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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Carmo Dalla Vecchia: o tranqüilão




Ator que interpreta o repórter Zé Bob de 'A Favorita', diz que quando se irrita, se irrita tanto, que prefere manter a calma

Sabrina Grimberg


Rio - Se você encontrar Carmo Dalla Vecchia se jogando numa noitada, jogue na loteria. As chances de isso acontecer são quase as mesmas de se tornar milionário. Praticante de budismo há mais de 12 anos, o ator, que arranca suspiros da mulherada a cada cena de Zé Bob em ‘A Favorita’, é o típico cara tranqüilão, simples, que prefere fi car em casa a bombar em estréias e inaugurações. A calmaria é tanta que Carmo, aos 37 anos, nascido na pequena cidade de Carazinho (60 mil habitantes), no Rio Grande do Sul, já se aborreceu por ser julgado ‘chato’.

Foto: Eduardo Costa

“Dei uma entrevista em que a última pergunta da repórter me ofendeu muito. Ela disse: ‘Você não tem medo de ser chato?’. Na cabeça dela, a pessoa que gosta de ficar em casa, praticante budista, que se relaciona bem com as pessoas e não tem problema com assédio é chato. Fiquei tão mal”, revela o ator.

“O que é a pessoa que não é chata? É a que pega a sua vida pessoal e expõe de forma absurda em todas as revistas, que dá escândalo, que dá matéria... isso é que é a pessoa bacana?”, questiona Carmo, usando jargões jornalísticos que aprende diariamente com Zé Bob.


Por mais que seja ‘na dele’, as histórias inusitadas, rotineiras na vida dos galãs do horário nobre, acontecem com o ator. E como. “Dia desses, eu estava malhando com uma anilha no peito e uma senhora, com uns 60 anos, chegou para mim e perguntou: ‘Você não quer que eu sente no lugar da anilha? Eu não sou a Mulher Melancia, mas ainda dou um caldo’. Já achei estranho. Depois ela passou de novo: ‘Você não quer fazer uma entrevista comigo, não? Depois te digo sobre o que é’. Eu sorri. Tem que saber administrar, mas eu nunca tive problema com isso”, diverte-se ele, que na época em que vivia o Luciano, de ‘Cobras e Lagartos’, às 19h, também de João Emanuel Carneiro, era mais assediado pelas menininhas.

“Era uma outra galera, mais jovem. Agora as mulheres cresceram”, ri ele, que ganha consciência desse assédio à medida que vai correr de sunga na praia. Solteirão e sempre discreto, Carmo nunca é visto em companhia de uma namorada, nem por isso é cobrado.

“Esse pedaço da minha vida é meu”, desconversa ele, que curte bastante seu atual estado civil. “Ser solteiro é uma delícia. Ser solteiro não quer dizer que você não beija na boca. Sábado à noite é o dia, mas ninguém vai me ver beijando na boca na rua”.

De ascendência italiana e alemã, esse moreno de olhos verdes sabe que seu perfil agrada à maioria e sente nas ruas esse calor humano. “As pessoas querem pegar ou ter um objeto seu. Se você está usando um boné, elas pegam e levam para casa. Não importa se aquele era o seu boné favorito. Ou pegam um papel, colocam na sua mão, e dizem ‘assina aí!’. E se você diz: ‘Poxa, nem pediu por favor...’ Elas dizem: ‘Sabia que você era metido mesmo’”, conta ele, enumerando uma história atrás da outra.

“Ou você está num restaurante, a pessoa chega quando você está comendo e interrompe. Irrita, mas não vou brigar, quebrar o pau porque a pessoa não teve educação comigo”, diz Carmo. “Quando me irrito, me irrito tanto que prefiro manter a calma. E quando me tiram do sério aparece um gauchão que derruba parede”, afirma, franzindo o rosto.



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