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domingo, 18 de setembro de 2011

A Imprensa pauta o governo



Coluna A Tarde: A Imprensa pauta o governo
Os consecutivos registros de corrupção envolvendo o governo da União – certamente também presentes nos estados, onde a vigilância da imprensa não é tão eficaz – expõe o grau de deterioração da atividade pública, que projeta uma péssima imagem do País no exterior. Não é preciso ir-se em busca de mais evidências, senão observar o governo Dilma Rousseff. Em oito meses e meio caíram cinco ministros, quatro deles por supostas corrupção e um, Nelson Jobim, por desentendimento e críticas aos ministros e aos petistas de maneira geral. Jobim entregou o cargo com a dignidade intacta. Foi o único.
As irregularidades na atual gestão não devem ser imputadas à presidente. Seria injusto assim proceder. Elas vêm de antes, da herança recebida do governo anterior que, para se blindar e agradar aliados, elasteceu a gestão com nada menos 37 ministérios, a maioria deles absolutamente dispensável. Ademais, Rousseff aceitou a quase imposição do ex-presidente ao seu governo dos quatro afastados: Antônio Palocci, Alfredo Nascimento, Wagner Rossi e Pedro Novais. Um de Lula, Palocci, um do PR, dois do PMDB, o último deles, Pedro Novais, indicado por um dos sócios da legenda, o senador José Sarney. Que também indicou o substituto, Gastão Vieira. Ambos são do seu feudo, o Maranhão.
Nesse aspecto, Dilma passa a ter responsabilidade. Falta-lhe coragem para enfrentar os velhos vampiros da República, certamente por orientação de Lula que a aconselhou “a não esticar muito a corda para não ter problema com a governabilidade.” Traduzindo o conselho de Lula: o perigo que envolve a governabilidade transforma os partidos em sócios do tesouro da República. São todos, sem exceção, farinha do mesmo saco. Está nos partidos, em última análise, a origem do mal da corrupção, que somente pode ser debelada com uma reforma política séria, daí as dificuldades para fazê-la. Muitos políticos exercem o seu mandato com honradez, mas grande parte se enriquece à sombra de negócios escusos resultado da venda, de uma forma ou de outra, das vantagens que os poderes republicanos oferecem ou do fisiologismo abjeto.
A sucessão de denúncias contra integrantes do governo nos diversos escalões, todas elas até aqui, são fruto da imprensa livre. Não partiu do Estado, do governo, nenhuma iniciativa a não ser levado a investigar as mazelas divulgadas. Daí porque a todo o momento há movimentos para restringir a liberdade de imprensa, entronizada na Constituição de 1988. Na medida em que a vigilância arrefeça, os corruptos, que se proliferam não sem razão à semelhança dos ratos, tomam conta da República. O poder que entendem ter serve como ameaça à livre manifestação do pensamento, da opinião. A cada denúncia, porém, a imprensa se fortalece e soma crédito junto à opinião pública.
        
Curioso é que, recentemente, em declaração, a presidente Dilma Rousseff defendeu a imprensa, a sua liberdade de manifestação e de opinião, mas, como contraponto, disse em sequência que “não se deixava pautar pela imprensa”. O que acontece é, justamente, os dois casos. Ela tem o mérito democrático de respeitar o livre pensamento e a imprensa, mas, queira-se ou não, a corrupção a leva ser pautada pelas denúncias nos diversos veículos de comunicação. É fácil constatar. Todos os ministros substituídos, além dos integrantes do segundo escalão, caíram depois das denúncias efetuadas. Não surgiram do próprio governo, mas de fora do governo. Ela tem méritos, no entanto, ao reconhecer a exata essência da imprensa em suas diversas formas.
      
Os brasileiros estão se aglutinado para realizarem marchas para uma limpeza generalizada. Essas marchas são necessárias. O governo terá que ouvir o grito das ruas porque ele além de legítimo é a voz da nação que quer reformas, a reforma política, sobretudo, porque sem ela os corruptos continuarão aboletados no poder. Não há país sério que não esteja estribado em princípios da moralidade e da ética pública.   
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O ESTRANHO OTTO
         
É estranha a posição do vice-governador Otto Alencar de oferecer apoio ao movimento que quer dividir a Bahia e criar o estado de São Francisco, no rastro do processo divisionista do estado do Pará, em cujo território pretende-se, através de plebiscito, ou consulta popular, criar o estado de Carajás. Uma situação nada tem a ver com a outra. 
        
A postura de Alencar é meramente política. Vincula-se a interesses eleitorais do seu partido que acaba de ser criado, o PSD. Vai, no entanto, de encontro à Bahia, cujo território, por desejo dos baianos, é indivisível. O curioso é que ele se submete a um desgaste absolutamente desnecessário. Ao tentar agradar aos eleitores da região do Oeste, ou do além São Francisco, ele desagrada os demais, como poderá comprovar se levar sua posição adiante e essa história terminar (o que não acontecerá) em consulta à população. 
       
Simplesmente porque na região do Oeste, rica produtora de grãos, está apenas pouco mais de um milhão de eleitores. Otto não tem como, nem voto, para acarinhar os eleitores que pretende. Gerou uma polêmica desnecessária. Definitivamente, a Bahia não se divide.
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CENTRO HISTÓRICO-I
       
O centro histórico e o patrimônio colonial que o Pelourinho representa estão abandonados pelo Estado e pelo município, conforme se vê, onde perambulam pedintes, marginais e drogados, que afugentam os turistas do mais belo e maior conjunto colonial da América Latina.
      
É possível observar, à luz do dia, adolescentes e até crianças se drogando com crack sem que nada se faça para impedir controlando com a destinação de espaços específicos para a cura. O que se vê é um lento processo de suicídio. Visitar o centro histórico é um programa que deprime baianos e turistas. 
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CENTRO HISTÓRICO-II
      
No entanto, há formas de tentar controlar as drogas, e recuperar a área do conjunto arquitetônico colonial. Se houver boa vontade oficial e ações, prometidas, mas nada além de promessas das autoridades. Pior. Ainda recentementente, o provedor da Santa Casa da Misericórdia, que se situa na Rua da Misericórdia, que liga a Praça da Sé à Praça Municipal, José Antônio Rodrigues, ofereceu às autoridades instalar posto de tratamento para drogados e de saúde na área, de sorte a estancar ou diminuir o processo decadente da população da área. 
      
A resposta foi o silêncio. O absoluto silêncio das autoridades públicas. Postura que bem demonstra que elas estão alheias ao que por lá se passa. Estão indiferentes à degradação do conjunto colonial e ao drama dos miseráveis que por lá perambulam sem nenhum objetivo de vida. Apenas esperando a morte. José Antônio Rodrigues já foi secretário de saúde do Estado, bom secretário, antes de assumir a provedoria da Santa Casa.

*Coluna de Samuel Celestino publicada no jornal A Tarde deste domingo (18).

Saúde tem que reagir contra a meningite

As ações da secretaria de Saúde estadual envolvendo o surto de meningite na região de influência do complexo hoteleiro de Sauípe ficaram muito distantes do desejável. Como conseqüência da ineficiência das ações, que deveriam ser prontas e imediatas, determinando até a suspensão do Sauípe Folia, a Bahia acabou sendo notícia negativa no noticiário dos principais veículos de comunicação nacionais.









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