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domingo, 17 de julho de 2011

Brasileiros perdem R$ 230 bi na bolsa


Autor(es): » Vicente Nunes
Correio Braziliense - 16/07/2011

Fatura da crise mundial chegou. Bovespa já caiu quase 15% desde o início do ano e tombo pode crescer

A crise que assola a Europa e o medo de calote dos Estados Unidos estão custando caro aos investidores brasileiros que destinaram parte de sua poupança para o mercado de ações. Do início do ano até ontem, as perdas acumuladas chegam a R$ 230,1 bilhões, quase 10% do que as famílias do país devem gastar neste ano. Os prejuízos se referem ao recuo no valor de todas as empresas com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

O tombo foi provocado, principalmente, pela saída de investidores estrangeiros do país — eles já retiraram quase R$ 500 milhões do pregão paulista — e pela desistência de muitas pessoas físicas em esperar a recuperação do mercado.

"Neste momento, a ordem é ter muito sangue frio. As incertezas são muitas no cenário internacional e todos se perguntam o que acontecerá com a economia brasileira caso a Europa afunde de vez e os EUA deixem de honrar os compromissos com seus credores", disse um experiente analista. Ele ressaltou que a semana encerrada ontem foi a segunda pior para a Bovespa em 2011: registrou baixa em quatro dos cinco pregões. O Ibovespa, índice que mede a lucratividade das ações mais negociadas, computou perdas de 3,3%, ao ceder para os 59.478 pontos, o nível mais baixo desde 25 de maio do ano passado. Ontem, especificamente, o indicador recuou 0,34%. No ano, a baixa está em 14,18%.

Desconfiança
No início da sexta-feira, tudo levava a crer que a Bovespa teria um dia de recuperação. Mas bastaram notícias ruins inundarem o pregão para que os preços das ações voltassem a ceder. Os investidores não escondem a preocupação com as dificuldades do presidente dos EUA, Barack Obama, de chegar a um acordo com o Congresso para aumentar o teto da dívida daquele país, que já está em US$ 14,3 trilhões. Apesar de apostarem em um acerto entre o governo e o Partido Republicano, de oposição, os norte-americanos não escondem o pessimismo. Tanto que o índice de confiança medido pela Universidade de Michigan caiu para o patamar mais baixo desde março de 2009, devido ao recuo da renda e a alta do desemprego. "Os EUA estão em uma grande cilada. E o mundo pode pagar caro por isso", sentenciou um executivo de um banco estrangeiro.

Em Nova York, porém, a bolsa de valores conseguiu fechar o dia em terreno positivo. O índice Dow Jones subiu 0,34%, para os 12.479 pontos, apesar das discussões sobre o teto da dívida e de a Standard & Poor"s (S&P) ter colocado a classificação de risco do país (AAA) em observação, com perspectiva de rebaixamento até o fim do mês, caso o risco de calote aumente. No mercado de câmbio, o dólar foi negociado a R$ 1,575 para venda, com queda de 0,19%.

Itália aprova arrocho fiscal
O Parlamento italiano deu ontem o sinal verde definitivo para um plano de arrocho fiscal de 79 bilhões de euros. O apoio ao pacote proposto pelo governo teve como objetivo evitar um contágio da crise na Itália, apontada pelos mercados como o próximo país a sucumbir às turbulências que sacodem a Zona do Euro e já engolfaram a Grécia, a Irlanda e Portugal. A rapidez com que a Câmara de Deputados deu aval às medidas foi considerada um "milagre" pelo presidente da República, Giorgio Napolitano. A Itália é o alvo dos investidores em razão de sua enorme dívida pública de 1,9 trilhão de euros, que representa cerca de 120% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Apesar da vitória do governo, as bolsas de valores europeias fecharam em baixa. Londres cedeu 0,06%. Em Paris, a perda foi de 0,66%. Em Madri, houve baixa de 1,19%.








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