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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Tom agressivo de Dilma em entrevista sobre apagão preocupa PT e governo


Publicada em 14/11/2009 às 00h00m

Gerson Camarotti

A ministra Dilma Rousseff fala a jornalistas sobre o apagão - Foto: Gustavo Miranda/ O Globo - 12.11.2009

BRASÍLIA - No momento de maior esforço para a reconstrução da imagem pública da pré-candidata petista à Presidência, causou preocupação no núcleo do governo e no partido a entrevista concedida pela chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na quinta-feira, quando falou sobre o apagão que ocorreu esta semana. Segundo integrantes da cúpula do PT e do governo ouvidos pelo GLOBO, Dilma exagerou nas ironias e no tom professoral, o que explicitou para o público uma imagem de autoritária, arrogante e até agressiva.

A entrevista serviu, no comando da pré-campanha, como um alerta de tudo que ela não deve fazer nos próximos 11 meses. Um ministro chegou a lembrar que foi esse tipo de comportamento mais enfático, e até explosivo, que prejudicou o ex-ministro Ciro Gomes (PSB) na eleição presidencial de 2002. Nos últimos meses, os marqueteiros do governo e do PT iniciaram um trabalho para suavizar a imagem pública de Dilma, tornando-a mais simpática à opinião pública, e tentando tirar a forte característica, que eles dizem ver nela, de "gestora sisuda e implacável".

O líder do PT, deputado Cândido Vaccarezza (SP), minimiza a preocupação:

- A ministra vai continuar na linha "Dilminha paz e amor". Mas, de vez em quando, é preciso usar o chicote para expulsar os vendilhões do templo.

Perguntado sobre a sugestão de alguns de que Dilma só deve se expor em eventos positivos, o petista foi enfático:

- Não podemos deixar que a oposição ou a imprensa pautem a Dilma.

" A ministra vai continuar na linha Dilminha paz e amor. Mas, de vez em quando, é preciso usar o chicote "

A avaliação no núcleo do governo é que no episódio do apagão houve dois erros seguidos em relação a Dilma. O primeiro, tentar blindar a candidata, evitando a aparição dela no primeiro dia. Passou uma imagem de fragilidade da ministra, principalmente porque Dilma foi titular da pasta de Minas e Energia no primeiro mandato do presidente Lula, e até hoje tem grande influência no setor elétrico.

O outro erro foi o de não tê-la preparado melhor para a entrevista, que seria sobre os dados do desmatamento, mas que, certamente, abordaria o apagão. No governo, assessores chegaram a classificar a entrevista como um desastre. A imagem dela na televisão chamando de "minha filha" uma jornalista, segundo um cacique petista, contrastou com o tom de outras entrevistas recentes, em que esteve mais suave e até sorridente.

Para o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), há um esforço da oposição de tentar colar a ministra a episódios negativos:

- Se tem problema de energia, querem colar na Dilma. Na agricultura ou na economia, também. Quem fala no governo sobre o tema é o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Só colocam a Dilma pela disputa presidencial. Mostra que eles estão muito preocupados.




Alta de 247% desde 1999 faz tarifa de energia elétrica brasileira custar o dobro da dos EUA

Publicada em 14/11/2009 às 19h41m

O Globo

RIO - Além de insegura - como comprovou o blecaute de terça-feira -, a energia elétrica no Brasil é cara. Tão cara que supera o preço dos Estados Unidos.É o que mostra matéria de Henrique Gomes Batista e Liana Melo, publicada neste domingo no GLOBO. Enquanto aqui o custo do megawatt hora (MWh) foi de US$ 138 em 2007, as empresas americanas pagaram naquele ano US$ 64 por MWh. De lá para cá, a situação não melhorou nada.

Em uma década, a energia paga pelas indústrias brasileiras subiu 247,39% contra uma inflação acumulada, de 1999 até setembro último, de 93,74% medida pelo IPCA, do IBGE. Nas residências, o aumento, no mesmo período, foi de 113,94%.

" É qualidade e preço que garantem à indústria competitividade nos mercados interno e externo "

O pior é que a energia tende a ficar ainda mais cara, porque pouco mais de 80% da energia nova que está prevista para entrar no sistema vêm das térmicas, que custam até seis vezes mais que a das hidrelétricas, além de poluir mais.

