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sábado, 14 de novembro de 2009

O Impeachment de Rosane ex-Collor







Piti Reali
Na última proposta de acordo, Collor ofereceu R$ 12 mil mensais: “Da noite para o dia, ela ficou simplesmente sem nada”, diz o decorador Carlos Ostronoff,
amigo do casa



Depois de 21 anos de casamento, a ex-primeira-dama recebeu de surpresa, na mansão de Maceió, 101 caixas com seus pertences, teve cartões de crédito e cheques cancelados, virou evangélica e agora briga para ter 50% do patrimônio de Fernando Collor
Texto: Rodrigo Cardoso


Ana Paula Paiva /  Piti Reali
Collor na sua casa em São Paulo, onde Rosane não pode mais entrar. “Tudo o que era dela – roupas, bolsas, sapatos – e estavam nas casas de São Paulo, Brasília e Miami, o Fernando encaixotou e mandou para Maceió”, conta uma amiga dela
Era o mês de abril e fazia 15 dias que Fernando Collor não aparecia na mansão do bairro de Murilópolis, em Maceió. Rosane Collor estava na casa da irmã, Rosânea, quando seu celular tocou. Do outro lado da linha, Ana, a empregada do casal, despachou rapidamente a novidade:

– Dona Rosane, tem um caminhão da Granero aqui. Chegaram
caixas para a senhora vindas de São Paulo. E são muitas caixas. Cento e uma!

Rosane voou para casa, viu as caixas e ligou imediatamente para a residência que o casal mantinha em São Paulo. Miguel, o copeiro da mansão alugada no bairro do Morumbi, transmitiu um recado tão duro quanto irônico:

– O patrão tinha dado essa ordem: de encaixotar tudo e não avisar nada. Era uma surpresa que o patrão estava fazendo para a madame – disse, informando ainda que, a partir daquele momento, Rosane estava proibida de entrar na residência do Morumbi.

“Tudo o que era de Rosane – roupas, bolsas, sapatos – e estavam nas casas de São Paulo, Brasília e Miami, o Fernando encaixotou e mandou para ela em Maceió”, conta uma confidente da ex-primeira-dama que acompanhou toda a separação desde o primeiro dia. “Rosane caiu em desespero, começou a chorar, não entendia porque ele havia feito aquilo. Ele praticamente a expulsou.” Pior: segundo esta pessoa, Collor devolveu os pertences de Rosane menos as jóias.

Sete meses sem se falar

Depois de 21 anos convivendo juntos na alegria (da eleição para a Presidência da República, das viagens ao redor do mundo e de um casamento folclórico no Tahiti), na tristeza (do impeachment, de uma gravidez interrompida e de dois insucessos num tratamento de fertilização) e na doença (uma crise de depressão) foi assim, avisada pelo telefone pelos empregados, que Rosane Malta Collor de Mello, 40 anos, soube que seu casamento com Fernando Affonso Collor de Mello, 56, chegara ao fim. Na próxima semana se completarão sete meses que Guidu e Quinha, como se tratavam na intimidade nos tempos da paixão, conversam apenas por meio de seus advogados.

A turbulenta separação pegou os amigos de surpresa. A personal stylist Beth Szafir recorda a harmonia do casal. “Fernando era um príncipe com ela e em contrapartida ela o tratava superbem. Nunca vi nenhuma amiga minha, nem família, ninguém ter tanta consideração pelo outro”, diz. “Então, quase caí de costas quando soube. Não entendi nada e continuo não entendendo.” Talvez por isso, Rosane tenha acreditado que esta briga, apesar do gesto espetaculoso de Collor, seria passageira. “Ela deixou vários recados no celular de Fernando. Dizia: ‘Vamos terminar como começou: de uma forma bonita. Pelos 21 anos de relacionamento, me dê o direito de pelo menos uma conversa’”, conta uma pessoa próxima a Rosane.

