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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Tucanos não têm autoridade para falar de juros, diz José Dirceu


Para Dirceu, não houve inversão de papéis entre o discurso de José Serra e do governo em relação ao BC

Ao comentar as críticas do pré-candidato à Presidência José Serra (PSDB) sobre o atraso na redução dos juros pelo Banco Central (BC) durante a crise mundial, o ex-ministro da Casa Civil e integrante da direção do PT José Dirceu disse que "os tucanos não têm autoridade para falar sobre juros".

— O Gustavo Franco (presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso) manteve o País com câmbio fixo e com juros reais de 27,5% por três anos. Dobrou a dívida interna e vendeu 100 bilhões de reservas, patrimônio do País — afirmou o petista, ao participar da reunião da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Para Dirceu, não houve inversão de papéis entre o discurso de José Serra e do governo em relação ao BC. O ex-ministro disse que sempre foi crítico "notório" em relação ao banco, mas ponderou que, como disse a pré-candidata Dilma Rousseff (PT), a autoridade monetária teve papel fundamental para o País sair da crise. Segundo o ex-ministro, o BC está "no tamanho bom", sem independência e mandatos fixos para os seus diretores, previstos em lei, mas com autonomia de fato. Ele ponderou que essa autonomia é relativa, porque tanto a meta de inflação como a banda de flutuação da meta para cima ou para baixo são definidas pelo presidente da República e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Apesar do elogio ao BC no enfrentamento da crise, José Dirceu afirmou que não vê razão para o aumento dos juros. Segundo ele, o aquecimento da economia é real, mas ele não coloca em risco as metas inflacionárias.

— O BC tem opinião diferente e aumentou juros. Mas não vai acontecer nada. A economia vai crescer 6%, 6,5% em 2010 e 5%, 5,5% em 2011 — previu.

Ele aproveitou para fazer críticas a Serra e à declaração do ex-governador paulista de que não haverá disputa na sua equipe econômica caso ele seja eleito presidente da República.

— Ele era a crise da equipe econômica do governo Fernando Henrique. Quem não se lembra disso? Ele sempre foi um dissidente da equipe econômica — alfinetou Dirceu.

Segundo ele, a equipe econômica do governo Lula tirou o Brasil da crise financeira internacional e a equipe econômica de FHC colocou o País em duas crises. 'Ciúme' Dirceu também atacou as críticas de Serra ao fato de a Petrobras ser presidida por sindicalistas.

— Por que sindicalista não pode presidir a Petrobras: dois sindicalistas transformaram a Petrobras numa das maiores empresa do mundo. O que os tecnocratas deles fizeram com a Petrobras?

Ele também atacou o FHC que, segundo Dirceu, sofre "crise de ciúme" em relação ao presidente Lula.

— Ciúme de homem com homem é a pior coisa do mundo.

Para o ex-ministro, também é irrelevante as críticas de que o presidente Lula teria sido autoritário ao impor ao PT o nome da pré-candidata Dilma Rousseff para sua sucessão. Conforme o ex-ministro, Dilma tem o apoio unânime do partido. Dirceu disse que o PT não é um partido a quem se diz o que se deve fazer.

Ele ainda minimizou as críticas de que Dilma não tem experiência para disputar a Presidência da República e comparou a situação ao técnico Dunga, da seleção brasileira.

— É que nem o Dunga dizer que para ir para a Copa tem que ter experiência. Se fosse assim o Pelé não teria ido para a seleção — disse Dirceu, acrescentando que os jogadores do Santos Neymar e Ganso, preteridos por Dunga, não têm experiência, "mas têm grande paixão".












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