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terça-feira, 30 de março de 2010

Lançado o ‘Programa de Acelaração da Campanha 2’

Lançado o ‘Programa de Acelaração da Campanha 2’

Ricardo Stuckert/PR

Como previsto, o governo levou à vitrine o PAC 2. Deu-se numa cerimônia pseudoadministrativa. Em verdade, um pa©tóide eleitoral.

Tudo foi concebido de modo a realçar o papel da candidata de Lula à sucessão, Dilma Rousseff. A começar pela escolha da data.

O “novo” programa empilha obras e projetos para o ciclo de 2011 a 2014 e para além desse período. Coisa para o sucessor e para o sucessor do sucessor de Lula.

Se o objetivo fosse meramente administrativo, o plano poderia ser lançado até dezembro, último mês da gestão Lula.

Encurtou-se o calendário porque Dilma terá de deixar o governo. Em dois dias, ela troca a Casa Civil pelo palanque. Daí a pressa.

Convertida em estrela da cerimônia, Dilma discursou. "O PAC é uma herança bendita que vamos deixar para quem venha suceder o nosso governo", ela disse.

Um óbvio contraponto à “herança maldita” que Lula diz ter recebido do antecessor tucano. Dilma cuidou de vergastar FHC.

Disse que a era tucana foi marcada pela “estagnação”. Declarou que Lula “reconstruiu” o Brasil.

Como convém a uma candidata às voltas com a necessidade de atenuar a fama de durona, Dilma chorou.

Foi às lágrimas ao afirmar que os brasileiros não vão "deixar de escapar de suas mãos" o governo iniciado por Lula.

"Atravessamos o deserto da estagnação. O país retomou a rota do desenvolvimento”, disse a ministra-candidata.

“O governo Lula, um governo do qual nos orgulhamos muito de fazer parte, não aceita outro caminho que não seja o do desenvolvimento com distribuição de renda”.

Voltando-se para o chefe, arrematou: “Esse é o Brasil que o senhor, presidente Lula, reconstruiu para todos nós...”

“...E que os brasileiros não deixarão escapar mais de suas mãos", afirmou, chorosa. Pespegou na gestão FHC a pecha de governo “do não”.

"Não tinha planejamento estratégico, não tinha aliança com o setor privado, não incrementou investimento público, não financiou investimento privado”.

Sob Lula, Dilma declarou, emergiu um modelo de Estado que ressuscitou uma trinca de expressões no “coração e no cotidiano dos brasileiros”:

São elas: “Planejamento, investimento e desenvolvimento com inclusão social. Deixamos para trás décadas e décadas de improvisação".

Às voltas com duas multas impostas pelo TSE por campanha ilegal e fora de época, Lula recorreu a uma esperteza: terceirizou os elogios à candidata.

Em nome dos governadores, falou o petê Jaques Wagner, da Bahia. Pelos prefeitos, discursou o pemedebê Eduardo Paes, do Rio. Foram discursos impregnados de 2010.

"Parabéns, ministra Dilma, pela sua competência”, enalteceu Wagner. “[...] Que Deus lhe abençoe nas novas tarefas pelas quais a senhora vai enveredar".

Paes, um ex-tucano que atuou na CPI do mensalão como torquemada inclemente, manteve o mesmo diapasão água-com-açúcar.

Enalteceu o papel da genitora do PAC 1: "Sei que a ministra Dilma parte para novas missões, mas a capacidade gerencial, de executar, de dialogar...”

“...Permitiu o diálogo permanente desse volume enorme de recursos com 27 governadores e mais de cinco mil municípios".

Numa tentativa vã de retirar do PAC 2 o indisfarcável carimbo eleitoral, Lula atribuiu a pressa a questões gerenciais.

Ao discursar, disse que age para permitir que os gestores que virão depois dele encontrem “uma prateleira de projetos” (assista no vídeo abaixo).

A segunda versão do Programa de Aceleração da Campanha chega num instante em que o PAC 1 claudica. Metade das obras (54%) permanece no papel.

Lula viu-se como que compelido a dar o braço a torcer: “Não estou contente com o que fizemos até agora e acho que nenhum de vocês está contente...”

“...Temos obrigação de fazer mais (...) O povo pobre desse país precisa que a gente faça mais, a economia precisa que isso aconteça".

O PAC 2 prevê um volume de investimentos de sonho: R$ 958,9 bilhões entre 2011 e 2014; R$ 631,6 bilhões a partir de 2012. No total: R$ 1,59 trilhão.

No papel, tudo assume a forma da grandiloquência. A meta de construção de casas populares, por exemplo, subiu de 1 milhão para 2 milhões de unidades.

A aceleração do crescimento é uma realidade por apalpar. Nas dobras do relatório do PAC 2, o PIB de 2010 cresce 5,2%. Depois, 5,5% até 2014.

Para já, busca-se atingir uma outra modalidade de crescimnento. O crescimento da campanha de Dilma, nove pontos atrás do rival tucano José Serra, segundo o Datafolha.

A oposição reagiu por meio de uma nota conjunta de PSDB, DEM e PPS. No texto, a solenidade capitaneada por Lula e estrelada por Dilma é chamada de "pantomima eleitoral"

- Serviço: A propaganda do PAC 2 ganhou a forma de uma revista. Dividida em seis partes, pode ser consultada aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.






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