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sexta-feira, 3 de abril de 2009

Carne de avestruz é saborosa como picanha e saudável como peixe

Imagine uma carne vermelha saborosa, semelhante ao filé mignon, mas com os mesmos benefícios de um peixe, por exemplo. É exatamente isso o que oferece uma receita com avestruz - uma ave originária da África e excelente opção para quem se preocupa com uma alimentação mais saudável.


Apesar da cor, definida pelo alto teor de hemoglobina (e, portanto, de ferro), esse alimento que ainda é considerado exótico possui as características das carnes brancas. De acordo com a nutricionista Camila Marcucci Gracia, do Hospital do Coração (HCor/SP), a carne de avestruz possui 20% menos calorias, além de teor reduzido de gorduras, em relação às carnes de boi. "Um filé de 100 gramas de avestruz, por exemplo, tem 2,2 gramas de gordura saturada (a mais prejudicial à saúde e associada às doenças cardiovasculares), enquanto 100 gramas de coxão mole, sem gordura aparente, tem 4 gramas, e um bife de picanha, 6 gramas", conta Camila.

A pouca quantidade de camada gordurosa e de colágeno também a deixam macia e mais fácil de ser digerida. Hoje, um corte de avestruz é comparado aos cortes nobres de carne bovina e pode custar ao consumidor final, de acordo com o valor cotado pela reportagem em uma grande rede de supermercado, R$ 26,37, o quilo.

Sabor e qualidade a serem explorados
A criação de avestruz no Brasil (estrutiocultura) teve início em meados dos anos 90. A partir de 2001, a ave começou a ser comercializada para abate. Corridos quase 15 anos de sua implantação no país, os números de consumo ainda são tímidos. "A comercialização da carne de avestruz não chega a registrar um dígito percentual no mercado de carnes do país. Na Alemanha, maior consumidora da Europa, a carne da ave também chega a no máximo 4% de todas as carnes comercializadas. Isso demonstra o potencial do mercado nacional", explica Valmir Brustolin, criador premiado, proprietário da Betel Avestruzes e vice-presidente da Associação dos Empreendedores Paulistas de Estrutiocultura (AEPE).

Mas as pesquisas apontando as vantagens da carne de avestruz têm motivado o crescimento dessas estatísticas. "No Brasil, segundo levantamento feito em 2008, estima-se que existam cerca de 1900 estabelecimentos (a maioria bares e restaurantes), comercializando refeições com a ave", garante o médico veterinário, Eduardo Mello, superintendente técnico da Associação dos Criadores de Avestruz do Brasil (ACAB). Só em São Paulo (capital e interior), na região sudeste em que a estrutiocultura é mais forte, são 384.

Sem contar os festivais eventuais que aumentam as chances dos consumidores de experimentar o avestruz e aguçar o paladar. Até dia 28 de março, por exemplo, os paulistanos terão a oportunidade de, literalmente, provar da boa fama dessa carne no restaurante Le Tire-Bouchon, no bairro de Santa Cacília. Durante a III Semana Gastronômica, apenas durante o jantar, o cardápio de autoria do chef Felipe Ferragut irá oferecer de entrada um Parmentier de avestruz com manteiga de erva à provençal e, como prato principal,London steak de avestruz grelhado. (Confira as receitas nos links acima e tente fazer em casa)

Para acompanhar as receitas, Marcelo Vilhena, um dos proprietários da casa, também poderá indicar os melhores vinhos. Responsável pela harmonização de bebidas e pratos no Le Tire-Bouchon, Marcelo propõe rótulos de tintos do sul da França, "em especial as regiões de Bordeaux e Côtes du Rhône", pouco marcados pela aroma de madeira. "O que mais se releva nessa harmonização é a sutileza do sabor da carne de avestruz, e a madeira em excesso no vinho poderia matar essa sutileza", explica Marcelo.

Segredos na hora de preparar o avestruz
Se do ponto de vista nutricional, a pouca gordura e o alto teor de ferro da carne de avestruz são vantagens, na cozinha, essas características exigem cuidados extras. Segundo o chef Felipe Ferragut, do Le Tire-Bouchon, a carne "deve ser servida preferencialmente mal passada. Caso contrário, torna-se rija e o alto teor de ferro sobressai, conferindo ao alimento um sabor parecido com o de bife de fígado".

Esses mesmos cuidados, alerta o chef, devem ser tomados por quem pretende preparar a carne em casa. Trate-a como um corte de filé mignon, fazendo uso dos mesmos temperos da carne bovina, atentando apenas para uma cocção mais rápida.

Do ponto de vista dos nutrientes, de acordo com a nutricionista Camila Marcucci, do HCor, independentemente do preparo, a carne de avestruz mantém suas características.

Curiosidades sobre a ave
De olhos esbugalhados e jeitão meio esquisito, essa ave originária da África chama a atenção pelo porte. Com mais de dois metros de altura e pesando até 150 quilos, o avestruz tem penas, mas não voa. A fama de curioso o persegue, e ao sentir-se ameaçado, dizem, enfia a cabeça em um buraco, refugiando-se na falsa impressão de que o mundo sumiu (invejável ingenuidade!). Soma-se a isso tudo seu apetite para qualquer coisa que lhe pareça minimamente comestível, o que justifica a expressão "estômago de avestruz" para as pessoas gulosas. Mesmo com todo esse tamanho, tentando escapar por um buraco ou não, o bicho vai para a panela, e a nossa saúde agradece.


Serviço
III Semana Gastronômica - Carnes de Avestruz - no Le Tire-Bouchon -Taberna
De 24 a 28 de março: somente no jantar com couvert, entrada, prato principal e sobremesa por um preço fechado - R$ 62,00 por pessoa.
De terça a sábado, a partir das 20h.
Reservas por telefone:(11) 3822-0515.
Endereço: Rua Barão de Tatuí, 285 -Santa Cecília - São Paulo (SP)
Site: www.letirebouchon.com.br

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