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terça-feira, 17 de março de 2009

Livro traz dois Paraguais e exclui Equador nas escolas de SP


Segundo a Secretaria, material será trocado pela Fundação; ainda não há data para chegada dos novos livros

Giovanna Montemurro, do estadao.com.br


SÃO PAULO - Um livro de geografia usados nas escolas públicas do Estado de São Paulo traz dois Paraguais e exclui o Equador de um mapa da América do Sul. O erro aparece tanto nos livros distribuídos aos alunos quanto nos destinados aos professores. O livro é usado pelos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental.

A Secretaria de Educação de São Paulo atribui os erros à empresa contratada para fazer o material. A Fundação Vanzolini, responsável pela edição, alega que os livros foram elaborados por professores recomendados pela secretaria.

Segundo a Secretaria, a Fundação, responsável pela elaboração dos mapas e do projeto gráfico das apostilas, já está elaborando o novo material para corrigir todos os erros. A Fundação Vanzolini irá arcar com todos os gastos troca do material didático, incluindo impressão e distribuição. Ainda não há data prevista para a entrega do novo material.

A Fundação Vanzolini se defende e afirma que os erros foram causados involuntariamente pelo processo de diagramação e aplicação dos nomes de alguns países. Como prova, a Fundação afirma que a base cartográfica está correta e que o mesmo livro têm outro mapa semelhante com "os nomes dos países adequadamente aplicados." A Fundação também afirma que pretende reciclar os livros com mapas errados que forem recolhidos - a empresa afirma que a incorreção afetou apenas 1,55% dos Cadernos do Aluno enquanto a Secretaria afirma que foi a totalidade dos livros.

Enquanto isso, a Secretaria afirma que disponibilizou em seu site as correções, para que os professores alertem os alunos para os erros no material e possam seguir as aulas normalmente.

Governador

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), garantiu que os livros de geografia com erros distribuídos pela Secretaria da Educação do Estado serão recolhidos e repostos. Para Serra, o fato de o material didático distribuído em escolas públicas de todo o Estado mostrar duas vezes o Paraguai em um mapa da América do Sul "não é um erro grave, mas é um erro". Serra atribuiu a informação equivocada a um possível "erro de impressão". "Ninguém acha que existam dois Paraguais. Não é um erro que alguém possa ignorar", explica.

O governador admitiu responsabilidade da Secretaria da Educação na falha, porém repartiu a culpa com a Fundação Vanzolini, contratada para fazer a publicação. "Houve duas falhas: da empresa contratada e da secretaria, que deveria ter revisado o material", afirmou o governador. Segundo Serra, o recolhimento e a reposição dos livros didáticos serão pagos pela Fundação Vanzolini, sem custos para o Estado. "Os livros vão ser todos recolhidos e repostos. A fundação vai cobrir esse erro", disse Serra, sem especificar quando a substituição do material deve começar.

Nova Ortografia

Essa não foi a primeira confusão envolvendo a remessa de livros didáticos de 2009. Em 2008, o Estado noticiou que a maioria dos livros didáticos distribuídos pelo Ministério da Educação (MEC) para o ensino fundamental (1º a 5º ano) e médio (6º ao 9º ano) este ano não traria as novas regras ortográficas, que começaram a vigorar a partir do dia 1° de janeiro. As editoras, que começaram a distribuir os livros para as escolas no fim de outubro para o ano letivo de 2009, não foram obrigadas a fazer as adaptações ao acordo ortográfico, idealizado para unificar a grafia da língua de oito países que falam e escrevem português. Ficou a cargo de cada editora fazer ou não as mudanças nos livros didáticos. O governo gastou cerca de R$ 702 milhões com a compra de 103 milhões de livros.

(Com Efe, Eugênia Lopes, de O Estado de S. Paulo e Carolina Freitas, da Agência Estado)

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