“Ela me disse que havia assinado, junto com o pai, um pacto no dia do casamento. Mas que não sabia que havia assinado aquilo”, confirma o decorador Ostronoff. “Contado por ela, isso foi um choque, um tiro no coração.” Rosane passou a acreditar que o marido fosse anular o pacto. Os dois comemoraram juntos seus aniversários de 2004 – o dele em agosto e o dela em outubro – e o Réveillon. Mas a ex-primeira-dama confidenciou a um familiar que daria um prazo até o Carnaval de 2005 para Fernando cancelar o pacto ou colocar bens no nome dela, para que se sentisse mais segura.
Em março, segundo uma amiga, como Fernando se recusava a anular o documento, Rosane teria dito: “A partir de hoje, como você diz que não vai anular o pacto, vou tirar a aliança e vou sentir que não sou mais casada com você. E vou contratar um advogado” .
Rosane contratou como advogado o presidente da OAB de Maceió, Marcos Melo – que na segunda-feira 17 foi substituído por Everaldo Patriota, vice-presidente da OAB local – e viajou para a casa do casal, em São Paulo. “Na quarta-feira da Semana Santa (final de março), Rosane ligou para o Fernando, dizendo que iria ficar em São Paulo e não voltaria para Maceió”, conta uma pessoa amiga do casal. “Fernando pediu para que ela o deixasse ir para São Paulo. Rosane negou.” O ex-presidente argumentou ainda que ela estaria no testamento. A um familiar, Rosane desabafou: “Testamento? Você acha que sou louca? Se não me deu em vida, vai me dar em morte?”. Dias depois, quando ela finalmente retornou a Maceió, ele havia saído de casa.
Incompatibilidade de Gênios
Tantos contratempos nos meses anteriores à decisão de se separar devem ter ajudado Fernando Collor a se manter obstinadamente irredutível em relação aos apelos de familiares e amigos para que voltassem a se falar. Então, poucos dias depois da entrega das 101 caixas, Rosane foi novamente surpreendida na casa de Maceió ao receber o processo que tratava da separação litigiosa e da oferta de pensão alimentícia. Rosane respondeu com novo pedido de reconciliação. “A resposta dele, assinada pelo advogado, foi que não havia possibilidade de reconciliação por incompatibilidade de gênios e porque ele estava amando outra mulher”, conta uma amiga de Rosane.
Depois da briga da Semana Santa, Collor passou um período na casa do filho Arnon e na seqüência comprou um apartamento na praia de Ponta Verde em Maceió. O local precisava de uma reforma e Fernando contratou os serviços da arquiteta Caroline Medeiros, 28 anos, com quem passou a namorar logo depois. Como foi revelado há duas semanas por Gente, Caroline está grávida de pouco mais de um mês do ex-presidente. Fernando, que depois da confirmação da gravidez viajou à Europa com a nova mulher e, já de volta, não retornou telefonemas nem e-mail da reportagem, torce, segundo amigos, por uma menina.
Quando Rosane soube pela imprensa que o ex-presidente estava namorando Caroline, não conteve uma certa histeria. A família chamou um médico. “Ela ficou um dia no hospital, tomou soro na veia, entrou em depressão e um pastor foi até lá orar por ela”, conta um familiar. “Até hoje vai ao psicólogo todas as segundas-feiras à tarde.” Depois do choque de ver Rosane no hospital, a família se reuniu e mandou um recado para o advogado de Collor, dizendo que, se acontecesse alguma coisa a ela, o responsável seria ele. “Até um mês atrás, dormia sempre uma sobrinha ou alguém com a Rosane. Sozinha, de jeito nenhum!”, conta uma pessoa próxima de Rosane. “Todos os vigias da casa são do Fernando. Os empregados também são de confiança dele. Vai saber o que ele poderia fazer.”
Na réplica ao pedido de reconciliação feito pelo advogado de Rosane, Collor foi ainda mais duro. “Dizia que ela não achasse que a casa de Maceió fosse dela, porque é de propriedade dele. E que bastava ela atravessar a rua que havia uma propriedade da genitora dela e ela podia se mudar para aquela casa”, conta uma pessoa que leu o documento. Era junho e fazia pouco mais de um ano que Rosane tinha perdido a mãe. Ela, o pai, João Alvino Malta, e um dos dois irmãos de Rosane leram o processo juntos e choraram ao chegar nesta parte.
Só depois deste episódio Rosane perdeu a ilusão de que aquilo não seria mais uma briga eventual e caiu na real. As 101 caixas passaram cerca de dois meses fechadas num canto da mansão de Maceió. Depois de abri-las, a ex-primeira-dama separou algumas peças para ela, deu outras e distribuiu muitas de grifes famosas para um bazar beneficente de igrejas evangélicas – ela tornou-se evangélica há cinco meses e vai à igreja El Shadai toda semana. “Estou chateado com o Fernando, não por ele ter se separado da Rosane. Mas pela maneira, a forma, a humilhação que ela está passando”, afirma Ostronoff. “Não sei o que seria da Rosane se não tivesse entrado para essa religião. Não teria estrutura para segurar esse rojão todo.”
Sem cheques e cartões de crédito
“Fernando retirou todos os cartões, cheques, até comida para os cachorros, gasolina do carro”, conta uma pessoa íntima de Rosane. “Ela agüentou os tubos e agora está jogada às traças”, diz Ostronoff. “É a palavra mais certa. Ela tá abandonada, da noite para o dia ficou simplesmente sem nada. Ela está sem jóias, cartões de crédito, cheque, tudo”, conta Ostronoff.
Uma audiência para analisar o processo de separação foi marcada para o próximo mês na Vara de Família de Maceió. Antes disso, Fernando tentou um acordo. Por meio do advogado ofereceu R$ 12 mil mensais, um apartamento e um carro para Rosane, que recusou a proposta. Ela quer metade dos bens – imóveis, carros, participação na organização Arnon de Mello. “Fernando disse, em processo, que ganha R$ 25,8 mil (mensais) e por isso depositaria 20%, R$ 5,2 mil (por mês, à Rosane)”, diz uma pessoa próxima à ex-primeira-dama. É com este dinheiro que ela toca a vida. “Fernando deixou pra ela um carro velho Chrysler. E quem mantém a casa é o pai dela.”
“Faço com que ele vá para a cadeia”Rosane está muito ansiosa pela audiência. Segundo Ostronoff, quer refazer a vida como o ex-marido e ex-presidente vem fazendo. Seu primeiro passo foi se filiar ao PMR (Partido Municipalista Renovador). Pensa em sair candidata a deputada federal na eleição do próximo ano. Não quer, porém, dar espaço para candidatos a um novo relacionamento. Uma fonte ligada a Rosane conta que, quando a ex-primeira-dama viu a foto de Fernando e da namorada numa revista, desabafou exaltada com parentes: “Uma só palavra e faço com que ele vá para a cadeia”. Essa fonte diz que Rosane recebeu um recado de Collor, via advogados: “Se ela falasse algo, iria ter problemas, que ele retiraria os advogados dos processos que ela tem da época da LBA (Legião Brasileira de Assistência, que ela presidiu, e responde a denúncias de irregularidades)”. A questão principal da separação de Collor e Rosane, portanto, não está no futuro do casal, mas no passado – e por ele os dois estão comprometidos para sempre.
Trânsito em SP pela Rádio SulAmérica
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