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BBC MUNDO RADIO
POR BARTOLOMEU BRITO, RIO DE JANEIRO Rio - Mais um homem foi morto, nesta terça-feira, no Morro dos Macacos, Zona Norte do Rio. Esta foi a 25ª vítima relacionada aos confrontos de sábado, quando traficantes do Morro São João, no Engenho Novo, tentaram invadir o Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na tentativa de tomada dos pontos de venda de drogas nesta comunidade. (Cuidado! Imagem forte mostra curiosos fotografando o corpo com celulares.) >> FOTOGALERIA: Momentos da guerra sangrenta no sábado PM em ação em Manguinhos. Menor e drogas apreendidos Em Manguinhos, a Polícia Militar realizou uma operação para reprimir o tráfico de drogas e encontrar integrantes da facção criminosa responsável pela tentativa de invasão para a tomada do controle dos pontos de vendas de drogas no Morro dos Macacos. O confronto resultou na apreensão de um menor, drogas e intensa troca de tiros com bandidos. Na favela Parque União, em Bonsucesso, um bandido foi morto após troca de tiros com policiais militares. Uma pistola foi apreendida e levada para a 21ª DP (Bonsucesso). Pouco depois, uma onda de terror tomou conta da Zona Norte. Houve ataques a ônibus perto de favelas ligadas ao Comando Vermelho (CV). No total, oito coletivos foram queimados.Homem morre em acesso dos Macacos e número de vítimas de confrontos chega a 25
Polícia Militar faz operações nos Complexos da Maré e Manguinhos, além de Borel, Juramento
Corpo de homem estava no carrinho de mercado junto com lixo | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
De acordo com testemunhas, quatro tiros foram ouvidos por volta de meio-dia e, logo depois, traficantes desceram a ladeira com um corpo dentro de um carrinho, parecido com os que são usados em supermercados, cheio de papelão e lixo. O corpo estaria sem camisa, bermuda azul e tênis e foi jogado na portaria de um prédio da Rua Luis Barbosa. O cadáver está com um saco plástico no rosto, pois estaria desfigurado.
>> FOTOGALERIA: Adeus aos heróis da Polícia Militar
De acordo com o major Eduardo Lopes, chefe do serviço de inteligência da Polícia Militar (P2), a guarnição presente na comunidade de Manguinhos tinha o objetivo de prender bandidos que teriam fugido do Morro dos Macacos para o Jacarezinho e, de lá, para Manguinhos.
Após rápida ocupação da favela de Manguinhos, os policiais perceberam a movimentação de quatro homens armados e iniciaram uma perseguição. Na limite entre a comunidade e a Favela do Mandela, próximo à Rua Leopoldo Bulhões, uma intensa troca tiros foi deflagrada. Os criminosos fugiram e os policiais foram atrás de um menor de idade, de 12 anos, que tinha um rádio-transmissor em seu poder. O garoto tentou fugir para dentro de uma escola, quando foi apreendido.
>> FOTOGALERIA: Polícia revida e faz operação em favelas da cidade
Durante a perseguição ao menor, uma ligação foi feita para o comando informando que dois homens armados teriam invadido a Escola Maria Cerqueira Silva e feito alunos e funcionários como reféns. Os PMs estiveram no local, mas a informação não procedeu. Por precaução, a diretora da instituição resolveu suspender as aulas.
Ações também no Juramento e Borel. Bandido morto no Parque União
A Polícia Militar deu prosseguimento à ação e na residência de Claudio de Andrade Gonçalves, de 24 anos, os militares apreenderam centenas de papelotes de cocaína, 1004 pedras de crack e um cano de escopeta, que seria usada em outra arma, além de quatro rojões que seriam usados para alertas sobre a chegada da polícia na favela. O menor e todo o material apreendido foi levado para a 21ª DP (Bonsucesso).
Policiais militares fazem operação no Complexo de Manguinhos | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
Também nesta manhã, a Polícia Militar realizou operações nos Morros do Borel, na Tijuca, e Juramento, em Vicente de Carvalho. O objetivo, de acordo com o coronel Fernando Príncipe (comandante do 6º BPM), é encontrar e prender bandidos de facções rivais à que comanda o Morro dos Macacos. O patrulhamento foi reduzido nos acessos à comunidade. Os policiais estão nas ruas, mas com número bem menor de homens do que o observado na segunda-feira.
Entenda o confronto do último sábado na Zona Norte
No último sábado, a população do Rio de Janeiro amanheceu acuada e perplexa diante da violência do maior confronto dos últimos tempos. A disputa entre traficantes rivais produziu, em boa parte do dia, cenas de morte e destruição, comparáveis apenas a territórios em guerra. Depois de sete horas de intenso tiroteio entre quadrilhas no Morro dos Macacos, um helicóptero da Polícia Militar foi abatido enquanto sobrevoava os morros da Matriz e do Sampaio e três PMs morreram.
Ministro da Defesa descarta enviar tropas para o Rio
Plantão | Publicada em 20/10/2009 às 19h25m
Chico de GoisBRASÍLIA - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse nesta terça-feira que, por enquanto, não cogita em enviar as Forças Armadas para o Rio. Jobim disse que, até agora, o governador Sérgio Cabral (PMDB) não fez nenhum pedido nesse sentido.
- Só (vou mandar) se for determinação do presidente para garantir a lei e a ordem. Mas aí é um processo em que o governador tem de reconhecer a incapacidade do estado - afirmou.
Sobre a vigilância das fronteiras, por onde, segundo o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, passam as armas que estão em poder dos traficantes, Jobim garantiu que o governo está atuando de forma "intensa".