Compartilhando da esperança inicial de Rosane, muitos amigos e parentes tentaram interceder. O decorador paulista Carlos Ostronoff, amigo do casal há seis anos, foi um deles. “Tentei ligar para o Fernando”, conta. “Não queria fazê-los voltar, mas uma intermediação para acabar com esse clima. Ligava, falava com assessores dele, mas Fernando não me atendeu mesmo.”

Duas sobrinhas prediletas do ex-presidente foram mais incisivas na abordagem. Rafaela e Gabriela, uma filha da irmã e outra filha do irmão de Rosane, foram ao prédio da Gazeta de Alagoas, o jornal da família Collor, em Maceió. Saíram de lá chorando, sem nem terem sido recebidas pelo tio. Gabriela ainda escreveu uma carta, colocou-a dentro de um envelope cor-de-rosa e pôs por baixo da porta do apartamento do primo Arnon, onde Fernando se encontrava. “Gabriela falava do amor que ele tinha por ela, do carinho e respeito que ela sempre teve por Fernando”, conta uma amiga do casal. “Dizia que a tia estava mal e pedia que, pelo menos, ele atendesse as ligações dela.”

Na verdade, há pelo menos dois anos a relação entre Fernando e Rosane Collor vinha se desgastando. Além dos insucessos nas tentativas de gravidez que deixaram à ex-primeira-dama um pouco deprimida, Rosane, como conta uma fonte ligada a ex-primeira-dama, irritava-se com o fato de o ex-marido querer ostentar um padrão de vida que não tinha mais. “Ela brigava muito com ele por causa disso. Ele usava indevidamente cartões de crédito e deixava de pagar funcionários. Mandou pintar a casa de São Paulo e não pagou o pintor. Mas queria que a Rosane só usasse do melhor”, conta. “Ela ficava muito nervosa com isso. A Rosane queria ter uma vida mais dois pés no chão”, confirma o decorador Ostronoff.

Pacto Nupcial

Chateou muito Rosane o fato de Collor ter vendido, há cerca de dois anos, a residência do casal em Miami e “não ter dado a chance dela ir na casa se despedir”, como relatou um familiar. Mas a crise se instalou de vez após a morte da mãe de Rosane, em maio de 2004. Ela entrou numa depressão que a fez perder 8 quilos e lhe tirava a vontade de sair do quarto. “Rosane começou a rejeitar o Fernando. Evitava o contato. Dizia que ele era um traidor, um monstro, que tudo que falavam dele era verdade, que não tinha mais admiração por ele”, relata uma confidente de Rosane.

Antes da missa de sétimo dia da mãe de Rosane, Collor mostrou preocupação com o estado da mulher ao falar por telefone com os decoradores Carlos Ostronoff e Fernando Rodrigues Alves, que estavam indo para Maceió. “É bom vocês virem mesmo. Quem sabe a Rosane se anima, porque ela não está saindo do quarto”, disse. “Nós fomos e conseguimos tirá-la do quarto”, diz Ostronoff. Recuperada do luto, Rosane não abandonou a idéia de se separar. Antes de Fernando completar 55 anos, em agosto do ano passado, parentes dela disseram, numa conversa no escritório da mansão do ex-presidente, em Maceió, que queriam discutir a partilha dos bens. “Não quero me separar. Ela é a mulher da minha vida, está nessa fase depressiva, mas não quero me separar de jeito nenhum”, teria afirmado Collor, segundo o relato de uma pessoa ligada à família. A um desses parentes, o ex-presidente apresentou outro motivo para demovê-la da idéia: “Ela não tem direito a nada”, contou. “No dia em que nos casamos, ela e o pai dela assinaram um pacto abrindo mão de tudo o que eu tivesse. Vou dar a ela o que eu quiser.”

