25.01.2011, 15:14:06
BRASÍLIA - AGÊNCIA CONGRESSO - A partir desta semana, o ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT, José Dirceu, passa a integrar a equipe de colunistas colaboradores do site Agência Congresso.
A Agência Congresso já conta com um time de peso de colaboradores como Luiz Carlos Azedo (Correio Braziliense), Marcos Coimbra (Vox Populi), além do governador do ES, Renato Casagrande, do desembargador Pedro Valls Feu Rosa, e jornalistas capixabas como Luiz Trevisam e Marcos Rosetti, que escrevem artigos exclusivos para o site.
Dirceu participou da fundação do PT, em 1980, e do movimento pela anistia para os processados e condenados por atuação política. Também fez parte da coordenação da campanha pelas eleições diretas para presidente da República, em 1984.
Em 1986 foi eleito deputado estadual em São Paulo. Em 1990 elegeu-se deputado federal e em 1994 candidatou-se ao governo de São Paulo, recebendo dois milhões de votos.
Voltou a se eleger deputado federal em 1998 e 2002, quando foi o segundo mais votado do país, com 556.563 votos.
Na Câmara dos Deputados, assinou, com Eduardo Suplicy, requerimento propondo a “CPI do PC” (Paulo César Farias), que levou ao impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. Também participou da elaboração dos projetos de reforma do Judiciário, da Segurança Pública e do sistema político.
Em 1995 assumiu a presidência do PT, sendo reeleito por três vezes. Na última, em 2001, foi escolhido diretamente pelos filiados da legenda em um processo inédito no Brasil de eleições diretas para todas direções de um partido político. Ocupou a função até 2002, quando se licenciou para participar do governo do presidente Lula.
Em janeiro de 2003, José Dirceu assumiu a cadeira de deputado federal, mas logo se licenciou para assumir a função de ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, permanecendo no cargo até junho de 2005, quando retornou à Câmara dos Deputados.
Seu mandato foi cassado em dezembro do mesmo ano e teve a inelegibilidade decretada por oito anos, após envolvimento com o escândalo do Mensalão.
Vox Populi: Pesquisas Polêmicas (Ou o vexame do Datafolha)
Deu no Correio Braziliense
De Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi
Pesquisas nas quais não se pode confiar são um problema. Elas atrapalham o raciocínio. É melhor não ter pesquisa nenhuma que tê-las.
Ao contrário de elucidar e ajudar a tomada de decisões, confundem. Quem se baseia nelas, embora ache que faz a coisa certa, costuma meter os pés pelas mãos.
Isso acontece em todas as áreas em que são usadas. Nos estudos de mercado, dá para imaginar o prejuízo que causam? Se uma empresa se baseia em uma pesquisa discutível na hora de fazer um investimento, o custo em que incorre?
Na aplicação das pesquisas na política, temos o mesmo. Ainda mais nas eleições, onde o tempo corre depressa. Não dá para reparar os erros a que elas conduzem.
Pense-se o que seria a formulação de uma estratégia de campanha baseada em pesquisas de qualidade duvidosa. Por mais competente que fosse o candidato, por melhores que fossem suas propostas, uma candidatura mal posicionada não iria a lugar nenhum.
Com a comunicação é igual. Boas pesquisas são um insumo para a definição de linhas de comunicação que aumentam a percepção dos pontos fortes de uma candidatura e que explicam suas deficiências. As incertas podem fazer que um bom candidato se torne um perdedor.
E na imprensa? Nela, talvez mais que em qualquer outra área, essas pesquisas são danosas. Ao endossá-las, os veículos ficam em posição delicada.
Neste fim de semana, a Folha de São Paulo divulgou a pesquisa mais recente do Datafolha. Os problemas começaram na manchete, que se utilizava de uma expressão que os bons jornais aposentaram faz tempo: “Dilma dispara...”. “Dispara..”, “afunda...” são exemplos do que não se deve dizer na publicação de pesquisas. São expressões antigas, sensacionalistas.
Compreende-se, no entanto, a dificuldade do responsável pela primeira página. O que dizer de um resultado como aquele, senão que mostraria uma “disparada”?
