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domingo, 10 de janeiro de 2010

Comecei a ver ”Dalva e Herivelto” com certo atraso, pelo que peço desculpas à minha querida Maria Adelaide Amaral.

Só vi até agora os dois primeiros capítulos, mas já posso dizer que, como tudo que ela escreve, a minissérie é um luxo.

E a audiência reflete isso. A estratégia da Rede Globo de colocá-la às 22 horas, logo depois da novela, revelou-se certíssima: Ibope altíssimo. Não tanto quanto “A Grande Família”, por exemplo, mas este já tem seu público estabelecido e cativo.

Sempre achei que essa tão propalada história de amor entre Dalva e Herivelto, ponteada pelas canções que os dois lançavam - de amor primeiro, e de dor de cotovelo após a separação -, foi uma das primeiras jogadas de marketing da história da música popular brasileira. Ninguém lava roupa suja em discos de 78 RPM. Mas eles fizeram isso, e assim conseguiram se destacar no ultra populoso universo de estrelas da música popular brasileira de então.

Mas isso virou História. As músicas de um modo geral eram brilhantes, e Dalva era uma deusa-cantora que um dia tropeçou no Olimpo e caiu de cara aqui embaixo, na vida real... O que já é outra história. “Errei sim, manchei o teu nome, mas fostes tu mesmo o culpado” é um verso que em homenagem a ela eu canto pra mim mesmo quase todos os dias.

Mas não é de Dalva, nem de Herivelto, que eu queria falar, e sim da minissérie. Mais especificamente da produção, com locações que conheço – os salões e apartamentos do Quintandinha, em Petrópolis, já morei lá -, da direção brilhante, mas sem nenhuma pelanca de “gênio”, de Denis Carvalho (parabéns quereeeeedo!)... E dos atores. Gente, o que é aquela baixinha atrevida chamada Adriana Esteves? E quem é este senhor barrigudo, corcunda, com um olhar quase sempre perplexo, que atende pelo nome de Fábio Assunção?

Eles estão brilhantes!

De Adriana, uma atriz nunca por demais louvada, não se esperava menos que isso.

Mas quanto a Fábio havia toda uma expectativa, etc., etc., e ele a superou de modo arrasador; pois a adversidade, como sempre acontece com os artistas, lhe fez bem. Ele, que já era um dos melhores atores de sua geração, agora foi muito além. É um prazer vê-lo a dar carnes e cores a Herivelto Martins, a descobri-lo, e lhe acrescentar nuances que ele provavelmente não teve, ou teve e não percebeu, pois caberia ao ator genial que o vivesse percebê-lo.

Não é a primeira recriação de Dalva de Oliveira que me emociona. Houve outra, no teatro, magistralmente feita por Marília Pêra, que eu adoraria ver de novo. Mas esta da Rede Globo tem, como diria minha amiga Rafaela Mambaba, “o plus a mais” só encontrado nas grandes produções da emissora.

E tem o texto de Maria Adelaide Amaral, talvez o mais elegante e sofisticado da televisão brasileira.

Depois de “Cinquentinha”, “Dalva e Herivelto”: não há dúvida, a Vênus Platinada está em plena forma!


http://bloglog.globo.com/aguinaldosilva/

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