SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO
Um novo prêmio na área das artes visuais será instituído neste ano pelo
Masp (Museu de Arte de São Paulo) e vai destinar R$ 200 mil a um artista
contemporâneo cuja obra tenha se destacado no ano anterior.
DE SÃO PAULO
Esse é o maior valor de um prêmio da categoria no país e um dos maiores do mundo, levando em conta que o Marcantonio Vilaça, a mais tradicional premiação brasileira, distribui R$ 30 mil a cada um dos cinco vencedores num ano, e o Pipa dá R$ 100 mil a um ganhador único.
No exterior, o prêmio britânico Turner reserva 25 mil libras, cerca de R$ 68 mil, ao vencedor, enquanto o espanhol Velázquez, um dos mais generosos, destina 120 mil euros, cerca de R$ 272 mil, a um único vencedor anual.
"Esse é um valor considerável para a situação de hoje", diz o curador do Masp, Teixeira Coelho, à Folha. "Está à altura do papel que a arte contemporânea hoje ocupa no mundo e no país."
Patrocinado pela Mercedes-Benz, com recursos incentivados, o prêmio do Masp deve anunciar seu vencedor em dezembro deste ano. Antes, três finalistas farão exposições no museu, em novembro, para mostrar ao público uma parte de suas obras.
Esses três finalistas serão escolhidos em maio por um grupo de cinco jurados.
Mastrangelo Reino - 19.abr.11/Folhapress | ||
Teixeira Coelho, curador do Masp |
Cada jurado será convidado a indicar dez nomes para uma lista com um total de 50 artistas. Desses, serão selecionados os três finalistas.
Eles serão avaliados por sua produção recente. Nesta primeira edição do prêmio, podem ser consideradas inclusive obras feitas ainda na segunda metade de 2010.
São elegíveis todos os tipos de manifestação artística contemporânea, incluindo vídeos, performances, intervenções urbanas e suportes mais tradicionais, como pintura, desenho e escultura.
"Esse prêmio tem a proposta imediata de ressaltar o valor de uma determinada obra ou de determinado artista", diz Coelho. "Também contribui para o sistema como um todo, tornando a arte um assunto de maior interesse para o público e para museus."
Coelho também espera que o novo prêmio sirva para retomar uma tradição nas artes visuais no país, como fazia a Bienal de São Paulo.
"A Bienal cometeu um erro quando parou de premiar os artistas", afirma Coelho. "Isso tem o mérito de incrementar a dinâmica artística de um determinado momento. O mundo reconhece que prêmios são importantes."
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