Um dos parentes pediu uma cópia desse documento e mandou chamar imediatamente Rosane, que se encontrava no quarto. “Diga.
O que é?”, falou ela, já no escritório. Fernando confirmou o pacto, Rosane negou e começou a chorar: “Não é possível que você que você fez uma barbaridade dessa, uma monstruosidade comigo. Que pacto é esse?”. A pessoa próxima de Rosane garante que ela desconhecia o teor do documento revelado pelo ex-presidente: “Ela foi casar, na hora assinou e não leu nada. Achou que fosse separação de bens – o que tinham antes do casamento seria de cada um e o que construíssem juntos 50% para cada”.


“Ela me disse que havia assinado, junto com o pai, um pacto no dia do casamento. Mas que não sabia que havia assinado aquilo”, confirma o decorador Ostronoff. “Contado por ela, isso foi um choque, um tiro no coração.” Rosane passou a acreditar que o marido fosse anular o pacto. Os dois comemoraram juntos seus aniversários de 2004 – o dele em agosto e o dela em outubro – e o Réveillon. Mas a ex-primeira-dama confidenciou a um familiar que daria um prazo até o Carnaval de 2005 para Fernando cancelar o pacto ou colocar bens no nome dela, para que se sentisse mais segura.

Em março, segundo uma amiga, como Fernando se recusava a anular o documento, Rosane teria dito: “A partir de hoje, como você diz que não vai anular o pacto, vou tirar a aliança e vou sentir que não sou mais casada com você. E vou contratar um advogado” .

Rosane contratou como advogado o presidente da OAB de Maceió, Marcos Melo – que na segunda-feira 17 foi substituído por Everaldo Patriota, vice-presidente da OAB local – e viajou para a casa do casal, em São Paulo. “Na quarta-feira da Semana Santa (final de março), Rosane ligou para o Fernando, dizendo que iria ficar em São Paulo e não voltaria para Maceió”, conta uma pessoa amiga do casal. “Fernando pediu para que ela o deixasse ir para São Paulo. Rosane negou.” O ex-presidente argumentou ainda que ela estaria no testamento. A um familiar, Rosane desabafou: “Testamento? Você acha que sou louca? Se não me deu em vida, vai me dar em morte?”. Dias depois, quando ela finalmente retornou a Maceió, ele havia saído de casa.

Incompatibilidade de Gênios

Tantos contratempos nos meses anteriores à decisão de se separar devem ter ajudado Fernando Collor a se manter obstinadamente irredutível em relação aos apelos de familiares e amigos para que voltassem a se falar. Então, poucos dias depois da entrega das 101 caixas, Rosane foi novamente surpreendida na casa de Maceió ao receber o processo que tratava da separação litigiosa e da oferta de pensão alimentícia. Rosane respondeu com novo pedido de reconciliação. “A resposta dele, assinada pelo advogado, foi que não havia possibilidade de reconciliação por incompatibilidade de gênios e porque ele estava amando outra mulher”, conta uma amiga de Rosane.

Depois da briga da Semana Santa, Collor passou um período na casa do filho Arnon e na seqüência comprou um apartamento na praia de Ponta Verde em Maceió. O local precisava de uma reforma e Fernando contratou os serviços da arquiteta Caroline Medeiros, 28 anos, com quem passou a namorar logo depois. Como foi revelado há duas semanas por Gente, Caroline está grávida de pouco mais de um mês do ex-presidente. Fernando, que depois da confirmação da gravidez viajou à Europa com a nova mulher e, já de volta, não retornou telefonemas nem e-mail da reportagem, torce, segundo amigos, por uma menina.

Quando Rosane soube pela imprensa que o ex-presidente estava namorando Caroline, não conteve uma certa histeria. A família chamou um médico. “Ela ficou um dia no hospital, tomou soro na veia, entrou em depressão e um pastor foi até lá orar por ela”, conta um familiar. “Até hoje vai ao psicólogo todas as segundas-feiras à tarde.” Depois do choque de ver Rosane no hospital, a família se reuniu e mandou um recado para o advogado de Collor, dizendo que, se acontecesse alguma coisa a ela, o responsável seria ele. “Até um mês atrás, dormia sempre uma sobrinha ou alguém com a Rosane. Sozinha, de jeito nenhum!”, conta uma pessoa próxima de Rosane. “Todos os vigias da casa são do Fernando. Os empregados também são de confiança dele. Vai saber o que ele poderia fazer.”

