oficiais, cerca de trinta entidades de trabalhadores rurais receberam do governo federal o equivalente a 145 milhões de reais. O dinheiro é repassado em forma de convênios, normalmente para cursos de treinamento. O Tribunal de Contas da União já identificou irregularidades em vários desses cursos. São desvios como cadastros de pessoas que não participaram de aula alguma e despesas que não existiram justificadas com notas frias. A Anca, por exemplo, teve os bens bloqueados pela Justiça após a constatação de que uma parte dos recursos de um convênio milionário assinado com o Ministério da Educação, para alfabetizar jovens, foi parar nos cofres do MST. Teoricamente, a Anca, a Concrab, o Cepatec e o Itac são organizações independentes, sem nenhum vínculo oficial entre si ou com o MST. Mas só teoricamente. A quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico das entidades-cofre mostra que elas fazem parte de um mesmo corpo, são uma coisa só, bem organizada e estruturada para dificultar o rastreamento do dinheiro que recebem e administram sem controle legal algum.

Ricardo Stuckert/PR
TORNEIRA ABERTA
Milhões de reais do governo Lula serenaram durante seis anos a fúria do MST


Eis um exemplo da teia que precisa ser vencida para tentar entender como os recursos deixam o cofre da entidade e viajam por caminhos indiretos ao MST. Uma das beneficiárias de repasses da Anca é a gráfica Expressão Popular. Seus sócios são todos ligados ao MST, como Suzana Angélica Paim Figueiredo, advogada do escritório do ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, que atua em causas de interesse do MST. Suzana faz parte da banca que defende o terrorista italiano Cesare Battisti, preso no Brasil. A advogada ainda é presidente de uma segunda editora, a Brasil de Fato, que também recebe recursos da Anca, também presta serviços ao MST e tem como conselheiro ninguém menos que João Pedro Stedile, líder-mor do MST, um dos principais defensores da não extradição de Battisti. Anca, Brasil de Fato e MST, embora sem vínculos aparentes, funcionavam no mesmo conjunto de salas em São Paulo. Procurada, a advogada Suzana não quis esclarecer que tipo de serviço as gráficas prestaram à Anca. Indagadas, o máximo que as três entidades admitem é que existe uma parceria entre elas. Essa parceria, ao que tudo indica, serve inclusive para ocultar as atividades do departamento financeiro do movimento sem-terra.

Além de funcionarem nos mesmos endereços, como é o caso da Itac e da Concrab, e de dividirem os mesmos assessores e telefones, como a Anca e a gráfica, as entidades curiosamente recorrem aos mesmos contadores e advogados – eles também, ressalte-se, integrantes de cooperativas ligadas ao MST. A análise dos dados sigilosos revela que Ilton Vieira Flores, o contador da Anca, o cofre principal do MST, é um dos responsáveis pelo Cepatec, outra fonte de arrecadação de dinheiro do movimento. O contador também é diretor da Cooperbio – um excelente exemplo, aliás, de como as ONGs ligadas ao MST se entranharam no governo. A cooperativa, que tem como função intermediar recursos para associações de trabalhadores rurais que se dedicam à fabricação de matéria-prima para a produção de biocombustíveis, assinou convênios milionários com a Petrobras. O presidente da Cooperbio, Romário Rossetto, é primo do presidente da Petrobras Biocombustível, o petista Miguel Rossetto, ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, uma das principais fontes de recursos da Anca, do Cepatec, da Concrab e do Itac.

Fotos Valter Campanato/ABR e Antônio Cruz/ABR
TORNEIRA FECHADA
O ministro Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário (no alto, à esq.), cortou verbas para convênios. Resultado: o MST, comandado por Marina dos Santos, ameaça retaliar


Há muito que desvendar a respeito do verdadeiro uso pelo MST do dinheiro público e das verbas provenientes do exterior. A Anca, por exemplo, é investigada desde 2005 por suas ligações com o movimento. A quebra do sigilo mostra que funcionários da entidade realizaram saques milionários em dinheiro em datas que coincidem com manifestações promovidas pelo MST e também com períodos eleitorais. Outra coincidência: tabulando os gastos das entidades, resta evidente que parte expressiva dos recursos é destinada a pessoas físicas ou jurídicas vinculadas ao MST. Há também transferências bancárias suspeitíssimas. Em agosto de 2007, 153 000 reais do Cepatec foram parar na conta de Márcia Carvalho Sales, uma vendedora de cosméticos residente na periferia de Brasília. "Não sei do que se trata, não sei o que é Cepatec e não movimento a conta no banco há mais de três anos", diz a comerciária. O Cepatec também não quis se pronunciar.

