Publicada em 02/04/2011 às 21h19m
Luiza DaméBRASÍLIA. Em três meses de governo, seis dos 37 ministros não tiveram audiência individual com a presidente Dilma Rousseff, segundo levantamento feito pelo GLOBO. São eles: Jorge Hage (CGU), Pedro Novais (Turismo), Mário Negromonte (Cidades), Garibaldi Alves Filho (Previdência), Wagner Rossi (Agricultura) e Moreira Franco (Assuntos Estratégicos). Nesse grupo, quatro são filiados ao PMDB. Negromonte é do PP, e Hage não tem partido.
Na outra ponta, dos mais frequentes, estão ministros que tiveram mais de duas audiências por mês com a presidente. O seleto grupo é integrado por Guido Mantega (Fazenda), Antonio Palocci (Casa Civil), Antônio Patriota (Relações Exteriores), Edison Lobão (Minas e Energia), Fernando Haddad (Educação), Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Fernando Pimentel (Desenvolvimento), Miriam Belchior (Planejamento) e Alexandre Padilha (Saúde). Coincidência ou não, sete deste grupo de nove ministros são petistas.
Os chamados ministros da casa ou palacianos costumam se encontrar com a presidente sem que isso seja registrado na agenda. Além de Palocci, estão nessa condição os ministros Luiz Sérgio (Relações Institucionais) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral). Já o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), José Elito Siqueira, e a ministra da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Helena Chagas, entram na agenda da presidente nos despachos internos da manhã.
Agenda pública da presidente Dilma não registra todas as reuniõesO ministro da CGU tem uma condição semelhante à dos ministros palacianos. Algumas vezes, Jorge Hage é chamado ao gabinete presidencial, mas seu nome não é registrado na agenda pública. Segundo a assessoria da CGU, o ministro já teve audiências com a presidente, mas elas não foram incluídas na agenda. Embora a agenda de Dilma registre quatro encontros com o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, ele também é chamado com frequência ao Planalto. Moreira Franco disse que não pediu audiência e está aguardando ser chamado pela presidente para tratar de assuntos da sua pasta.
- Isso é natural. A presidente tem uma rotina que não é só despacho administrativo com ministros. Ela tem um plano de trabalho para seguir. Eu vou esperar que ela me chame, a não ser que ocorra alguma coisa urgente. Agora, não há nenhuma questão partidária envolvida.
A assessoria do Ministério do Turismo informou que Novais "não solicitou até o momento audiência com a presidente". Mas disse que o ministro "esteve diversas vezes no Palácio do Planalto em reuniões com a presidente e outros ministros". Já Mário Negromonte, segundo a assessoria do Ministério das Cidades, foi chamado para reuniões com Dilma na cabine do avião presidencial, durante duas viagens. O ministro também participou no Planalto de reuniões setoriais, como a que tratou das obras da Copa de 2014.
A assessoria do Ministério da Agricultura disse que Wagner Rossi esteve "quatro ou cinco ocasiões" com Dilma, mas não precisou as datas, tratando de nomeações e política agrícola. A assessoria do Ministério da Previdência Social não respondeu às ligações do GLOBO.
O Planalto disse que todos os ministros já participaram de reuniões com a presidente e que não há, no momento, nenhum pedido de audiência pendente. Todos estiveram na primeira reunião ministerial, no dia 14 de janeiro.
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