Editor em 19/01/2011 : pdf
Agricultores da região serrana do Rio perdem tudo e podem ir à falência: A agricultora Sirlene Stoffel Miranda
Créditos: AgBrA chuva que arrasou e matou centenas de pessoas na região serrana do Rio também foi um duro golpe na estrutura agrícola dos municípios, colocando em risco o sustento de milhares de pequenos produtores. Depois de ter parte da safra arrasada pela enxurrada, eles não têm como escoar o que conseguiram salvar, pois as estradas continuam totalmente interditadas ou em péssimas condições, impossibilitando o tráfego de caminhões.
No município de Sumidouro, onde 85% da população mora no campo, a situação é crítica. O agricultor Isael da Rosa Pinheiro, que planta tomate, pimentão, alface e berinjela, já dá como certa a perda de 70% da lavoura. "Ficamos ilhados sete dias, sem estradas para escoar a produção. O que não se perdeu na chuvarada, vai acabar apodrecendo na terra", lamentou Isael, dono de uma propriedade de 5 hectares, onde trabalham 22 pessoas.
Assustado, ele disse que nunca passou por uma situação como esta, pois, pela primeira vez não terá dinheiro para pagar o empréstimo de R$ 12,5 mil contraído no Banco do Brasil (BB). "Além disso, eu devo outros R$ 12 mil ao comércio em adubos e produtos que usei na lavoura", contou o agricultor, que teve uma sobrinha morta na tragédia e agora tem medo de ir à falência e perder a terra.
No município de Nova Friburgo, na localidade de Três Cachoeiras, a agricultora Sirlene Stoffel Miranda não sabe o que fazer com a perda de sua lavoura de 1 hectare, onde cultiva tomate e abobrinha. "Não tem condições de colher nada. Se eu não vender, não ganho dinheiro para comprar comida. Vai ficar muito difícil", disse Sirlene, que há dias só tem arroz, macarrão e feijão para comer: "Ovo, leite e carne não como já faz tempo."
Na localidade, a avalanche de água e lama da semana passada matou seis pessoas de uma mesma família e um casal de idosos. Ontem (18/01/11) os bombeiros localizaram os corpos de mais duas pessoas, o avô e um neto, mas ainda há uma mulher desaparecida. Os vizinhos viram as pessoas serem tragadas pelo rio, gritando por socorro, mas nada puderam fazer. "O que mais dói é ouvir as pessoas que você conhece pedindo socorro e não poder fazer nada", desabafou o operador de serra Edson Ferraz da Silva.
Sem poder trabalhar a terra, que está muito encharcada e teve a camada de solo mais fértil levada pela chuva forte, muitos agricultores estão dependendo de doações para sobreviver. "Ainda bem que eu ganhei essas coisinhas hoje, senão, ia faltar comida lá em casa", mostrava o agricultor Fábio Rocha dos Santos, que carregava dois pacotes de fraldas e equilibrava no ombro uma caixa com 12 litros de leite, enquanto seguia a pé, abrindo caminho na lama.
PLANO DE RECUPERAÇÃO DO SETOR PRODUTIVO DEVE SER ANUNCIADO ATÉ DIA 21
O governo federal deve anunciar até O DIA 21 DE JANEIRO um plano de recuperação do setor produtivo dos municípios da região serrana do Rio de Janeiro destruídos pelas fortes chuvas que castigam a região desde a semana passado. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, afirmou ontem (18/01/11) que estão sendo elaboradas uma série de linhas de crédito, com juros baixos e prazos longos, para recuperação de prédios e compra de máquinas.
"Medidas de apoio aos setores produtivos da região serrana do Rio já estão sendo analisadas pelos ministérios da Fazenda, Casa Civil e Integração Nacional, além do Banco do Brasil, BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] e Caixa Econômica Federal", disse Bezerra. "Vou trabalhar amanhã com os ministros Antonio Palocci e Guido Mantega. Espero que entre os dias 20 e 21 possamos anunciar as medidas de apoio ao setor produtivo atingido pelas chuvas", disse Bezerra, depois de sobrevoar a região.
