[Valid Atom 1.0]

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

#POLITICA : Jereissati compara #Lula a Macunaíma ao se despedir


Fotos: Lula Marques/Folha

Na política, como na vida, o drama de uns é um enredo que outros assistem como comédia.

No caso de Tasso Jereissati, a tragédia eleitoral é vista por Lula como um pastelão que adicionou graça ao seu triunfo pessoal.

Nesta quarta (8), Tasso escalou a tribuna do Senado para pronunciar um discurso de despedida.

Foi assistido por um plenário relativamente cheio, adensado pela presença do senador eleito Aécio Neves.

O grão-duque do tucanato mineiro, a propósito, não assistiu a todo o discurso do companheiro de ninho.

Como se pode observar na sobreposição de imagens lá do alto, as palavras de Tasso atearam em Aécio um sono irrefreável.

Aécio absteve-se de ouviu o trecho em que o orador dedicou-se a espinafrar o algoz de tantos senadores oposicionistas barrados nas urnas.

Tasso comparou Lula a Macunaíma, o “herói sem nenhum caráter” de Mário de Andrade.

Tratou-o como "alguém que apenas transita pelo mundo ao sabor do acaso”. Um personagem que não almeja senão “a própria sobrevivência”.

“Assim como Macunaíma”, disse o quase ex-senador, Lula julga-se “capaz de controlar o universo manipulando monstros e deuses”.

Era como se Tasso quisesse realçar uma característica que o próprio Lula se autoatribuiu: “Metamorfose ambulante”.

Também Macunaíma, num trecho da obra célebre, passa por um processo de constante mutação. Torna-se um lindo príncipe. E...

...E, no curso da narrativa de Mário de Andrade, vai ganhando, ao sabor das circunstâncias, as formas de índio negro, branco, inseto, peixe e pato.

No trato com o tucano Tasso, Lula assumiu, neste 2010, a forma de um carcará, aquele pássaro que pega, mata e come.

As bicadas de Lula esmigalharam uma vitória que Tasso (PSDB) imaginava certa. Amargou um inesperado terceiro lugar.

Elegeram-se no Ceará os dois candidatos ao Senado que foram às urnas sob o abrigo das asas do carcará: Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT).

Tasso cuidou de realçar tudo o que há de negativo na gestão de Lula –do mensalão ao Erenicegate.

"Fica claro que ali [na Casa Civil], no coração do governo, era onde a serpente punha os ovos".

Disse que Lula, um político com o qual buscara alianças no passado, “foi uma decepção em vários sentidos”.

“Decepcionou como liderança comprometida com a ética e com a honestidade, como símbolo da mudança nas relações do governo com a sociedade...”

“...Do Executivo com os demais poderes e, principalmente, como esperança de algo realmente novo na vida nacional".

Mencionou o fato de Lula ter feito alianças com "gente que ele execrou em público". Presidia a sessão José Sarney (PMDB-AP).

Um Sarney que Lula chamara de “ladrão” no passado e que se tornou um dos mais sólidos apoiadores da era petista. Apoio agora estendido a Dilma Rousseff.

A certa altura, Tassou queixou-se do fato de Lula não reconhecer a herança benfazeja recebida de FHC, o antecessor tucano.

Atribuiu ao par de mandatos de FHC as “realizações” que facultaram a Lula o usufruto do êxito econômico.

Tasso manteve-se na tribuna por arrastadas quatro horas. Falou por 40 minutos. O resto do tempo foi consumido em apartes.

Ouviu dos colegas, entre eles o "ex-ladrão" e amigo Sarney, referências elogiosas à sua atuação no Ceará e no Congresso.

Entre os aparteantes incluíram-se outros senadores engolfados nas urnas pela "onda Macunaíma".

Entre os colegas que foram ao microfone para celebrar a biografia de Tasso estava, por exemplo, o também derrotado Marco Maciel (DEM-PE), que se despedira na véspera.

Engrossaram a fila: Arthur Virgílio (PSDB-AM), Heráclito Fortes (DEM-PI), Mão Santa (PSC-PI) e Efraim Morais (DEM-PB).

Ao final, o discurso de Tasso estava adornado pela intervenção de 33 colegas, inclusive petistas e lulistas de vários quadrantes. Todos enalteceram-lhe as virtudes.

Ficou boiando na atmosfera uma frase pronunciada na década de 80 por Roberto Campos, num de seus desafortunados encontros com as urnas:

“Democracia é ótimo, mas o que aborrece é esse negócio de precisar de votos”.




Macunaíma

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa

Macunaíma, obra de 1928, do escritor brasileiro Mário de Andrade, é considerado um dos grandes romances Modernistas do Brasil.

A personagem-título, um herói sem nenhum caráter (anti-herói), é um índio que representa o povo brasileiro, mostrando a atração pela cidade grande de São Paulo e pela máquina. A frase característica da personagem é "Ai, que preguiça!". Como no dialeto indígena o som "aique" significa "preguiça", Macunaíma seria duplamente preguiçoso. A parte inicial da obra assim o caracteriza: "No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite."

A obra é considerada um indianismo moderno e é escrita sob a ótica cômica. Critica o Romantismo, utiliza os mitos indígenas, as lendas, provérbios do povo brasileiro e registra alguns aspectos do folclore do país até então pouco conhecidos (rapsódia). O livro possui estrutura inovadora, não seguindo uma ordem cronológica (i.e. atemporal) e espacial. É uma obra surrealista, onde se encontram aspectos ilógicos, fantasiosos e lendas. Apresenta críticas implícitas à miscigenação étnica (raças) e religiosa (catolicismo, paganismo, candomblé) e uma critica maior à linguagem culta já vista no Brasil

Em Macunaíma, Andrade tenta escrever um romance que represente o multi-culturalismo brasileiro. A obra valoriza as raízes brasileiras e a linguagem dos brasileiros, buscando aproximar a língua escrita ao modo de falar paulistano. Mário de Andrade tinha uma ideia de uma "gramatiquinha" brasileira que desvincularia o português do Brasil do de Portugal, o que, segundo ele, vinha se desenrolando no país desde o Romantismo. Ao longo da obra são comuns as substituições de "se" por "si", "cuspe" por "guspe" entre outras.

No episódio "Carta pras Icamiabas", Andrade satiriza ainda mais o modo como a gramática manda escrever e como as pessoas efetivamente se comunicam. Aproveitando-se do artifício de uma carta escrita, Macunaíma escreve conforme a grafia arcaica de Portugal, explicitando a diferença das regras normativas arcaicas e da língua falada: "Ora sabereis que sua riqueza de expressão intelectual e tão prodigiosa, que falam numa língua e escrevem noutra".[1]








Macunaíma - Estudo e Resumo da Obra

Estudo e resumo de Macunaíma, de Mário de Andrade, livro indicado pelos vestibulares. Por Dácio Antônio de Castro e Frederico Barbosa.
www.angelfire.com/mn/macunaima/

LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Nenhum comentário: