Diretriz também vai orientar em que condições pessoas com dispositivos cardíacos implantáveis podem tirar ou renovar carteira de habilitação
01 de dezembro de 2011 | 22h 00
Karina Toledo
Deve ser publicada na próxima semana a primeira
diretriz brasileira para orientar em que condições pacientes com
dispositivos cardíacos implantáveis, como marca-passos, desfibriladores e
ressincronizadores cardíacos, poderão dirigir veículos, tirar ou
renovar a carteira de motorista. Estima-se que aproximadamente 37 mil
brasileiros estejam nessas condições.
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“A tendência é que, após a publicação oficial, isso vire uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que tem força de lei. O processo é semelhante ao que tornou obrigatório o uso de cadeirinhas para transporte de crianças de até 7 anos”, conta Flávio Adura, diretor-científico da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet).
A entidade elaborou as recomendações em parceria com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac). O texto será apresentado amanhã no Congresso Brasileiro de Arritmias Cardíacas, em Brasília.
Adura revela que cerca de 4% dos acidentes fatais são causados por doenças do motorista. “Os problemas cardiológicos são uma das principais causas de mal-súbito”, afirma.
As novas regras vão determinar, por exemplo, quanto tempo uma pessoa submetida a uma cirurgia para implante de marca-passo ou para a troca do gerador do aparelho deve esperar para voltar a dirigir.
Silvana Nishioka, uma das coordenadoras das diretrizes na Sobrac, explica que esse tempo aumenta de acordo com o risco do procedimento. “Quando você troca um fio do marca-passo, por exemplo, leva um tempo até ele ficar bem fixado ao músculo cardíaco. Durante esse período os pacientes devem evitar qualquer tipo de esforço, pois há risco de hemorragia”, diz.
Embora não exista nenhuma restrição absoluta à direção de veículos particulares, os portadores de desfibriladores cardíacos, aparelhos que tratam um tipo de arritmia que pode causar morte súbita, e ressincronizadores cardíacos, usados em alguns tipos de insuficiência cardíaca, ficam impedidos de dirigir profissionalmente.
De acordo com Adura, enquanto um motorista de um carro de passeio dirige em média 250 horas por ano, um motorista profissional pode chegar a 3 mil horas. “O risco de ter um mal súbito, portanto, é 12 vezes maior. Além disso, as consequências do acidente também costumam ser mais graves, pois envolvem veículos de alta tonelagem, como caminhões e ônibus, e muitos passageiros.”
Mas, segundo Silvana, os riscos de acidente não são altos o suficiente para impedir que os pacientes dirijam carros particulares. "Os principais problemas costumam ocorrer nos primeiros três ou quatro meses após a cirurgia”, afirma.
O coordenador de Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Iran Castro, diz que o texto deve estar disponível no site da revista Arquivos Brasileiros de Cardiologia já na próxima semana. Também deve ser publicada em breve na revista da Abramet.
Adura revela que a Abramet pretende criar diretrizes semelhantes para outras áreas das medicina, como neurologia e oftalmologia. “Doenças neurologia são a outra causa importante de mal súbito. Além disso, precisamos orientar os médicos sobre como proceder, por exemplo, com pacientes com Alzheimer.”
Arritmia pode limitar ação de motoristas
- 1 de dezembro de 2011 |
- 23h29 |
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KARINA TOLEDOkarina.toledo@grupoestado.com.br
Problemas cardíacos poderão impedir pacientes de dirigir automóveis. Deve ser publicada na próxima semana a primeira diretriz brasileira para orientar em que condições pessoas com arritmias cardíacas e portadores de dispositivos cardíacos implantáveis, tais como marca-passos e desfibriladores, poderão tirar ou renovar a carteira de motorista. Estima-se que aproximadamente 37 mil indivíduos usem esse tipo de aparelho no Brasil.
“A tendência é que, após a publicação oficial, isso vire uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que tem força de lei. O processo é semelhante ao que tornou obrigatório o uso de cadeirinhas para transporte de crianças de até 7 anos”, conta o diretor científico da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Flávio Adura. A entidade elaborou as recomendações em parceria com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac).
O texto será apresentado amanhã, durante o Congresso Brasileiro de Arritmias Cardíacas, em Brasília. De acordo com Adura, cerca de 4% dos acidentes fatais são causados por doenças do motorista, daí a importância da iniciativa. “Os problemas cardiológicos são uma das principais causas de mal súbito”, afirma.
O que muda
As novas regras propostas vão determinar, por exemplo, quanto tempo uma pessoa submetida a uma cirurgia para implante de marca-passo ou a um procedimento para a troca do gerador do aparelho deve esperar para poder voltar a dirigir (veja mais detalhes das regras abaixo).
Uma das coordenadoras das diretrizes na Sobrac, Silvana Nishioka afirma que o tempo de resguardo em relação ao trânsito aumenta de acordo com o risco do procedimento. “Quando você troca um fio do marca-passo, por exemplo, leva um tempo até ele ficar bem fixado ao músculo cardíaco. Durante esse período, os pacientes devem evitar fazer qualquer tipo de esforço, pois há risco de hemorragia”, esclarece.
Embora não exista uma restrição absoluta à direção de veículos particulares, os portadores de desfibriladores cardíacos, aparelhos que tratam um tipo de arritmia que pode causar morte súbita, e indivíduos que usam ressincronizadores cardíacos, indicados para tratar alguns tipos de insuficiência cardíaca, ficam impedidos de dirigir profissionalmente com as novas medidas.
De acordo com Adura, enquanto um motorista de um carro de passeio dirige aproximadamente 250 horas por ano, um motorista profissional pode chegar a 3 mil horas no trânsito. “O risco de ter um mal súbito, portanto, é 12 vezes maior. Além disso, as consequências do acidente também costumam ser muito mais graves, pois envolvem veículos de alta tonelagem, como caminhões e ônibus, e também muitos passageiros”, completa.
De acordo com Silvana, os riscos de acidente não são altos o suficiente para impedir que os pacientes dirijam carros particulares. “Os principais problemas costumam ocorrer nos primeiros três ou quatro meses após a cirurgia”, afirma ela.
O coordenador de Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Iran Castro, diz que o texto deve estar no site da revista Arquivos Brasileiros de Cardiologia já na próxima semana. Também deve ser publicada em breve na revista da Abramet.
Outras doenças
Adura revela que a Abramet pretende criar diretrizes semelhantes para outras áreas da medicina, tais como neurologia e também oftalmologia. “Doenças neurológicas são uma outra causa importante de mal súbito. Além disso, precisamos orientar os médicos sobre como devem proceder, por exemplo, no caso de pacientes acometidos por doença de Alzheimer”, complementa. ::
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