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terça-feira, 17 de março de 2009

Líder partidário não quer velório em Brasília

Líder do partido deseja que velório de Clodovil seja apenas em São Paulo

Sandro Mabel (GO) diz velório em Brasília pode acontecer muito tarde.
Clodovil teve morte cerebral constatada às 15h45 desta terça (17).

Eduardo Bresciani Do G1, em Brasília


O líder do PR, deputado Sandro Mabel (PR-GO), está em contato com assessores do deputado Clodovil Hernandes (PR-SP) para que o velório do colega seja realizado apenas em São Paulo. Clodovil teve morte cerebral detectada na tarde desta terça-feira (17) e está mantido vivo por equipamentos e medicamento para os procedimentos de doação de órgãos.

A intenção dos assessores era fazer um velório inicial de cerca de duas horas na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Mabel defende que o velório em Brasília seja cancelado devido à possibilidade de demora para a confirmação da morte e a liberação do corpo, o que deve acontecer após as 22 horas.

“A idéia do partido é levar direto para São Paulo, onde ele receberia as devidas homenagens. Para fazer aqui dependeria do horário. Fazer um velório em que ninguém sabe a hora, de madrugada, que não tenho ninguém não seria bom”, disse o líder ao chegar ao hospital onde o colega está internado.

A previsão da assessoria de Clodovil era que o corpo do parlamentar saisse às 22h do hospital Santa Lúcia para ser velado no Salão Negro da Câmara, por pelo menos duas horas. Depois, o corpo seguiria para São Paulo, onde ele seria velado na Assembléia Legislativa.

O enterro deve ser no Cemitério do Morumbi, em São Paulo. O horário ainda não está definido, segundo a assessoria do deputado.

Morte cerebral

Os médicos que acompanharam o deputado Clodovil Hernandes (PR-SP) informaram que foi constatada a morte cerebral do parlamentar às 15h45 desta terça-feira (17). O boletim médico divulgado logo cedo já dizia que o quadro clínico do deputado permanecia de "extrema gravidade". O parlamentar sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e foi encontrado caído ao lado da cama na segunda-feira (16).

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Durante a manhã desta terça-feira, Clodovil passou por exames que ajudaram a detectar a morte cerebral. O primeiro exame feito deu resultado “inconclusivo”, segundo assessores do deputado. A assessoria do deputado informou então que novos médicos iriam avaliar o estado clínico do parlamentar e um novo boletim seria divulgado às 16h pelo hospital.

Os médicos disseram que a córnea, os rins, o fígado e o coração do deputado devem ser retirados. Eles serão avaliados para ver se há possibilidade de doação. Segundo os médicos, a autorização para a retirada foi dada por assessores do deputado e pelo Ministério Público, uma vez que ele não tem parentes próximos com os quais mantinha contato.

A assessora de imprensa do deputado, Berta Pellegrino, disse que Clodovil havia manifestado várias vezes a intenção de doar seus órgãos quando morresse.

Mabel destacou a “bondade” de Clodovil que permanece mesmo no momento da morte, com a doação dos órgãos. Ele destacou a presença ativa do parlamentar nas discussões do partido. “Ele vai fazer falta não só para a Câmara, mas para o Brasil."

Histórico

O deputado, de 71 anos, foi levado ao hospital por um assessor parlamentar por volta das 8 horas da manhã de segunda-feira. Clodovil teve o acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico durante a madrugada e foi submetido a um procedimento de drenagem do sangue por meio de um cateter ainda pela manhã.



Na tarde de segunda-feira, a equipe médica havia informado que ele teve uma parada cardiorrespiratória de cerca de cinco minutos por volta das 14h15.


Um dos membros da equipe, o médico Alan Ricardo Coutinho Ferreira, que já havia classificado o risco de morte como “muito alto”, havia relatado, ainda na segunda-feira, a piora no quadro. “O quadro clínico se agravou durante o período da tarde [do mesmo dia]. Por volta das 14h15 ele sofreu uma parada cardiorrespiratória que foi rapidamente revertida."

Biografia

Nascido em 17 de junho de 1937, em Elisário, cidade a 402 km de São Paulo, Clodovil foi adotado por um casal de origem espanhola, Domingos Hernandes e Izabel Sanches Hernandes. Não conheceu seus pais verdadeiros e estudou em colégio interno. Homossexual assumido, não casou e nem teve filhos.


Estilista de alta costura, ator, cantor, apresentador de TV e professor primário, Clodovil iniciou a carreira política quando se filiou ao PTC, em 2005. Em 2006, foi eleito deputado federal com 493.951 votos, terceira maior votação do estado de São Paulo. Seu mandato iria até 2011.

Antes de ingressar na política, Clodovil foi professor primário, fez teatro, construiu longa carreira na televisão e foi estilista de sucesso.


Um de seus primeiros trabalhos na televisão foi no início da década de 80, quando apresentou o "TV Mulher", da TV Globo, voltado para o público feminino. Na época, dava dicas de moda e desenhava modelos ao vivo. Ele dividiu o cenário com a jornalista Marília Gabriela e com a sexóloga Marta Suplicy, que também ainda não tinha entrado para a política.

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