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domingo, 21 de setembro de 2008

Selton Mello ouviu conselhos de Santoro para gravar no exterior



Selton , como João da Ega em Os Maias

PEDRO DIAS LEITE
da Folha de S.Paulo, em Londres

Enquanto Sidney Magal canta no palco do Clapham Grand, o teatro antigo transformado em boate onde é gravada uma cena do filme sobre a vida de Jean Charles, Selton Mello é mais um no meio de muitos.

No primeiro trabalho do ator fora do Brasil, ele pegou dicas com o amigo Rodrigo Santoro e diz que não tem "a pretensão" de imitar Jean Charles. "Foi pegar o que eu ouvi, botar no liquidificador e fazer o meu Jean Charles. Eu não conheci ele", explica, comparando com o João Estrella de "Meu Nome Não É Johnny", que "estava o tempo todo no set".

Leia a seguir a entrevista, feita no set de filmagem.

FOLHA - Qual a sua visão do filme?
SELTON MELLO - A idéia é mostrar um cara que morreu erradamente, não era para ser ele. Quem era esse cara? É isso o que interessa. Quem era esse cara, o que ele fazia, de onde ele veio, como é que ele era, entendeu? Esse que é o barato. O barato do filme inteiro é ele, trabalhando, a relação com a família, ralando, morando seis na mesma casa.

FOLHA - Como tem sido a recepção dessa comunidade de brasileiros aqui em Londres?
MELLO - As histórias se repetem, de brasileiros que vão para o exterior, na esperança de um mundo melhor. Deu para entender algumas coisas. Tem alguns brasileiros que moram em Londres e não falam inglês, porque tem tanto brasileiro que eles só falam português entre eles. Outra coisa, os caras trabalham muito, então não têm tempo pra nada. Trabalham, trabalham, pra mandar dinheiro para o Brasil.

FOLHA - Como é interpretar o Jean Charles?
MELLO - Estou aqui fazendo minha percepção de um cara que existiu, depois de ter feito "Meu Nome Não É Johnny", que também foi um cara que existiu. A diferença é que o João Estrella estava lá vivo, então ele ia ao set.
Aqui eu ouvi muito sobre esse cara. Também falei muito com a família. Muitas vezes os familiares olham e falam: "Ele não falava assim". Eu falo: "Desculpe, não conheci ele, eu não vou imitar ele nem a pau. Eu faço o que eu acho que é".

FOLHA - E qual a diferença desse trabalho para os seus anteriores?
MELLO - É meu primeiro trabalho fora, esse para mim é o grande diferencial. A equipe é toda inglesa, tudo em inglês. Está sendo uma experiência muito rica. É tudo igual, o assistente de direção, o continuísta, mas é em inglês. O [Rodrigo] Santoro estava aqui, a gente é muito amigo, ele fala muito disso, de vida fora e tal. E eu tenho vontade também. Ele tem feito bastante, pra mim é o primeiro. Deu vários conselhos. Uma experiência muito boa.





O ator se emocionou ao ser premiado na votação popular pelo filme Meu Nome Não É Johnny.

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