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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Quem matou Isabella Nardoni?


Fábio Tofic Simantob - 20/10/2009

Quando o caso Isabella parecia não ser mais capaz de preencher pauta de jornal, Luciana Gimenez conseguiu dias atrás fazer o caso ressurgir das cinzas. O gancho usado pela equipe da apresentadora foi o lançamento do livro “Quem matou Isabella Nardoni”, escrito por um médico gaúcho, que inocenta o pai e a madrasta de qualquer participação na morte da menina.

Com dois peritos no auditório e um experiente promotor de Justiça, a apresentadora simulou um julgamento; só que no banco dos réus não estava o casal, mas sim o médico que escreveu o livro. O julgamento se deu à revelia do médico durante a maior parte do tempo. A tônica da acusação contra o escritor girou sobretudo em torno do motivo que o teria levado a escrever a obra polêmica. Oportunista! Insinuava a apresentadora. Abutre! —gritava, exasperado, o promotor convidado.

Vez por outra, Luciana Gimenez aproveitava para dividir com o público um pouco do seu vasto conhecimento jurídico: “Obra literária sobre caso criminal! Isto só pode ser feito depois do julgamento!” Lá pelas tantas alguém se lembrou de que talvez seria uma boa idéia telefonar para o médico e ouvir a versão dele. Santa ilusão. Ele mal começou a falar e foi metralhado aos berros pelo fogo acusatório que vinha dos convidados presentes no auditório.

Ao final do programa o público continuou com o mesmo entendimento que já tinha do caso: nenhum. A verdade é que ninguém sabe ao certo o que há a favor e contra o casal. A acusação, é certo, trocou qualidade por quantidade. Em mais de vinte volumes, ou algo em torno de quatro a cinco mil páginas, vai tentar convencer os jurados de que como nada explica a morte da menina —e também não se tentou investigar outras possibilidades— a única hipótese que sobra é a de que o casal é culpado; à defesa restará o desafio de sustentar que isto é pouco demais para condenar alguém. Pior para os jurados que, sem entender muita coisa, terão que julgar, sem se preocupar em eventualmente decepcionar o clamor popular.

O médico? Ora, o médico cometeu um pecado mortal. Expressou sua opinião sobre o caso. Entrou de gaiato numa história trágica e resolveu peitar a versão oficial. Algo de revelador o livro deve trazer, porque incomodou o status quo. A nós, meros espectadores, resta continuar com a pulga atrás da orelha. Quem afinal matou a Isabela Nardoni?









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