- Disponibilidade, preço e qualidade da energia são fundamentais para a competitividade da indústria. É qualidade e preço que garantem à indústria competitividade nos mercados interno e externo. A insegurança com o tripé posterga decisões de investimentos e desarticula processos produtivos - avalia Augusto Jucá, gerente da unidade de Competitividade Industrial da Confederação nacional da Indústria (CNI).

Busca por segurança encareceu o sistema

Parte do aumento embutido no preço da energia, sobretudo depois de 2001, foi creditado, na avaliação de especialistas, ao custo de se ter um sistema mais seguro, à prova de apagão. Mas o blecaute da última semana deixou evidente que não é bem assim.

O sistema é vulnerável, o que acaba gerando insegurança nos empresários. Por ter ficado às escuras por mais de quatro horas, algumas indústrias paulistas, por exemplo, chegaram a perder cerca de 2% do seu faturamento mensal.

- Isso nos preocupa muito, pois os maiores investimentos foram feitos, nos últimos anos, justamente na transmissão, onde ocorreu o problema - diagnostica Ricardo Lima, presidente-executivo da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace).

O custo da transmissão, grande vilão do apagão, saltou de R$ 2,115 bilhões no ciclo 2000/2001 (o ano do setor elétrico é calculado de julho a junho do ano seguinte) para R$ 10,535 bilhões em 2009/2010. Foi um salto de 398,06%. Esta etapa do ciclo energético consome 6,5% do movimentado por ano no setor, que para 2009 está projetado para R$ 120 bilhões.

A reportagem mostra ainda que os impostos são outros grandes vilões das altas tarifas. Estudos indicam que o governo abocanha, com a arrecadação dos tributos, entre 45% e 51% da receita gerada pelo setor. Traduzindo: vão para os cofres da União entre R$ 54 bilhões e R$ 61 bilhões.

Dilma é inocente





Apagão foi maior que o imaginado e atingiu 18 estados

seg, 09/11/09
por gmfiuza |

Ela não tem culpa. Está sendo só ela mesma. Passeia de mãos dadas com o padrinho, reclama da imprensa burguesa, fuxica informações do governo anterior. Isto é Dilma Rousseff.

O problema são os outros. A opinião pública brasileira é comprável com meio slogan. Caetano Veloso, querendo criticá-la, sem querer abençoou a fraude. O mal de Dilma, segundo o compositor, é ser apenas uma gestora, sem experiência política.

Haja paciência. A única verdade incontestável no currículo de Dilma Rousseff – fora as que ela mesma cria – é ser uma militante. Venerável Caetano: política é a única coisa que a ministra-chefe da Casa Civil fez até hoje.

Quem lhe disse que Dilma é gestora? Lula? Os jornais? Procure saber você mesmo. Descubra, se puder, uma única experiência de gestão bem-sucedida da suposta dama de ferro.

A auto-intitulada companheira de armas de José Dirceu fez na vida o que dez entre dez políticos da DisneyLula fazem: buscar o poder, grudar nele, abrir espaços para a companheirada na sombra do Estado brasileiro.

Avalie a gestão mais conhecida de Dilma Rousseff, à frente do Ministério das Minas e Energia (na Casa Civil ela só conspira, faz campanha e brinca de mãe do PAC, portanto não conta). Caetano, você ouviu falar que as concessionárias de energia elétrica estão devendo bilhões de reais ao consumidor, por cobranças excessivas na conta de luz?

Pois bem: isso é uma das obras-primas da famosa gestora Dilma Rousseff.

Copiando o populismo tarifário argentino, a candidata de Lula baixou na marra o preço da energia – como sempre, em nome do povo. É o crime perfeito: o povo fica feliz agora, e se dá mal mais tarde, com a falência das empresas do setor, que acabarão sendo socorridas pelo Tesouro – isto é, por todos nós.

Desta vez, as empresas deram um jeitinho, dentro do fantástico modelo criado pela gestora Dilma, de já ir abatendo o prejuízo no caminho. O contribuinte vai se ferrar lá na frente, e o consumidor já vai se ferrando agora. Um lembrete: ambos são a mesma pessoa – você –, vítima da grande gestora.

Alguém tem notícia de que a cobrança exorbitante e ilegal será devolvida às vítimas? Alguém ouviu alguma garantia nesse sentido da ministra mais poderosa do governo?