Como explicar que Dilma tivesse crescido 18 pontos em 27 dias, saindo de uma desvantagem para Serra de um ponto, em 23 de julho, para 17 pontos de frente, em 20 de agosto? Que ganhasse 24 milhões de eleitores no período, à taxa de quase um milhão ao dia? Que crescesse 9 pontos em uma semana, entre 12 e 20 de agosto, apenas nela conquistando 12,5 milhões de novos eleitores?
O jornal explicou a “disparada” com uma hipótese fantasiosa: Dilma cresceu esses 9 pontos pelo “efeito televisão”. Três dias de propaganda eleitoral (nos quais a campanha Dilma teve dois programas e cinco inserções de 30 segundos em horário nobre), nunca teriam esse impacto, por tudo que conhecemos da história política brasileira.
Aliás, a própria pesquisa mostrou que Dilma tem mais potencial de crescimento entre quem não vê a propaganda eleitoral. Ou seja: a explicação fornecida pelo jornal não explica a “disparada” e ele não sabe a que atribuí-la. Usou a palavra preparando uma saída honrosa para o instituto, absolvendo-o com ela: foi tudo uma “disparada”.
É impossível explicar a “disparada” pela simples razão de que ela não aconteceu. Dilma só deu saltos espetaculares para quem não tinha conseguido perceber que sua candidatura já havia crescido. Ela já estava bem na frente antes de começar a televisão.
Mas as pesquisas problemáticas não são danosas apenas por que ensejam explicações inverossímeis. O pior é que elas podem ajudar a cristalizar preconceitos e estereótipos sobre o país que somos e o eleitorado que temos.
Ao afirmar que houve uma “disparada”, a pesquisa sugere uma volubilidade dos eleitores que só existe para quem acha que 12,5 milhões de pessoas decidiram votar em Dilma de supetão, ao vê-la alguns minutos na televisão. Que não acredita que elas chegaram a essa opção depois de um raciocínio adulto, do qual se pode discordar, mas que se deve respeitar. Que supõe que elas não sabiam o que fazer até aqueles dias e foram tocadas por uma varinha de condão.
Pesquisas controversas são inconvenientes até por isso: ao procurar legitimá-las, a emenda fica pior que o soneto. Mais fácil é admitir que fossem apenas ruins.
19/10/2010
às 12:32PSDB denuncia Vox Populi
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, convocou a imprensa no fim da manhã desta terça-feira para denunciar a “conspiração” do instituto de pesquisa Vox Populi ao indicar a vitória da candidata do PT, Dilma Rousseff.
Em um pronunciamento de dez minutos no comitê do partido, em São Paulo, o tucano fez referência aos levantamentos realizados pelo instituto. Um deles indicava até que a candidata petista seria eleita já no primeiro turno. ” O Vox Populi disse no dia 29 de setembro que a Dilma ia ganhar no primeiro turno com 12 pontos de vantagem. Não dá para acreditar que foi um erro, foi uma safadeza de um instituto que trabalha para o PT.”
O tucano disse ainda: “Temos enfrentado uma ação combinada de gente que não respeita a lei, em uma ação poderosa para influenciar as intenções de voto”.
Guerra cobrou que as empresas de pesquisa eleitoral sejam fiscalizadas. “Desde o início, observamos uma contradição, as pesquisas foram para um lado e o resultado foi para outro. Não deveria ser permitido que esses institutos promovessem uma fraude contra a opinião pública, sem neutralidade”. O presidente do PSDB informou que o partido não cogita a possibilidade de entrar na Justiça.
Métodos questionados – Não é a primeira vez que os métodos adotados pelo Vox Populi são alvo de questionamento. Em abril, reportagem do site de VEJA mostrou que uma pesquisa feita pelo instituto naquele mês tinha um detalhe no mínimo curioso. Em um dos questionários apresentados, o nome do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, aparecia de forma invertida.
Na época, o Vox Populi alegou que isso ocorreu por causa de “problemas técnicos no programa de conversão do PDF” e que a deficiência foi sanada na hora de botar a pesquisa na rua. Os dados entregues à Justiça Eleitoral são exatamente os utilizados pelos entrevistadores.