Na réplica ao pedido de reconciliação feito pelo advogado de Rosane, Collor foi ainda mais duro. “Dizia que ela não achasse que a casa de Maceió fosse dela, porque é de propriedade dele. E que bastava ela atravessar a rua que havia uma propriedade da genitora dela e ela podia se mudar para aquela casa”, conta uma pessoa que leu o documento. Era junho e fazia pouco mais de um ano que Rosane tinha perdido a mãe. Ela, o pai, João Alvino Malta, e um dos dois irmãos de Rosane leram o processo juntos e choraram ao chegar nesta parte.

Só depois deste episódio Rosane perdeu a ilusão de que aquilo não seria mais uma briga eventual e caiu na real. As 101 caixas passaram cerca de dois meses fechadas num canto da mansão de Maceió. Depois de abri-las, a ex-primeira-dama separou algumas peças para ela, deu outras e distribuiu muitas de grifes famosas para um bazar beneficente de igrejas evangélicas – ela tornou-se evangélica há cinco meses e vai à igreja El Shadai toda semana. “Estou chateado com o Fernando, não por ele ter se separado da Rosane. Mas pela maneira, a forma, a humilhação que ela está passando”, afirma Ostronoff. “Não sei o que seria da Rosane se não tivesse entrado para essa religião. Não teria estrutura para segurar esse rojão todo.”

Sem cheques e cartões de crédito

“Fernando retirou todos os cartões, cheques, até comida para os cachorros, gasolina do carro”, conta uma pessoa íntima de Rosane. “Ela agüentou os tubos e agora está jogada às traças”, diz Ostronoff. “É a palavra mais certa. Ela tá abandonada, da noite para o dia ficou simplesmente sem nada. Ela está sem jóias, cartões de crédito, cheque, tudo”, conta Ostronoff.

Uma audiência para analisar o processo de separação foi marcada para o próximo mês na Vara de Família de Maceió. Antes disso, Fernando tentou um acordo. Por meio do advogado ofereceu R$ 12 mil mensais, um apartamento e um carro para Rosane, que recusou a proposta. Ela quer metade dos bens – imóveis, carros, participação na organização Arnon de Mello. “Fernando disse, em processo, que ganha R$ 25,8 mil (mensais) e por isso depositaria 20%, R$ 5,2 mil (por mês, à Rosane)”, diz uma pessoa próxima à ex-primeira-dama. É com este dinheiro que ela toca a vida. “Fernando deixou pra ela um carro velho Chrysler. E quem mantém a casa é o pai dela.”

“Faço com que ele vá para a cadeia”

Rosane está muito ansiosa pela audiência. Segundo Ostronoff, quer refazer a vida como o ex-marido e ex-presidente vem fazendo. Seu primeiro passo foi se filiar ao PMR (Partido Municipalista Renovador). Pensa em sair candidata a deputada federal na eleição do próximo ano. Não quer, porém, dar espaço para candidatos a um novo relacionamento. Uma fonte ligada a Rosane conta que, quando a ex-primeira-dama viu a foto de Fernando e da namorada numa revista, desabafou exaltada com parentes: “Uma só palavra e faço com que ele vá para a cadeia”. Essa fonte diz que Rosane recebeu um recado de Collor, via advogados: “Se ela falasse algo, iria ter problemas, que ele retiraria os advogados dos processos que ela tem da época da LBA (Legião Brasileira de Assistência, que ela presidiu, e responde a denúncias de irregularidades)”. A questão principal da separação de Collor e Rosane, portanto, não está no futuro do casal, mas no passado – e por ele os dois estão comprometidos para sempre.


Trânsito em SP pela Rádio SulAmérica








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