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sábado, 14 de novembro de 2009

Marcela Sanchez: Chefe da política dos EUA para América Latina toma posse em meio à crise de Honduras


The New York Times News Service
Marcela Sanchez
Finalmente, a equipe para América Latina do presidente Obama tem seu líder. Seis meses após sua indicação, Arturo Valenzuela foi empossado em 10 de novembro como mais alto diplomata americano na região: chefe do Birô para Assuntos do Hemisfério Ocidental no Departamento de Estado. Agora o "novo capítulo de engajamento" de Obama entre os Estados Unidos e seus vizinhos do sul poderá começar.

O problema é que, no processo de assegurar a confirmação de Valenzuela, o Departamento de Estado cometeu um erro tático -um que ameaça colocar em risco meses de trabalho para encerrar a crise hondurenha, assim como a boa vontade que Obama e seu governo geraram na região.

A confirmação de Valenzuela estava estagnada no Senado, graças ao republicano Jim DeMint da Carolina do Sul. DeMint, exercendo sua prerrogativa como senador, reteve a confirmação, porque ele discordava da condenação pelo governo Obama do golpe de 28 de junho contra o presidente de Honduras, Manuel Zelaya.

Então, em 5 de novembro, DeMint retirou suas objeções e disse que não mais bloquearia Valenzuela. Em uma declaração, DeMint explicou que a secretária de Estado, Hillary Clinton, e o secretário assistente, Thomas Shannon, "me asseguraram que os Estados Unidos reconhecerão o resultado das eleições hondurenhas independente de Manuel Zelaya ser reinstalado no poder ou não".

Mas as garantias do Departamento de Estado mostram um desrespeito grosseiro pelo restante do mundo e pelos líderes regionais em particular. A reinstalação de Zelaya era a chave das exigências da comunidade internacional e a única concessão que Roberto Micheletti, líder do regime de fato, se recusava a fazer. Na verdade, foi apenas quando Shannon viajou a Tegucigalpa, no final de outubro, que Micheletti concordou com a possível reinstalação de Zelaya, dependendo de uma votação pelo Congresso.

Mas a vitória diplomática de Shannon rapidamente se desfez. No mesmo dia que DeMint fez seu pronunciamento, Micheletti renegou o acordo e anunciou que continuaria a liderar -agora como presidente do "governo de unidade" que tinha sido acertado uma semana antes.

Agora Valenzuela terá que lidar com esta nova prorrogação da crise e, infelizmente, não há muito tempo. A eleição presidencial de 29 de novembro em Honduras -na qual nem Micheletti e nem Zelaya são candidatos- está se aproximando rapidamente e a maioria dos líderes nas Américas insiste que não reconhecerá os resultados caso Zelaya não seja primeiro reinstalado.

Os diplomatas americanos, por sua vez, parecem estar ao lado de Micheletti, que há muito rotula a eleição como a solução democrática para a crise. Enquanto isso, os simpatizantes de Zelaya e outros hondurenhos frustrados podem optar por boicotar a eleição, diluindo ainda mais sua legitimidade.

Valenzuela entrou em cena "em um momento muito delicado", observou Jennifer McCoy, diretora do Programa das Américas do Centro Carter, em uma entrevista. Não apenas ele terá que lidar com as facções em Honduras, mas também com aquelas que estão surgindo em outras partes na região.

Além disso, em seu primeiro dia no cargo, Valenzuela está "basicamente na sua posição mais fraca possível, quando precisamos dele na sua mais forte", observou um assessor democrata no Congresso que pediu para permanecer anônimo.

Se Valenzuela não puder ajudar a legitimizar a eleição em Honduras, a crise poderia se arrastar indefinidamente. Sem apoio internacional ao novo governo, muitas sanções provavelmente continuarão e o país poderia ficar ainda mais isolado -causando mais dano que bem para os cidadãos mais pobres de um país já pobre. Isso poderia levar à ascensão de um líder ainda mais polarizador que Zelaya.

Além de Honduras, o racha na frente unida contra o golpe pode apontar novas divisões nas relações entre americanos e latino-americanos. Nesta semana, um grupo de acadêmicos americanos alertou Obama em uma carta aberta que os Estados Unidos estão trilhando um caminho isolacionista nas Américas. O grupo escreveu que lamentava que os "Estados Unidos estejam em desacordo com o restante do Hemisfério em sua disposição declarada de reconhecer" a eleição hondurenha.

"Nós estamos de volta à velha dinâmica de todos contra os Estados Unidos", disse a fonte no Congresso.

Ainda não: na velha dinâmica, líderes latino-americanos confrontativos de esquerda fariam a festa condenando o imperialismo e as imposições americanas. Em vez disso, eles têm permanecido notadamente silenciosos, como se ainda esperassem por um engajamento mais construtivo.

Espera-se que este problema em andamento não apague plenamente a boa-vontade e otimismo que predominaram na América Latina após a eleição de Obama, há um ano. O progresso em questões como segurança, energia, mudança climática, pobreza e relações com Cuba dependem de cooperação e boa-vontade mútua.

Bernard Aronson, um dos antecessores de Valenzuela, acredita que o principal desafio deste em Washington será atrair atenção de alto nível para a região, em um momento em que as prioridades americanas estão em outras partes. Sem isso, a política americana provavelmente será mais reativa do que proativa -e, consequentemente, menos cooperativa.

Como colocou Aronson, os Estados Unidos "se veem em problemas quando fracassam em trabalhar com a região para tratar dos problemas antes de se transformarem em crises".

Tradução: George El Khouri Andolfato


Trânsito em SP pela Rádio SulAmérica








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