da Agência Folha
A garimpeira Maria (nome fictício), uma das vítimas do ataque a brasileiros no Suriname na noite de Natal, afirma ter sido vítima de uma tentativa de estupro. Ontem, o governo do país confirmou dois casos de violência sexual ocorridos durante o incidente.
Em relato ao enviado especial da Folha ao Suriname, João Carlos Magalhães, Maria disse que teve suas roupas arrancadas e que foi apalpada por vários descendentes de quilombolas.
"Eles rasgaram a minha blusa e meteram a mão nos meus seios, a boca nos meus seios. Me beijavam na boca, e eu tinha que beijar na boca deles", disse.
Ela afirmou ter se salvado graças ao segurança do hotel onde estava, que disse que Maria era dominicana, e não brasileira. As agressões deixaram dezenas de feridos.
Segundo informações de testemunhas, quilombolas surinameses, chamados de 'marrons', atacaram cerca de 200 brasileiros e chineses que viviam na região de Albina, a 150 km de Paramaribo, muitos deles ligados ao garimpo ilegal.
O crime aconteceu depois de um brasileiro ter sido acusado de matar um surinamês. Pelo menos 25 pessoas ficaram feridas. Não há registro oficial de mortes, e o governo brasileiro pede cautela na definição sobre um número de desaparecidos.
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