Ninguém tem, ninguém ouviu. Por uma razão simples: Dilma Rousseff não é uma autoridade de fato, não está administrando (gerindo!) os problemas do Brasil. Está cuidando do seu projeto eleitoral. Fazendo política – que é o que se dispõe a fazer.

Nada disso aparece na pasmaceira que é o debate político brasileiro. Todos os gatos por aqui têm status de lebre. Maluf inventa o “gestor” Celso Pitta, e a manada só grita depois do cofre arrombado. E lá vamos nós de novo, Caetano.

O verdadeiro analfabeto brasileiro é o eleitor.




Publicada em 11/11/2009 às 15h18m

Mônica TavaresO Globo Do Mirante do Leblon, uma vista inusitada da orla do Rio: sinais de trânsito apagados e só a luz dos carros no caminho - Foto: Marco Antônio Teixeira

BRASÍLIA e RIO - A quantidade de energia desligada com o apagão de terça-feira à noite foi de 28 mil megawatts (MW) no Brasil, afetando 18 estados, e de 980 MW no Paraguai. A informação consta de relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O número é muito acima dos 17 mil MW inicialmente estimados. Inicialmente, o governo dissera que eram dez estados afetados.

Ficaram totalmente sem energia os estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio e Espírito Santo. Além disso, também foram atingidos parcialmente Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Acre, Rondônia, Bahia, Sergipe, Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, informou nesta quarta-feira que o apagão foi provocado pelo desligamento de três linhas de transmissão de energia. Com a saída da operação das linhas de transmissão, a usina hidrelétrica de Itaipu passou a "girar no vazio", sem possibilidade de transmitir energia, o que provocou o apagão.

Duas das linhas ligam Ivaiporã, na região central do Paraná, a Itaberá, na região sul de São Paulo. A outra liga Itaberá a Tijuco Preto (São Paulo). Segundo Zimmermann, no momento do desligamento havia condições meteorológicas adversas.

Instituto de meteorologia não registraram fenômenos atípicos

- Nossas avaliações iniciais mostram que houve uma condição meteorológica forte na região de Itaberá (SP), onde passam três circuitos de Itaipu que ligam as regiões Sul e Sudeste. Com isso, houve uma contingência tripla - disse o secretário à Reuters, por telefone. - O sistema é projetado para aguentar contingência dupla... não existe viabilidade técnica e econômica para proteção acima de contingência dupla, é inviável.

O secretário informou que a subestação de Itaberá recebe três circuitos de Itaipu de 750 KV. As linhas não chegaram a cair, foram desligadas. O presidente de Itaipu, Jorge Samek, em entrevista à Globonesws, informou que foi a primeira vez que a usina de Itaipu foi totalmente desligada.

Furnas Centrais Elétricas divulgou nota informando que as linhas de transmissão que interligam a usina de Itaipu ao Sistema Interligado Nacional (SIN) estão "operando normalmente e não foi identificado qualquer dano nos seus circuitos e torres de transmissão".

A energia começou a voltar, segundo o ONS, às 22h29m, pela região Sul. Os moradores do Acre contaram com luz às 22h39m. Em Minas, a energia começou a ser restabelecida às 22h40m, e o processo foi concluído por volta das 23h50m. À 0h45m foi iniciado o restabelecimento de cargas no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, cuja conclusão se deu de forma gradativa ao longo da madrugada.

À 1h44m foi restabelecido o Sistema Interligado Nacional, com a interligação dos Sistemas Sul e Itaipu ao Sistema Sudeste, que já se encontrava interligado ao restante do Sistema Nacional.

Até o momento, por volta das 10h43m desta quarta-feira, quando o ONS publicou o relatório, as usinas nucleares Angra 1 e 2 continuavam desligadas . Elas são muito importantes para o abastecimento do Rio. O restabelecimento dos equipamentos e linhas de transmissão teve início imediato, após o apagão, "sendo concluído por volta das 3h15m de hoje". Mas não estava funcionando uma linha de transmissão.

Zimmermann descartou a possibilidade de qualquer ataque de hackers .

- Não existe isso de sabotagem - enfatizou.

O blecaute aconteceu às 22h14m, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava reunido com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, segundo Zimmermann. E o problema foi 100% sanado somente às 3h15m desta quarta-feira.

- Os estados de São Paulo e do Rio foram os mais atingidos - reconheceu.



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