- Nós atuamos de maneira intensa. O Exército tem poder de polícia na faixa de fronteira - afirmou.
PM que tripulava helicóptero derrubado é enterrado no Rio
20 de outubro de 2009 • 18h02 • atualizado às 18h26
Policiais militares carregam o caixão com o corpo do cabo Izo Gomes Patrício
20 de outubro de 2009
Foto: Pedro Pantoja/Futura Press
Foi enterrado na tarde desta terça-feira o corpo do policial militar Izo Gomes Patrício, um dos ocupantes do helicóptero que foi derrubado a tiros por traficantes no Morro dos Macacos, zona norte do Rio de Janeiro, no último sábado.
Os ataques aconteceram no sábado, quando traficantes tentaram invadir o Morro dos Macacos para assumir o controle da venda de drogas na região. Inicialmente, suspeitava-se que a ordem para a invasão e os ataques à Polícia Militar havia partido de presos da penitenciária de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná. Entretanto, em nota oficial, o Ministério da Justiça negou a suspeita.
O soldado morreu na manhã de ontem, após ficar internado no hospital da Aeronáutica. Ele estava com graves queimaduras pelo corpo. O cabo foi enterrado no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste. De acordo com a administração do cemitério, mais de mil pessoas participaram do cortejo.
Outras 24 pessoas morreram nos confrontos. Segundo a Polícia Militar, entre os mortos estão outros dois atiradores de elite que estavam no helicóptero derrubado, três jovens assassinados por bandidos e 19 supostos traficantes.
Pelo menos dois mil policiais participam desde sábado de operações para buscar em várias favelas traficantes de diferentes facções que teriam participado dos confrontos. Além dos 25 mortos, sete pessoas ficaram feridas, cinco delas policiais, e oito ônibus foram queimados.
Atlas
Un agente en la favela de Jacarezinho, este lunes. | AP
- El presidente promete destinar 40 millones a la lucha contra la violencia
- 4.000 agentes registran este lunes seis favelas del norte de Río
- Un miembro del CIO minimiza los hechos y dice que el 7-J de Londres fue peor
"Estamos dispuestos a hacer el sacrificio que sea necesario para limpiar la suciedad que esa gente impone a Brasil". Así de tajante ha sido el presidente brasileño, Luiz Inacio Lula da Silva, tras un fin de semana negro en el que los enfrentamientos entre narcotraficantes han dejado un reguero de muertos —al menos 21— en las favelas de Río.
Un helicóptero policial derribado a tiros por los 'narcos', autobuses incendiados, batallones policiales recorriendo las favelas... Las imágenes llegadas en los últimos días desde Río han supuesto un duro varapalo la imagen de la 'Ciudad Maravillosa' sólo dos semanas después de ser elegida como sede olímpica.
En los enfrentamientos fallecieron al menos 21 personas (15 presuntos delincuentes, tres policías y tres trabajadores) y ocho más resultaron heridas. Este lunes, los agentes del BOPE (el Batallón de Operaciones Especiales) continuaban desplegados en seis favelas en el norte de la ciudad, entre ellas Morro dos Macacos, donde se desencadenaron los incidentes.
"Queremos arrestar a los narcotraficantes que participaron directa o indirectamente en el ataque al helicóptero", afirmó Oderley Santos, portavoz de la policía militar.
En las operaciones de este lunes han participado 4.000 efectivos, que se han incautado de drogas y muchas armas, entre ellas ametralladoras y fusiles, lo que confirma el poderoso arsenal que sigue en poder de los narcotraficantes, pese a la dura ofensiva lanzada en los últimos meses por las fuerzas de seguridad.
El presidente brasileño ya ha advertido que la 'limpieza' no será inmediata. "Llevará tiempo resolver la violencia que generan estas bandas de narcotraficantes", declaró Lula en Sao Paulo en una rueda de prensa que daba con su homólogo colombiano, Álvaro Uribe, tras mantener una reunión.
40 millones contra la violencia
"Cuando se tiene un conflicto de esa magnitud entre bandas muchas veces quien paga son los inocentes. Todo lo que el gobernador necesite estamos dispuestos a darle", dijo Lula.
Poco antes, el gobernador de Río de Janeiro, Sergio Cabral, había anunciado que, tras hablar con Lula, el presidente se comprometió a desembolsar las próximas semanas recursos por valor de 100 millones de reales (unos 40 millones de euros) para equipar a las fuerzas regionales de seguridad y, entre otras cosas, reponer el helicóptero derribado.
Los frecuentes enfrentamientos entre bandas de traficantes de drogas por el control de puntos de venta de drogas en las favelas y los tiroteos entre los delincuentes y policías han convertido a Río de Janeiro en una de las ciudades más violentas de Brasil.
Según la prensa local, los disparos que alcanzaron el helicóptero pusieron en duda la capacidad de la policía para controlar los grupos criminales y retomar el control del millar de favelas de la ciudad para garantizar la seguridad durante los juegos.
"Aún tenemos mucho por hacer, tenemos un largo camino por delante y lo que pasó este fin de semana lo demuestra", declaró el alcalde de Río, Eduardo Paes, durante un evento en Londres.
Craig Reedie, miembro del comité ejecutivo del CIO ha recordado que justo después de la designación de Londres como sede de los Juegos de 2012 se produjo el 7-J, el cuádruple atentado que dejó 52 muertos en julio de 2005, sin que nadie hable hoy de evitar la ciudad por razones de seguridad.
"El CIO ha estudiado la seguridad", dijo. "Lamento profundamente lo que ha sucedido en Río, pero debo decir que parece insignificante comparado con lo que ocurrió en Londres en 2005".
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