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sábado, 29 de outubro de 2011

#crime #corrupção Polícia Civil confirma que Paolicchi recebia ameaças


  • Roberto Silva

O assassinato do ex-secretário de Fazenda de Maringá, Luiz Antonio Paolicchi, 54 anos, cujo corpo foi encontrado na noite de quinta-feira na zona rural do distrito de Floriano, é um crime com várias vertentes e muitos suspeitos em potencial.

"Entre todos os homicídios que investiguei ao longo de dez anos de carreira, este é o caso com o maior número de suspeitos que já me deparei", afirmou o delegado-adjunto da 9ª Subdivisão Policial, Nagib Nassif Palma, que preside as investigações.

Instaurado minutos após o corpo ser localizado, o inquérito que apura a morte do ex-secretário já totalizava na tarde de ontem pouco mais de quarenta páginas.

Além de relatórios do local de morte e outros documentos oficiais de investigação, a pasta continha pelo menos quatro boletins de ocorrência (B.Os) por calote supostamente aplicados pela vítima nos anos de 2008, 2009 e 2010, bem como outros três B.Os que o próprio Paolicchi havia registrado, ano passado e neste ano, contra dois maringaenses que o teriam ameaçado para tentar receber dívidas atrasadas.

Ivan Amorin/8-12-2000

Paolicchi chega em Maringá, depois de ser preso em Florianópolis (SC); único objeto levado, o celular será peça-chave para elucidar o crime

Em um dos B.Os., registrado em novembro do ano passado, Paolicchi acusou o vendedor Paulo César Matos, o "Sardinha", de ameaçá-lo para receber uma dívida supostamente relacionada à venda de uma caminhonete.

Na denúncia, o ex-secretário afirmou que "Sardinha", o procurava com insistência no prédio onde residia. "Expliquei a ele (Sardinha) que não tinha dinheiro para quitar a dívida, mas ele dizia, em tom de ameaça, que iria receber de qualquer forma", afirmou Paolicchi. Matos não foi encontrado para explicar a denúncia.

Em outros dois B.Os, registrados em maio e junho deste ano, Paolicchi acusou Luiz Amarildo Bettoni, residente na Zona 2, por ameaça e cobrança com coação. Também sem revelar o motivo da dívida e o valor devido, o ex-secretário contou que além de telefonemas, Bettoni enviava mensagens de celular para ameaçá-lo, bem como a família dele.

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Segundo Paolicchi, em certa ocasião Bettoni teria dito: "você não sabe o que sou capaz de fazer".

Procurado pela reportagem, Bettoni negou a acusação e disse que há cerca de um ano tentava receber R$ 70 mil do ex-secretário, dívida, que segundo ele, estaria relacionada a venda de algumas cabeças de gado.

"Mentira dele. Eu dizia que se ele não pagasse por bem, eu iria a procurar a Justiça", explicou. Contrariado ao saber que havia sido denunciado à Polícia Civil, Bettoni desabafou: "Além de caloteiro, ainda levou meu nome para a delegacia. Que sujeitinho...", exclamou.

O exame de necropsia feito no corpo de Paolicchi confirmou quatro perfurações de projéteis de arma de fogo. Apesar de ainda não ter emitido o laudo oficial, o Instituto Médico-Legal (IML) adiantou ao delegado Nagib Nassif Palma que dois projéteis acertaram o rosto (lado direito), um acertou o braço (próximo ao ombro direito) e outro a lateral do abdome (lado direito). Segundo o delegado, os disparos teriam sido feitos com o cano da arma encostado ao corpo e todos foram fatais.

Complexidade
"De todos os homicídios que
investiguei ao longo de dez
anos de carreira, este é o
caso com o maior número
de suspeitos"
Nagib Nassif Palma
Delegado que preside as
investigações

Os projéteis que perfuraram face e braço quebraram a coluna cervical (altura do pescoço), enquanto o que perfurou o abdome rompeu o intestino grosso. O exame não detectou a hora exata da morte, que poderia ter ocorrido entre a noite de quarta-feira e madrugada de quinta.

Ainda de acordo com o delegado, Paolicchi teria sido executado em local diverso do ponto onde o corpo foi encontrado e mais de uma pessoa pode ter participado do crime, incluindo até mesmo uma "isca", no caso, um garoto de programa. Nagib não tem dúvida de que o crime foi premeditado, com o ex-secretário sendo atraído após receber algum telefonema.

Esta hipótese surgiu após a polícia ser informada do sumiço do celular de Paolicchi. "Se o assassino dispensou relógio, carteira com dinheiro e cartões bancários, não haveria motivo para roubar apenas o celular", diz o delegado.

As suspeitas são de que o assassino pode ter levado o aparelho para impedir o acesso ao histórico de chamadas feitas e recebidas, além de uma provável mensagem de texto enviada à vítima momentos antes do crime.

Se confirmada as suspeitas, a estratégia de nada adiantou. Ontem mesmo a polícia oficiou a operadora do celular solicitando todos os dados da conta.

A polícia também espera que o aparelho forneça alguma pista do trajeto feito por Paolicchi após deixar a residência, na noite de quarta-feira, data do desaparecimento.

Morte

Linha do tempo

LAST







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