WASHINGTON (Reuters) - Uma corte norte-americana secretamente congelou no ano passado mais de 2 bilhões de dólares mantidos pelo Irã em contas no Citigroup, informou reportagem do jornal "Wall Street Journal" neste sábado, citando documentos legais.
A corte distrital da região sul de Nova York, agindo em parte com informações do Departamento do Tesouro do país, ordenou ao Citibank congelar os depósitos em junho de 2008, informou o jornal.
O dinheiro está em contas mantidas pelo Clearstream Banking AG de Luxemburgo , uma subsidiária do alemão Deutsche Boerse AG, informa a reportagem.
O Citibank, o Clearstream e o governo iraniano não quiseram comentar o assunto, disse o jornal.
O Clearstream negou administrar fundos para o Irã, de acordo com os documentos citados pelo Wall Street Journal e está para ter os recursos liberados.
Empresas norte-americanas são proibidas de fazer negócios com o Irã. Não há indicação que o Citibank soubesse que os fundos em questão pertenciam ao Irã, disse o jornal.
O dinheiro é parte de uma batalha envolvendo famílias de soldados mortos ou feridos em um bombardeio ocorrido em 1983 em Beirute, no Líbano, que uma corte norte-americana entendeu que foi organizada pelo Irã.
Em 2007, um juiz ordenou Teerã a pagar 2,7 bilhões de dólares em indenizações às famílias das vítimas.
Advogados das famílias que pleiteavam indenizações requereram ao Tesouro que procurasse informações sobre ativos iranianos mantidos nos Estados Unidos, o que levou a uma ordem secreta da corte a congelar os recursos nas contas do Clearstream no Citibank, disse o jornal.
O caso vem à tona num momento em que o governo Obama considera a adoção de mais sanções contra o Irã por causa de seu programa nuclear.
(Reportagem de Roberta Rampton)
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