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sábado, 29 de outubro de 2011

Alta da gasolina autorizada; governo quer evitar repasse


Publicado em 29 de outubro de 2011
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Representantes de donos de postos ainda não sabem qual será o impacto ao consumidor na bomba, mas acreditam que a alteração será imperceptível
FRANCISCO VIANA
Petrobras explica que busca alinhar os preços dos derivados aos valores praticados no mercado internacional
São Paulo/Fortaleza. A Petrobras confirmou, em comunicado ao mercado divulgado ontem, o reajuste de 10% para a gasolina e de 2% para o diesel, na refinaria. Os novos preços passam a valer a partir de primeiro de novembro, terça-feira próxima. Segundo a nota, os preços da gasolina e do diesel sobre os quais incide o reajuste anunciado ontem não incluem os tributos federais Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) e PIS/Cofins e o estadual Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Para atenuarO Ministério da Fazenda anunciou que o governo vai reduzir, também a partir de primeiro de novembro, as alíquotas da Cide sobre gasolina e óleo diesel.

No caso da gasolina, a tarifa passará de R$ 0,192 por litro para R$ 0,091 por litro (recuo de R$ 0,10). Para o óleo diesel, a cobrança cairá de R$ 0,07 para R$ 0,047 por litro.

A última vez que a Petrobras havia anunciado reajuste nos combustíveis foi em maio de 2008, quando os preços da gasolina e do diesel na refinaria subiram, 10% e 15%. Depois em junho de 2009, ocorreu o inverso, os valores recuaram 4,5% e 15%, respectivamente. De lá para cá, não houve alterações por parte da estatal.

Para não chegar à bomba
A intenção do governo, com isso, é tentar evitar o repasse da elevação do valor dos combustíveis na refinaria para o consumidor final ao abastecer nas bombas dos postos. De acordo com o assessor econômico do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Ceará (Sindipostos), Antônio José Gomes Costa, ainda não há como informar se realmente será repassado o reajuste ou não. Porém, ele tranquiliza o consumidor. "Do jeito que está posto, com a redução de 50% na Cide, se houver algum impacto para mais ou menos, será mínimo, praticamente imperceptível", disse Costa.

Depende das distribuidoras
Para outro especialista do setor no Ceará, também ligado ao Sindipostos, "o aumento dos preços de combustíveis nas bombas depende, basicamente, do aumento das distribuidoras, que são nossas fornecedoras. Se não houver nenhum acréscimo no nosso custo de compra, então também não haverá para o consumidor", disse. Segundo a fonte, em oportunidades anteriores o governo já fez o mesmo, só que o repasse acabou ocorrendo nas bombas em virtude de não ter havido uma compensação plena.

Fiscalização
"Não basta apenas o governo falar que não vai aumentar, tem que fiscalizar os preços nas distribuidoras", opinou.

Na refinaria10% é o aumento que a Petrobras autorizou para a gasolina na refinaria. O diesel, por sua vez, teve majoração liberada de 2%



Reajuste alivia caixa da Petrobrás em R$ 4 bi

RIO

As perdas da Petrobrás com a manutenção do preço defasado, sem reajuste, da gasolina e do diesel somam, de janeiro a outubro deste ano, pelo menos R$ 4 bilhões, de acordo com cálculo feito pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), empresa de consultoria e informação especializada em serviços de inteligência e gestão de negócios no mercado de energia.

Para o diretor do CBIE, Adriano Pires, que elogiou a decisão do governo federal de baixar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e aumentar o preço da gasolina e do diesel, a medida, anunciada ontem à noite, "está longe de ser suficiente, mas, nessa altura do campeonato, pelo menos serve para estancar a hemorragia".

Em nota oficial divulgada ontem à noite, a Petrobrás informou sobre a modificação dos preços da gasolina e do diesel nas refinarias. A gasolina A subiu 10%. O diesel, 2%. "Esse reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional, em uma perspectiva de médio e longo prazos, que vem apontando um novo patamar para os preços praticados", informa o comunicado da empresa.

A avaliação de Adriano Pires é bem mais dramática. "O caixa da Petrobrás estava sangrando. E a empresa está cheia de compromissos com o pré-sal, com as novas refinarias e muitos outros mais", observou ele.

A hemorragia a que o especialista se refere é consequência do fato de o governo não autorizar o aumento do preço dos dois combustíveis desde 2009, como forma de evitar o aumento da inflação.

"A situação melhora bastante. A Petrobrás vinha perdendo muito dinheiro porque o preço da gasolina no mercado internacional disparou. A única maneira de o governo tentar reverter esse quadro era promover uma renúncia fiscal. Então, reduziu a Cide a favor da Petrobras. O governo praticamente zerou a Cide", afirmou Pires, para quem "o que é interessante é que a preocupação do governo com as inflação é tão grande que faz uma pirotecnia danada".

Com o crescimento do mercado interno e a entrada no país de milhões de veículos novos por ano, a gasolina produzida no Brasil tem se mostrado insuficiente para o atendimento da demanda.



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