Ao lado dos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do governador Sérgio Cabral, Bezerra afirmou que o governo pretende liberar, por meio do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal (CEF) e da Investe Rio, financiamentos novos, com juros baixos, prazo de pagamento de até dez anos e período de carência que pode variar de dois a quatro anos. "Os recursos servirão tanto para o financiamento do capital de giro quanto para recuperação de unidades produtivas, como prédios, instalações e máquinas equipamentos."
O ministro disse que foram feitos contatos com várias áreas do setor produtivo da região. "Ouvimos as reivindicações de representantes de hotéis, pousadas, restaurantes, da indústria e da agricultura."
De acordo com Bezerra, está sendo feito um levantamento sobre o perfil econômico dos municípios para saber, por exemplo, o número de indústrias e de empregados. "Estamos fazendo um balanço para poder anunciar o volume de recursos que estarão à disposição dos empresário e agricultores."
Bezerra afirmou ainda que, por determinação da presidenta Dilma Rousseff, estará na região pelo menos três vezes por semana para acompanhar o andamento das ações de socorro às vítimas e de recuperação dos municípios da região serrana.
FONTE
Agência Brasil
Vladimir Platonow - Enviado especial
Nádia Franco - Edição
www.agrosoft.org.br
Tempo continua instável no Sudeste; pode chover forte em SP e MG
19 de janeiro de 2011 • 04h49
A presença da Zona de Convergência do Atlântico Sul ainda forma uma extensa faixa de nuvens desde o Norte do país até São Paulo. Esse corredor de umidade reforça um sistema de baixa pressão ao largo da costa paulista, de acordo com a Climatempo. Uma frente fria no Sul espalha muitas nuvens entre o nordeste gaúcho até o Paraná. Um sistema de alta pressão entre a costa do Sudeste e do Nordeste deixa o céu com pouca nebulosidade no Espírito Santo, no leste e nordeste de Minas Gerais e em grande parte da Bahia e do sertão. Veja a previsão do tempo por região:
Norte
Nesta quarta-feira, o sol brilha forte e o tempo segue firme em Roraima. No leste e no sudeste do Pará, no noroeste do Amazonas e no Tocantins, sol forte, aumento de nuvens e pancadas de chuva a partir da tarde. Nas demais áreas do Norte, sol entre muitas nuvens e pancadas de chuva a qualquer hora do dia. Há risco de temporais, principalmente no sul e oeste da Região.
Nordeste
O sol aparece entre nebulosidade variável e ainda chove a partir da tarde no oeste da Bahia. Nas demais regiões baianas, em Sergipe, em Alagoas e na maior parte de Pernambuco, exceto no litoral, o sol brilha forte e não chove. Nas demais áreas da Região, a temperatura fica elevada, o sol aparece e chove de forma rápida, principalmente à tarde.
Centro-Oeste
O ar quente e úmido cobre todas as áreas do Centro-Oeste e as áreas de instabilidade voltam a se formar. A sensação é de abafamento o dia todo. O Estado de Mato Grosso do Sul e quase todas as áreas de Mato Grosso têm um dia com muitas nuvens, períodos com sol e várias pancadas de chuva. O risco de chuva forte é alto em todos os Estados, principalmente à tarde e à noite. No leste e no nordeste de Mato Grosso, em Goiás e no Distrito Federal o sol aparece e chove à tarde.
Sudeste
Nesta quarta-feira, o tempo continua instável em várias áreas do Sudeste. O Estado de São Paulo e o sul de Minas Gerais têm mais um dia com várias pancadas de chuva, muitas nuvens e aberturas de sol. Pode chover forte. O sol aparece forte, faz muito calor e não chove no Espírito Santo, no norte do Rio de Janeiro e nos vales do Jequitinhonha, do Doce e do Mucuri, em Minas Gerais. Sol forte e chuva à tarde nas outras áreas da Região.
Sul
O sol aparece, as nuvens se formam e acontecem pancadas de chuva a partir da tarde no oeste e no sudoeste do Paraná, no oeste, no Planalto e no sul de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Nas demais áreas catarinenses e paranaenses, o sol aparece entre muitas nuvens e as pancadas de chuva acontecem a qualquer hora do dia. Há risco de chuva forte.
- Redação Terra
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