Para fugir a responsabilidades legais, o MST, embora seja onipresente, não existe juridicamente. Não tem cadastro na Receita Federal, e, portanto, não pode receber verbas oficiais. "Por isso, eles usam essas entidades como fachada", diz o senador Alvaro Dias, do PSDB do Paraná, que presidiu a CPI da Terra há quatro anos e, apesar de quebrar o sigilo das ONGs suspeitas, nunca conseguiu ter acesso aos dados bancários. Aliados históricos do PT, os sem-terra encontraram no governo Lula uma fonte inesgotável de recursos para subsidiar suas atividades. Uma parcela grande dos convênios com as entidades ligadas ao MST destina-se, no papel, à qualificação de mão de obra. Mas é quase impossível averiguar se esse é mesmo o fim da dinheirama. "Hoje o MST só sobrevive para parasitar o estado e conseguir meios para se sustentar", diz o historiador Marco Antonio Villa.

O MST sempre utilizou o enfrentamento como peça de marketing do movimento. No governo passado, os sem-terra chegaram a organizar uma marcha que reuniu 100 000 pessoas em um protesto em Brasília, além de invadirem a fazenda do presidente da República com direito a transmissão televisiva. No governo Lula, a relação começou tensa, mas foi se acalmando à medida que aumentavam os repasses de dinheiro e pessoas ligadas ao movimento eram nomeadas para chefiar os escritórios regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O MST passou, então, a concentrar os ataques à iniciativa privada, especialmente ao agronegócio. Os escritórios do Incra se tornaram suporte para ações contra produtores rurais, muitos deles personagens influentes na base aliada do governo. Além disso, os assentamentos contribuíram para aumentar a taxa de desmatamento e as ONGs ligadas à reforma agrária se tornaram um ralo pelo qual o dinheiro público é desviado. Esse estado de coisas levou à instalação de uma CPI no Senado e, ato contínuo, a um recuo do Planalto nos afagos aos sem-terra. A pretexto da crise econômica mundial, o governo cortou mais de 40% da verba prevista para os programas de reforma agrária. Cedendo à pressão de ruralistas, tirou das mãos do MST o comando de escritórios estratégicos do Incra, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pernambuco, e colocou no lugar pessoas indicadas por ruralistas. Por fim, o golpe mais dolorido: fechou a milionária torneira dos convênios.

As ONGs ligadas ao MST chegaram a receber quase 40 milhões de reais em um único ano. No início do governo Lula, em 2003, esses repasses não alcançavam 15 milhões de reais. No ano seguinte, cresceram substancialmente, ultrapassando os 23 milhões de reais. Em 2005, o valor aumentou novamente, atingindo 38 milhões de reais. No segundo mandato, as denúncias de irregularidades envolvendo entidades ligadas aos sem-terra ganharam força. E o dinheiro federal para elas foi minguando. Em 2007, ano de abertura da CPI, os repasses às ONGs ficaram em 28 milhões de reais. No ano passado, as entidades receberam 13 milhões. E, nos oito primeiros meses deste ano, os cofres das ONGs do MST acolheram menos de 7 milhões de reais em convênios com o governo federal. Como reação, a trégua com o governo também minguou. No início de agosto, 3 000 militantes invadiram a sede do Ministério da Fazenda. A ação em Brasília foi comandada pela nova coordenadora nacional do MST, Marina dos Santos, vinculada a setores mais radicais do movimento. No protesto, o MST exigiu o assentamento imediato de famílias que estão acampadas. Nos bastidores, negocia a retomada dos repasses para as ONGs e a recuperação do comando das unidades do Incra. Em conversas reservadas, existem até ameaças de criar problemas para a candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff. O governo Lula agora experimenta o gosto da chantagem de uma organização bandida que cresceu sob seus auspícios.

Com reportagem de Otávio Cabral

PALOCCI DE VOLTA AO JOGO

O ex-ministro escapa de ação no STF pela quebra de sigilo
do caseiro e vira alternativa do PT para disputar o governo
paulista ou até mesmo substituir Dilma na corrida presidencial


Otávio Cabral

Paulo Fridman /Corbis/Latinstock

VIOLAÇÃO DE CONDUTA
Será que o fantasma do caseiro Francenildo vai deixar de assombrá-lo?


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Há duas semanas, o presidente Lula convidou o deputado federal Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, para uma conversa a dois no Palácio da Alvorada. No encontro, Lula falou sobre a tendência do Supremo Tribunal Federal (STF) de arquivar a denúncia contra Palocci por envolvimento na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa – o que de fato acabou acontecendo na semana passada. Falou também que, sem o fantasma do caseiro a assombrá-lo, era hora de o ex-ministro pensar no futuro – e o seu futuro, como tudo no universo petista, passa primeiro pelos planos do próprio presidente Lula. Palocci foi escalado pelo presidente para ocupar o papel de candidato-reserva do Planalto em 2010. Isso não quer dizer que Dilma Rousseff, a candidata oficial, será preterida. Mas o presidente quer estar preparado para uma eventualidade. A estratégia articulada é lançar oficialmente Palocci como candidato ao governo de São Paulo. Isso daria ao ex-ministro visibilidade e ainda aglutinaria uma parte do PT.