Outros dados entregues pelo Vox Populi ao TSE mostraram que os pesquisadores repetiram o itinerário (incluindo ruas, casas e endereços dos entrevistados) em duas sondagens, feitas em abril e janeiro. Em ambos os casos, Dilma Rousseff apareceu em ascensão (no mais recente, tecnicamente empatada com Serra). O instituto negou ter repetido o itinerário.
Não cabe à Justiça Eleitoral sair às ruas e assumir o papel de fiscal de pesquisas eleitorais. Cabe a ela receber a documentação necessária para registrar uma pesquisa e não checar se o material bate com o que foi apresentado para a população ou se alguém está agindo de má fé. Pela lei eleitoral, o Ministério Público, candidatos, partidos e coligações é que devem ficar de olho. São eles que têm legitimidade para pedir a impugnação de uma pesquisa. Só dessa forma a Justiça Eleitoral pode se pronunciar.
(Adriana Caitano)
Ou: O “Projeto Minas” elegeu agora até FHC como inimigo?
O dito sociólogo Marcos Coimba — desconheço uma obra sua de referência —, dono do Vox Populi, vem de uma estirpe de servidores. O pai serviu ao governo Collor. Ele serve ao governo federal, petista, e ao governo de Minas, tucano, demonstrando que é um homem sem preconceitos. Como diz o povo, pagando bem, que mal tem? Não se pode dizer que esse rapaz tenha se caracterizado entre nós por ter fundado uma corrente ortodoxa da pesquisa. Mas suas heterodoxias têm sido muito valorizadas ao longo do tempo.
Circula por aí um artigo seu, publicado sei lá onde, que a petralhada já fez o favor de me mandar, em que se podem ler os trechos que destaco em vermelho. Comento em azul.
“O fulcro do problema [do PSDB] é o serrismo, o pequeno, mas loquaz grupo de seguidores do ex-governador José Serra. Como tem um espaço desproporcional na chamada ‘grande imprensa’ e conta com a simpatia de jornalistas nos principais veículos, acaba parecendo maior do que é. Os serristas são poucos, mas fazem barulho.”
Dizem, por exemplo, que sou serrista. Dizem tanta coisa! Não dou a mínima. A rigor, “serrista”, hoje em dia, é todo aquele que não está engajado no tal “Projeto Minas”, para o qual Coimbra chuleia e caseia quando não está lavando e cozinhando para o PT. Faxina ele não faz por uma questão de princípios… Sou do Projeto Reinaldão. Escrevo o que penso. Por ora, Coimbra pode servir a dois senhores, que a vocação é antiga. Se um dia tiver de escolher, ele o fará com a moralidade característica: “Quem está por cima?” Aí ele decide.
Coimbra gostaria de promover uma caça às bruxas serristas na “chamada grande imprensa”. Ele se refere, assim, com certo desdém à dita-cuja porque é colunista da imprensa minúscula, que nunca será grande, uma cartilha que não sobreviveria sem dinheiro público.
(…)
A esse núcleo serrista se agregam outras correntes tucanas igualmente presas ao passado, nenhuma capaz de representar uma opção nova para o Brasil. Seu expoente mais ilustre é Fernando Henrique, que, quando fala da presidenta, insiste em um discurso de rejeição invejosa que perdeu a graça e a inteligência.
Como se nota, Marcos Coimbra, agora, não se limita a atacar apenas Serra. Até FHC virou alvo. Aécio Neves e Antonio Anastasia deveriam puxar a orelha do rapaz. Ele está exagerando. Ou terá chegado a hora de o “Projeto Minas” rifar também FHC? Nota à margem em nome da verdade, embora isso seja dispensável quando se trata de Coimbra: FHC não fez crítica nenhuma ao governo Dilma até agora.
Quem não é serrista no PSDB não tem escolha: ou se submete ou assume publicamente sua discordância. Em outras palavras, contraria o típico peessedebismo de deixar as coisas andar para ver como ficam.
