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domingo, 18 de setembro de 2011

escola pública em greve paga mais que particular





Instituto Federal do Maranhão oferece salários maiores que a média do Estado. Com paralisação, alunos vão para cursinhos

Wilson Lima, iG Maranhão | 18/09/2011 07:00
Por causa da greve de quase dois meses nos institutos federais, os alunos do 3° ano do Instituto Federal do Maranhão (Ifma), em São Luís, estão trocando as salas de aula da instituição pelos cursinhos preparatórios visando às provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Entre os colégios que tiveram mais de 75% de participação no exame do ano passado, o Ifma obteve a quinta maior nota do  Maranhão no geral e a melhor entre as escolas públicas. Entre todas as escolas públicas brasileiras atendendo ao mesmo critério, o Ifma detém a 23ª colocação.
Leia também: Consulte as notas do Enem por escola em 2010

Foto: Wilson Lima/iG
Facha do IFMA: escola oferece salários acima da média, inclusive para os padrões da rede particular do Maranhão
Segundo a direção do Ifma, a maioria dos professores aderiu à paralisação nacional. Os técnicos, não. Hoje, apenas algumas disciplinas estão sendo ministradas. Os alunos do 3° ano têm aula somente três dias por semana, em média. “Se pensou em um diálogo, para não interromper as aulas dos alunos do 3° ano, mas isso não se concretizou porque o discurso do comando local de greve era de que enquanto o governo não abrisse negociação, eles também não iriam dialogar”, afirmou a pró-reitora de ensino do Ifma, Marise Piedade Carvalho.
Alunas do 3° ano do Ifma, Jhayleane de Jesus Carvalho e Viviane Sampaio, ambas com 17 anos, resolveram buscar ajuda em cursos preparatórios para não perder carga horária durante o período de greve. Jhayleane chegou a frequentar dois cursinhos ao mesmo tempo. “Pela questão do ensino técnico integrado, já há um direcionamento natural para as disciplinas dos cursos técnicos. Mas, com a greve, o problema piorou. Se você não buscar alternativas, vai ter problemas na hora do Enem”, disse Jhayleane Carvalho. “O que deveria ser um reforço acaba sendo a base da gente nessa reta final”, complementa Viviane.


A pró-reitora do Ifma admite que a paralisação pode causar prejuízos, mas acredita que eles não serão drásticos. “O 3° ano é momento de acertar alguns detalhes. Toda a nossa base não foi comprometida. Tivemos um 1° ano, 2° ano e o primeiro semestre do 3° ano tranquilos. Acredito que nosso rendimento não deve ser afetado”, pontuou.
No Enem 2010, o Ifma teve nota de 622,67 pontos na prova objetiva e 676,22 no geral. A escola conseguiu ficar à frente de colégios considerados tradicionais, para estudantes de classe média alta, e com mensalidades na casa dos R$ 700 – valor bem alto para os padrões do Estado, que tem uma das menores rendas por pessoa do Brasil. A receita do sucesso é, segundo a pró-reitoria de ensino, investimento no acompanhamento pedagógico e na qualificação docente, incentivando os professores a estudar, inclusive com mestrados e doutorados.
Os professores da instituição são os mais bem pagos em comparação com os da rede pública estadual – e até particular – em São Luís. O salário base gira em torno de R$ 2.100 para os que tem apenas graduação. Os com doutorado chegam a ganhar mais de R$ 4 mil. Um professor das melhores escolas particulares em São Luís, por exemplo, tem salários por volta de R$ 2 mil. Os da rede pública estadual tem rendimentos na casa dos R$ 1,2 mil.

Foto: Wilson Lima/iG
Instituto vazio no Maranhão
Apesar do sucesso, o Ifma apresenta alguns problemas estruturais. O prédio onde ele é sediado é praticamente o mesmo de 20 anos atrás, quando foi inaugurado, apenas com algumas modificações na fachada e melhorias de equipamentos de salas de aula. Um prédio anexo com 40 salas de aula está em construção há aproximadamente três anos e ainda sem prazo para conclusão. A obra deveria durar aproximadamente12 meses.
Além disso, também houve atraso em obras de recuperação do departamento de design e da quadra poliesportiva da escola durante o ano de 2011. Também não existem grandes recursos didáticos para as aulas do ensino médio. O máximo de tecnologia são os retroprojetores. No Ifma, nos últimos anos, houve a ampliação dos laboratórios de informática, mas ainda está bem aquém da demanda de aproximadamente 3,6 mil alunos do ensino médio integrado com o técnico.










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