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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Uma aula de construção ecológica

Uma aula de construção ecológica
O novo prédio da Academia de Ciências da Califórnia é um dos mais verdes do mundo. Seu destaque é o jardim suspenso no telhado
Thais Ferreira
Confira a seguir um trecho dessa reportagem que pode ser lida na íntegra na edição da revista Época de 15/setembro/2008.



Tim Griffith
TRANSPARENTE
As clarabóias e janelas de vidro no teto do prédio deixam a luz natural entrar, para economizar energia elétrica. Sensores internos acendem as lâmpadas só se a luz solar não for suficiente

O Parque da Golden Gate, na saída da famosa ponte com o mesmo nome, é um dos melhores pontos turísticos da cidade de São Francisco. Ele tem o único memorial de vítimas da aids dos Estados Unidos, uma das maiores coleções de flores do mundo e um célebre jardim japonês. No fim deste mês, o parque ganhará outra atração: o novo prédio da Academia de Ciências da Califórnia. É um projeto que promete virar referência em construção ambientalmente correta. Para começar, o prédio não tem nenhum aparelho de ar condicionado nem sistema de aquecimento. Mesmo assim, os construtores garantem que a temperatura permanece sempre agradável, no inverno ou no verão.

O prédio é bem iluminado, mas há poucas lâmpadas acesas. A maior parte da luz vem do sol e entra pelas paredes e clarabóias de vidro do prédio. O material de isolamento térmico usado no forro das paredes do novo prédio é feito de jeans reciclados, que contêm algodão, um bom isolante. Por tudo isso, o empreendimento é considerado um dos mais ecológicos do mundo. É um prédio digno da Academia de Ciências da Califórnia, que tem hoje um dos dez maiores acervos de história natural do mundo, com 20 milhões de exemplares. O instituto também tem um dos maiores recifes de corais vivos em aquário e uma estufa com um pedaço de floresta tropical. Isso tudo vai ficar dentro do novo prédio. Ele foi construído no lugar onde ficava a antiga sede da Academia, condenada em 1989 depois de sofrer danos em um terremoto. A inauguração está marcada para 27 de setembro. A obra custou quase US$ 500 milhões e foi patrocinada por um programa para desenvolver modelos sustentáveis de arquitetura pública em São Francisco. Quando pronto, estará apto a ganhar o raro selo de platina da Liderança em Design de Energia e Meio Ambiente (Leed, na sigla em inglês), um atestado de que é uma construção pouco agressiva ao meio ambiente.

O projeto da Academia foi feito por Renzo Piano, arquiteto italiano que, na década de 70, idealizou o Centro Georges Pompidou, um dos cartões-postais de Paris. Em 1998, ele ganhou o Pritzker Prize, o mais importante prêmio de arquitetura. Em seus projetos há sempre uma tentativa de incorporar a natureza ao design. No aeroporto de Kansai, em Osaka, no Japão, inaugurado em 1994, Piano fez o teto do terminal a partir de um estudo sobre a circulação dos ventos em seu entorno. Seu projeto em São Francisco também chama a atenção pela conexão entre o prédio e o ambiente externo. “Os museus geralmente são opacos”, diz Piano. “São fechados como um reino de escuridão, e você fica preso dentro dele. Mas aqui você sabe da conexão com a natureza. Em quase todos os lugares do prédio, dá para ver o que há fora dele”.

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