Como se nota, Marcos Coimbra acha que é hora da guerra santa contra os “serristas”. Mas atenção para o que vem agora.
Esta semana, um episodio até cômico ilustra os dilemas tucanos. É pequeno, mas revelador. O PSDB tem, agora no início de fevereiro, seu tempo de propaganda partidária do semestre. É uma janela sempre importante e, agora, ainda mais, por ser a primeira oportunidade de reencontro do partido com a grande maioria da população, somente atingível pela televisão. O natural seria aproveitá-la para aquilo que os marqueteiros chamam reposicionamento. Seria uma boa hora para mostrar-se com a identidade que o partido adotará nos próximos quatro anos. Pois bem, pela insistência do serrismo em protagonizar o programa, o resultado é que ninguém o estrelará. Nem Serra, nem Aécio aparecerão, e só seu presidente e FHC poderão ser vistos. Ou seja, a cara do PSDB continuará a ser a de sempre.
Essa é uma informação, apuro, que Marcos Coimbra recebeu “de dentro”. Segundo se depreende de seu texto, o certo seria o programa ser estrelado por Aécio, alijando Serra, que, seu texto deixa claro, tem de ser eliminado da vida pública, junto com todos os que ele chama “serristas”. Também nesta semana, o deputado Marcos Montes (MGT), do DEM , foi “obrigado” a desistir de sua pré-candidatura à liderança da Câmara porque se considerou que seu pleito sabotava o “Projeto Minas”.
Num dado momento do seu, por assim dizer, artigo, Coimbra vislumbra uma situação que representaria “o caminho certo para um novo fracasso em 2014″ do PSDB. Também vislumbrei isso aqui, por motivos diferentes. Um dos fatores de um possível novo insucesso é gente como Marcos Coimbra, com essa vocação de cortador de cabeças, de Robespierre bem-remunerado de dois senhores. A política brasileira tem de convier com cada tipo…
PS - O Vox Populi é aquele instituto que, no dia 29 de setembro, quatro dias antes da eleição, sustentou que Dilma Rousseff venceria no primeiro turno, com 12 pontos de diferença!!! Só por isso esse senhor deveria passar um bom tempo de quarentena, embaixo da cama, curtindo sua vergonha. Em vez disso, oferece-se como o Savonarola de duas igrejas.
Marcos Coimbra e Carlos Augusto Montenegro tentam ultrapassar a vantagem do bando encabeçado por Ideli Salvatti
“É uma dupla que vale por um bando”, comentou um assessor de Carlos Augusto Montenegro, durante o lançamento das candidatutas do dono do Ibope e de Marcos Coimbra, dono do Vox Populi, ao título de Homem sem Visão de Outubro. “O chefe acha que, jogando juntos, os dois podem vencer a trupe encabeçada por Ideli Salvatti”, emendou um assessor de Coimbra, referindo-se aos candidatos que decidiram encarar o HSV como o segundo turno das eleições.
Montenegro e Coimbra entraram na disputa por enxergarem na vitória de Dilma Rousseff nas pesquisas de intenção de voto a vitória de Dilma Rousseff nas urnas logo no primeiro turno. “Eles estão muito entusiasmado por terem virado candidatos”, contou um pesquisador do Vox Populi, garantindo que, até o fim dessa semana, os dois institutos pretendem lançar uma pesquisa sobre a intenção de voto para o HSV. “Pelo que pudemos apurar até agora, há uma ligeira vantagem do Coimbra, com grande possibilidade de crescimento nas regiões Norte e Nordeste”.
Fernando Pimentel, José Genoino e Osmar Dias avisaram que pretendem impedir a divulgação dos resultados e encomendaram uma pesquisa independente ao Sensus. “O instituto do senhor Clésio Andrade aponta resultados bem diferentes”, ressaltou uma nota divulgada pela assessoria de imprensa do senador paranaense em fim de mandato (“e de carreira”, soprou um amigo de Osmar Dias)
Mais dois craques entraram na briga, leitores-eleitores! Quem será o vencedor? Ou a vencedora? A disputa promete fortíssimas emoções! Outros candidatos estão no aquecimento! Que vença o pior!
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