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domingo, 31 de agosto de 2008

Apoio a separatistas da Geórgia é irreversível, diz Rússia


O presidente russo, Dmitry Medvedev, afirmou neste domingo que a decisão de Moscou de reconhecer a independência da Abecásia e da Ossétia do Sul, províncias que querem se separar da Geórgia, é irrevogável.

"Nós tomamos nossa decisão, é irreversível", disse Medvedev, em pronunciamento na TV, acrescendo que o país também proverá ajuda econômica e militar às duas regiões.

A decisão russa de reconhecer a independência das províncias separatistas de forma unilateral foi condenada por diversos países europeus e levou ao rompimento das relações diplomáticas entre Tbilisi (Geórgia) e Moscou.

O ministro do Exterior francês, Bernard Kouchner, chegou a falar no início da semana na possibilidade de sanções contra a Rússia e a União Européia fará uma reunião de emergência nesta segunda-feira para discutir a crise.

Mevdedev disse no seu pronunciamento que a Rússia estaria disposta a retaliar eventuais sanções do bloco.

"Nós não somos a favor de sanções de forma geral e só recorremos a elas em circunstâncias extermas. [Mas] se necessário, nós poderíamos aprovar a legislação relevante." Divergências O embaixador russo na Grã-Bretanha, Yuri Fedotov, por sua vez, disse que as sanções contra a Rússia prejudicariam mais a própria União Européia, que importa cerca de um quarto do gás natural que consome da Rússia.

O embaixador disse à BBC que a Rússia não quer mais confrontação e não busca uma nova Guerra Fria. "Mas se os nossos parceiros preferirem outra opção (de confrontação), é claro que a Rússia responderá, reagirá", disse Fedotov. Fetodov fez a declaração depois que o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, defendeu uma reavaliação das relações com a Rússia para prevenir mais "agressão russa." "A minha mensagem para a Rússia é simples. Se você quer ser recebido no topo de organizações como o G8 (grupo dos países mais industrializados), a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e a OMC (Organização Mundial do Comércio) você tem de aceitar que, com direitos, vêm também obrigações," disse o premiê em um artigo no jornal The Observer neste domingo. Mas a diferença entre a postura do governo britânico em relação à do alemão deixaram as evidentes as divergências dentro da UE em relação à crise, na véspera da cúpula.

O ministro do Exterior alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse que ações unilaterais tanto pela Rússia como pela Geórgia levaram a uma intensificação da crise.

Em uma entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine, ele disse que a UE deve ter um papel importante em prevenir que a crise tome novas proporções.

"Nós precisamos (que a Europa desempenhe) um papel forte e consciente que permita um retorno à razão e à responsabilidade", afirmou.

No início da semana, Steinmeier rejeitou a idéia de sanções, dizendo que a Rússia continuará sendo vizinho da Europa e que é de interesse do bloco retornar a uma "relação normal".

O ministro do Exterior francês, Bernard Kouchner, disse à BBC que Paris também não é a favor de sanções contra a Rússia, mas que a opinião de todos os membros da UE será levada em conta.

"A situação é muito difícil e... nós devemos ser firmes na nossa posição de oferecer uma linha defendendo, é claro, a integridade territorial da Geórgia", afirmou.

O conflito na região começou no dia 7 de agosto, quando a Geórgia tentou retomar o controle da Ossétia do Sul com uma ação militar e a Rússia contra-atacou. Manifestantes georgianos planejam realizar protestos em Tbilisi, capital da Geórgia, e em outras capitais européias para coincidir com o encontro desta segunda-feira em Bruxelas

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