O fato de ter escapado ileso do processo no STF, porém, não transforma Palocci num dínamo eleitoral. Ministro da Fazenda por três anos, com uma gestão marcada pela responsabilidade fiscal e por bons resultados na economia, ele ganhou o respeito do empresariado e dos banqueiros, sem dúvida um aspecto essencial numa eleição. Com uma fala fácil e macia, ex-coordenador do programa de governo de Lula em 2002 e dono de dois mandatos de deputado federal, o ex-ministro também conhece as refregas eleitorais como poucos. Seu nome une o PT paulista, contrariado com a ameaça de Lula de impor a candidatura de Ciro Gomes ao governo do estado, a ponto de a ex-prefeita Marta Suplicy, candidata natural ao cargo, topar abrir mão da disputa caso Palocci entre no jogo. Mas resta ao ex-ministro, paradoxalmente, livrar-se definitivamente do episódio do caseiro.

A preocupação do PT com o tema é tão grande que o partido dará início a uma série de pesquisas para aferir a força eleitoral do ex-ministro e medir o tamanho do prejuízo causado em sua imagem com o episódio do caseiro Francenildo. Mesmo com a decisão da Justiça em seu favor (por um placar apertado, de 5 a 4), o caso pode provocar sérios estragos numa eleição pelo fato de ser facilmente entendido pelo público. Há outras pedras no caminho de Palocci. Pesquisas realizadas pelo partido mostram, por exemplo, que ele quase não aparece em escolhas espontâneas de candidatos. "Apesar de tudo, nenhuma força política poderia desperdiçar um ministro da Fazenda tão competente, que cumpriu a parte mais dura da política econômica de Lula", afirma o governador de Sergipe, o petista Marcelo Déda. "Palocci virou nosso curinga e estará na disputa eleitoral de 2010. Só não sabemos onde."

A definição sobre quem será o candidato a presidente tem data marcada: março do ano que vem. Lula já não esconde a um número crescente de interlocutores a preocupação com os rumos da candidatura de Dilma Rousseff. A tática de eleição plebiscitária entre um candidato lulista e outro do PSDB, cenário idealizado pelo presidente, caiu por terra com a entrada na disputa de Marina Silva (PV) e, provavelmente, Ciro Gomes (PSB). Lula acha mais fácil eleger Dilma em uma campanha com o debate restrito à continuidade de seu governo ou a volta à era dos tucanos. Em uma disputa com vários candidatos, Dilma terá de apresentar mais do que o apoio de Lula, o que pode ser um problema. Para viabilizar a candidatura, o presidente acha que ela deve atingir 30% das intenções de voto antes do lançamento oficial, previsto para o início do ano. Por fim, apesar dos resultados animadores, a ministra segue em tratamento contra um câncer linfático. "Se até março ela continuar patinando nas pesquisas, com dificuldades políticas e problemas de saúde, Lula poderá substituí-la por Palocci. O tratamento médico servirá de justificativa para essa mudança", afirma um dirigente petista muito simpático à candidatura do ex-ministro.

Jamil Bittar/Reuters

OPÇÃO FEDERAL
Dilma, atual candidata de Lula a presidente,
a partir de agora terá de conviver com
as ambições do ex-ministro

Até a escolha definitiva do nome do PT, o Planalto e o partido analisarão os resultados de sondagens qualitativas que serão feitas mensalmente para avaliar a viabilidade eleitoral de Dilma. Na inicial, que já está em andamento, eleitores de todas as idades, escolaridades e níveis de renda assistem em grupo a vídeos nos quais a ministra aparece discursando ou concedendo entrevistas. Os primeiros resultados mostram que grande parte dos eleitores aponta Dilma como "antipática" e "arrogante". Por outro lado, ela é elogiada pela capacidade técnica e competência. Para preservá-la de seus rompantes, o governo está aos poucos transferindo suas atribuições na Casa Civil para uma equipe técnica comandada por Erenice Guerra, sua secretária executiva, e montando uma equipe de campanha para protegê-la de provocações e ataques. A estratégia do governo é priorizar sua participação em inaugurações e lançamentos de projetos ao lado do presidente Lula.

Palocci não estava presente no julgamento que o reabilitou politicamente e que pode tê-lo catapultado para o centro da disputa eleitoral do ano que vem. O ex-ministro preferiu acompanhar pela televisão a sessão de mais de sete horas que resultou no arquivamento de seu processo. O mesmo não se deu com o caseiro Francenildo Costa. Vestindo terno, camisa, gravata e sapato emprestado pelo seu advogado, ele presenciou a sessão sentado na primeira fileira do plenário do tribunal. O caseiro não se levantou da cadeira nem durante o intervalo. Foi embora sem dar declarações. Antes de sair, comentou com o advogado ter ficado decepcionado com a sentença e criticou a ausência daquele que considera ser o mentor da quebra do seu sigilo bancário. Francenildo disse que queria ter visto o ex-ministro de perto. Para esse eleitor, pelo menos, o passado de Palocci é incancelável.

Paulo Pinto/AE

OPÇÃO ESTADUAL
Por Palocci, Marta Suplicy, candidata natural ao governo de SP, abre mão da disputa











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